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24/09/2001
-
09h59
SILVANA MAUTONE
da Folha de S.Paulo
A moeda da União Européia, o euro, está neste segundo semestre seguindo tendência de valorização no mercado internacional. Desde julho, ela já subiu 7,57% frente ao dólar. Essa alta também se reflete no Brasil, nos fundos indexados ao euro.
"Nos últimos dois meses, o euro conseguiu recuperar boa parte da queda que teve ao longo do primeiro semestre", diz Gilberto Kfouri, diretor de investimento do BNP Paribas. "Para quem busca uma aplicação cambial, essa pode ser uma boa alternativa."
Segundo Fábio Landi, gestor do Deutsche Bank, o que desvalorizou o dólar frente a outras moedas foi o fato de, há dois meses, ter ficado mais clara a perspectiva de recessão nos EUA.
"Com as constantes quedas nos juros americanos, os investimentos internacionais têm migrado para outros mercados considerados seguros, como a Europa, onde as taxas de juros não têm caído com a mesma frequência que nos EUA", diz Landi.
O gestor do Deutsche diz que, na sua opinião, o investimento em euro é interessante para quem pensa em diversificar suas aplicações cambiais. "O dólar continua se valorizando no Brasil, mas não podemos esquecer que já está num patamar bastante alto", diz.
O euro, afirma, apresenta melhores perspectivas do que o dólar. Isso porque, enquanto a economia americana registra desaceleração acentuada, a européia, apesar de sofrer com a recessão mundial, demonstra um ritmo de crescimento bem mais favorável.
Segundo relatório do JP Morgan, apresentado na semana passada, a estimativa é que a economia européia cresça 1,5% neste ano e 1,4% em 2002. Para os EUA, é esperado crescimento de 1% e 0,8%, respectivamente.
Fábio Colombo, diretor da consultoria Money Maker, adverte, porém, que o investidor que optar por entrar em um fundo indexado ao euro não deve fazer uma comparação mensal do desempenho desse investimento com o de outras aplicações indexadas ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário).
"No longo prazo, para o investidor com perfil conservador, os juros pagos pelo governo brasileiro são imbatíveis. O investimento cambial deve ser considerado uma diversificação", diz.
Luís Miranda, gerente do Pactual, concorda. "Um investimento cambial não deve ser feito para especular, mas, sim, para proteger parte do capital contra a possibilidade de desvalorização do real."
O fundo do Pactual atrelado ao euro é um Fiex (Fundo de Investimento no Exterior). Ele exige aplicação mínima de R$ 50 mil. A taxa de administração é de 1%.
O BNP Paribas Euro não exige aplicação mínima. Ele cobra taxa de administração de 0,75%.
O Deutsche Euro cobra 1% de taxa de administração. A aplicação mínima exigida é de R$ 10 mil.
Segundo Fábio Colombo, o momento ideal para entrar em um fundo cambial, seja em dólar seja em euro, já passou, apesar das moedas provavelmente continuarem apresentando alta. Mesmo assim, ele recomenda a todo investidor que mantenha cerca de 30% dos seus investimentos atrelados ao câmbio. "Desse percentual, hoje, eu colocaria 70% dos recursos indexados ao euro e os outros 30%, ao dólar", diz.
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
Fundos seguem valorização da moeda européia
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da Folha de S.Paulo
A moeda da União Européia, o euro, está neste segundo semestre seguindo tendência de valorização no mercado internacional. Desde julho, ela já subiu 7,57% frente ao dólar. Essa alta também se reflete no Brasil, nos fundos indexados ao euro.
"Nos últimos dois meses, o euro conseguiu recuperar boa parte da queda que teve ao longo do primeiro semestre", diz Gilberto Kfouri, diretor de investimento do BNP Paribas. "Para quem busca uma aplicação cambial, essa pode ser uma boa alternativa."
Segundo Fábio Landi, gestor do Deutsche Bank, o que desvalorizou o dólar frente a outras moedas foi o fato de, há dois meses, ter ficado mais clara a perspectiva de recessão nos EUA.
"Com as constantes quedas nos juros americanos, os investimentos internacionais têm migrado para outros mercados considerados seguros, como a Europa, onde as taxas de juros não têm caído com a mesma frequência que nos EUA", diz Landi.
O gestor do Deutsche diz que, na sua opinião, o investimento em euro é interessante para quem pensa em diversificar suas aplicações cambiais. "O dólar continua se valorizando no Brasil, mas não podemos esquecer que já está num patamar bastante alto", diz.
O euro, afirma, apresenta melhores perspectivas do que o dólar. Isso porque, enquanto a economia americana registra desaceleração acentuada, a européia, apesar de sofrer com a recessão mundial, demonstra um ritmo de crescimento bem mais favorável.
Segundo relatório do JP Morgan, apresentado na semana passada, a estimativa é que a economia européia cresça 1,5% neste ano e 1,4% em 2002. Para os EUA, é esperado crescimento de 1% e 0,8%, respectivamente.
Fábio Colombo, diretor da consultoria Money Maker, adverte, porém, que o investidor que optar por entrar em um fundo indexado ao euro não deve fazer uma comparação mensal do desempenho desse investimento com o de outras aplicações indexadas ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário).
"No longo prazo, para o investidor com perfil conservador, os juros pagos pelo governo brasileiro são imbatíveis. O investimento cambial deve ser considerado uma diversificação", diz.
Luís Miranda, gerente do Pactual, concorda. "Um investimento cambial não deve ser feito para especular, mas, sim, para proteger parte do capital contra a possibilidade de desvalorização do real."
O fundo do Pactual atrelado ao euro é um Fiex (Fundo de Investimento no Exterior). Ele exige aplicação mínima de R$ 50 mil. A taxa de administração é de 1%.
O BNP Paribas Euro não exige aplicação mínima. Ele cobra taxa de administração de 0,75%.
O Deutsche Euro cobra 1% de taxa de administração. A aplicação mínima exigida é de R$ 10 mil.
Segundo Fábio Colombo, o momento ideal para entrar em um fundo cambial, seja em dólar seja em euro, já passou, apesar das moedas provavelmente continuarem apresentando alta. Mesmo assim, ele recomenda a todo investidor que mantenha cerca de 30% dos seus investimentos atrelados ao câmbio. "Desse percentual, hoje, eu colocaria 70% dos recursos indexados ao euro e os outros 30%, ao dólar", diz.
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