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24/09/2001
-
09h55
CAROLINA MANDL
da Folha de S. Paulo
Os fundos setoriais de telecomunicações terminaram a semana do atentado nos Estados Unidos como os carros-chefes da queda da indústria de fundos de investimento em setembro.
Segundo dados da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), eles estavam com a rentabilidade no mês negativa em 28,91% até o dia 14, enquanto os fundos que seguem o Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo) perderam 20,59%.
De acordo com os gestores desses fundos ouvidos pela Folha de S.Paulo, a perda se deve principalmente à alta liquidez das ações do setor. Em momentos de turbulência, são as primeiras a ser vendidas.
"Como a Bovespa foi um dos primeiros mercados a abrir na América Latina após o atentado, o Brasil foi a porta para o investidor estrangeiro reduzir sua exposição na região", diz Noriko Yokota, gestora de renda variável do Citigroup Asset Management.
Outro fato que ajudou na queda das ações de telecomunicações foi a desistência da Telefónica Móbiles de comprar as ações da CRT (Companhia Riograndense de Telecomunicações). No dia em que o anúncio foi feito (14/09), elas tiveram a maior queda da semana: 8,34%. Todo o setor de telefonia sofreu baixas nesse dia.
As perdas dos fundos de telecomunicações podem não ter sido maiores porque os gestores consultados pela Folha de S.Paulo tinham, no máximo, 5% da carteira em papéis da CRT.
De acordo com Noriko, a ação pouco entrou na composição do fundo Cititelecom porque o preço dela já estava bastante elevado em relação aos fundamentos da empresa. "Havia também o risco de a operação de recompra não sair."
"Nesses momentos, não há o que fazer porque o setor inteiro está sofrendo e eu não tenho como diversificar para amenizar perdas", afirma Eduardo Miziara, gestor de fundos do HSBC Brain.
Os cinco gestores ouvidos pela Folha de S.Paulo optaram por manter a estratégia de investimento que já vinham seguindo anteriormente. "O preço dos papéis caiu muito mais do que a expectativa de fluxo de caixa das empresas", explica Paulo Resende, diretor da Máxima Asset Management.
Valmir Celestino, gestor do Safra Setorial Telecom, começou a mexer na composição do fundo na semana passada. Ele aproveitou a queda dos preços para comprar mais ações da CRT. "Olhando-se os fundamentos da empresa, suas ações estão extremamente baratas."
Jorge Ricca, gestor do BB Ações Telebrasil, utilizou parte do dinheiro que entrou via captação e comprou papéis da Brasil Telecom e da Telesp Celular. Segundo ele, o investidor não deve desanimar. "A recuperação deve ser liderada pelas telecomunicações."
Na última semana, as ações de telecomunicações que compõe o Ibovespa tiveram alguma recuperação. As maiores altas foram lideradas por Tele Celular Sul PN, com 27,23%; Tele Centro-Oeste PN, com 23,44; Tele Nordeste Celular PN, com 22,94% e CRT Celular PNA, com 21,32%. Segundo os últimos dados da Anbid, no dia 17/09, os fundos tiveram uma rentabilidade de 7,84%, e no dia 18/ 09, 1,03%.
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
Fundo setorial de telecomunicações lidera perdas
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da Folha de S. Paulo
Os fundos setoriais de telecomunicações terminaram a semana do atentado nos Estados Unidos como os carros-chefes da queda da indústria de fundos de investimento em setembro.
Segundo dados da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), eles estavam com a rentabilidade no mês negativa em 28,91% até o dia 14, enquanto os fundos que seguem o Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo) perderam 20,59%.
De acordo com os gestores desses fundos ouvidos pela Folha de S.Paulo, a perda se deve principalmente à alta liquidez das ações do setor. Em momentos de turbulência, são as primeiras a ser vendidas.
"Como a Bovespa foi um dos primeiros mercados a abrir na América Latina após o atentado, o Brasil foi a porta para o investidor estrangeiro reduzir sua exposição na região", diz Noriko Yokota, gestora de renda variável do Citigroup Asset Management.
Outro fato que ajudou na queda das ações de telecomunicações foi a desistência da Telefónica Móbiles de comprar as ações da CRT (Companhia Riograndense de Telecomunicações). No dia em que o anúncio foi feito (14/09), elas tiveram a maior queda da semana: 8,34%. Todo o setor de telefonia sofreu baixas nesse dia.
As perdas dos fundos de telecomunicações podem não ter sido maiores porque os gestores consultados pela Folha de S.Paulo tinham, no máximo, 5% da carteira em papéis da CRT.
De acordo com Noriko, a ação pouco entrou na composição do fundo Cititelecom porque o preço dela já estava bastante elevado em relação aos fundamentos da empresa. "Havia também o risco de a operação de recompra não sair."
"Nesses momentos, não há o que fazer porque o setor inteiro está sofrendo e eu não tenho como diversificar para amenizar perdas", afirma Eduardo Miziara, gestor de fundos do HSBC Brain.
Os cinco gestores ouvidos pela Folha de S.Paulo optaram por manter a estratégia de investimento que já vinham seguindo anteriormente. "O preço dos papéis caiu muito mais do que a expectativa de fluxo de caixa das empresas", explica Paulo Resende, diretor da Máxima Asset Management.
Valmir Celestino, gestor do Safra Setorial Telecom, começou a mexer na composição do fundo na semana passada. Ele aproveitou a queda dos preços para comprar mais ações da CRT. "Olhando-se os fundamentos da empresa, suas ações estão extremamente baratas."
Jorge Ricca, gestor do BB Ações Telebrasil, utilizou parte do dinheiro que entrou via captação e comprou papéis da Brasil Telecom e da Telesp Celular. Segundo ele, o investidor não deve desanimar. "A recuperação deve ser liderada pelas telecomunicações."
Na última semana, as ações de telecomunicações que compõe o Ibovespa tiveram alguma recuperação. As maiores altas foram lideradas por Tele Celular Sul PN, com 27,23%; Tele Centro-Oeste PN, com 23,44; Tele Nordeste Celular PN, com 22,94% e CRT Celular PNA, com 21,32%. Segundo os últimos dados da Anbid, no dia 17/09, os fundos tiveram uma rentabilidade de 7,84%, e no dia 18/ 09, 1,03%.
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