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24/09/2001 - 08h00

Empresas aéreas se reúnem hoje para pedir ajuda ao governo

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FABIANA FUTEMA
da Folha Online

Os empresários da aviação civil nacional se reúnem às 15h de hoje no escritório da Varig, em São Paulo (SP), para discutir a crise internacional do setor aéreo.

A reunião acontece menos de uma semana depois do encontro realizado entre os empresários da aviação norte-americanos e a Casa Branca, que discutiu um pacote para ajudar o setor a sair da crise a que foi lançado depois dos atentados terroristas nos Estados Unidos.

Depois de anunciar a demissão de mais de 100 mil funcionários em todo o mundo e a redução de 20% na frequência de vôos, os empresários norte-americanos conseguiram do governo a liberação de um pacote emergencial de US$ 15 bilhões -entre assistência direta e financiamento- para as companhias e a indústria do setor.

No Brasil, a crise internacional da aviação já começa a provocar desemprego. A Varig anunciou na semana passada a demissão de 1.750 funcionários, o que corresponde a 10% da força de trabalho da empresa. A empresa também vai devolver 13 aviões e suspender o plano de oferta de novos vôos para os Estados Unidos.

A expectativa é que os empresários brasileiros fechem uma pauta de reivindicações a ser entregue ao governo. A pauta incluiria propostas do setor para enfrentar a crise internacional e evitar ainda mais demissões no país.

Ao contrário das companhias norte-americanas, que pediram um pacote de socorro financeiro, as empresas brasileiras devem pedir desoneração tributária.

''Precisamos desonerar o setor. É impossível manter a competitividade pagando 25% de ICMS sobre combustível'', disse o vice-presidente da TAM, Rubel Thomas.

As companhias alegam que a alta carga tributária impede a aviação nacional de competir em pé de igualdade com as empresas estrangeiras. Outra reivindicação será tirar do governo a concessão das linhas aéreas.

Segundo o vice-presidente comercial da Varig, Roberto Macedo, os problemas do setor antecedem os ataques nos EUA. ''O setor já estava prejudicado pela alta do dólar, do combustível, crise da Argentina e desaceleração da economia. Os atentados terroristas serão mais um fator negativo no desempenho das empresas'', afirmou.

Além da desoneração tributária, as empresas aéreas brasileiras devem pedir para o governo acelerar a criação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). ''A agência deve dar mais competitividade ao setor e criar ferramentas para as companhias atuarem em condições iguais no mercado'', disse Macedo.

Na TAM, as viagens internacionais representam 15% da receita total da empresa. Na Varig, as rotas internacionais chegam a 50% da receita total.

As grandes companhias aéreas internacionais também começaram a preparar demissões no Brasil. United, Continental, Alitalia e Iberia já começaram a negociar com o Sindicato Nacional dos Aeroviários.

''As companhias vão fazer demissões no mundo todo. O problema é que os maiores sacrifícios serão feitos pelos funcionários de outros países, como o Brasil, que trabalham longe das sedes das companhias'', disse a presidente do sindicato, Selma Balbino.

No caso da United, as demissões atingirão 65 pessoas, ou seja, 52% dos 125 funcionários da empresa no Brasil. Para evitar as demissões, a United propôs ao sindicato a concessão de licença não-remunerada aos trabalhadores.

Já Continental, Iberia e Alitalia querem reduzir a jornada de trabalho dos funcionários brasileiros e fazer um corte proporcional de salário. O sindicato não concorda com as propostas, mas levará as idéias para discussão entre os trabalhadores de cada companhia.

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