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24/09/2001 - 10h23

Bancos têm proteção contra catástrofes

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ISABEL CAMPOS
Editora-adjunta do FolhaInvest

A maioria das instituições financeiras instaladas no Brasil está preparada para suportar um ataque terrorista às suas instalações, como o que ocorreu no último dia 11, nos Estados Unidos, sem perder as suas informações. E aquelas que ainda não estão prontas para isso caminham nesse sentido.

A informação é de empresas que oferecem serviços de contingência que garantem a continuidade dos processos e o armazenamento de dados, em caso de acidentes.

Segundo Marco França, vice-presidente de marketing e vendas da .comDominio, mais de 95% das empresas no Brasil não têm site de contingência (local externo onde são reproduzidos os sistemas de armazenamento de dados e comunicação da companhia) ou "backup" (cópia) externo dos dados. Mas, no caso do setor financeiro, o percentual não se aplica.

"O mercado financeiro no Brasil é muito sofisticado em termos de tecnologia, mais até do que na Europa e nos Estados Unidos", afirma França. "Os esquemas de contingência da área financeira são reconhecidamente superiores ao de outros setores. Desde a década de 80 que as instituições, aqui no Brasil, se preocupam com isso", acrescenta William Alevate, gerente da Módulo e-security.

Sidney Fabiani, diretor-presidente da Gemelo Storage Solutions, explica que existem vários níveis de planos de contingência. Entre os grandes bancos brasileiros, a segurança é completa. Se destruírem a sede deles, em poucas horas é possível colocar as instituições funcionando on-line, como se nada tivesse acontecido.

À medida que diminui o porte da instituição, os sistemas não são tão sofisticados _até porque o custo de ter uma rede espelho completa é elevado_, mas garantem uma boa dose de segurança.

O mínimo recomendado a qualquer empresa, de qualquer ramo, diz Fabiani, é que ela tenha um "backup" de seus dados armazenado em local distante de sua sede. "No caso das instituições financeiras, quem ainda não tem cópia externa já está providenciado. Uma das exigências do SBP (Sistema Brasileiro de Pagamentos) é que todas elas tenham "backup" remoto (on-line)."

O SBP é um novo sistema que permitirá que as negociações e as liquidações financeiras aconteçam em tempo real. Ele deveria entrar em funcionamento ainda neste ano, mas, na semana passada, o Banco Central adiou a inauguração para junho de 2002.

Depois do ataque terrorista ao World Trade Center, em Nova York, algumas instituições que tinham escritórios em suas torres logo voltaram a operar, sem qualquer prejuízo em seus bancos de dados e sistemas de comunicação. Mas há outras que ninguém sabe ainda o que aconteceu com elas. "As informações são desencontradas e não oficiais, mas soubemos de duas empresas que operariam em uma das torres do WTC e teriam 'backup' na outra", comenta Fabiani.

No Unibanco, por exemplo, há dois centros de processamento de dados: um principal e outro de contingência, unidos por mais de uma ligação de cabos de fibra ótica. "Se um deles tem alguma pane, o outro ocupa o seu lugar, em poucos minutos. Se há uma catástrofe que destrói completamente nossa central, a recuperação é em etapas, mas em poucas horas o banco volta ao normal", explica Elio Boccia, diretor-executivo de informática do Unibanco.

No centro de dados principal, diz ele, todo o sistema é triplicado; no de contingência, duplicado. E a atualização é on-line. Todas as instalações são do próprio Unibanco.

No Lloyds TSB, a preocupação com segurança também é alta. "Temos planos de contingência que cobrem desde simples problemas, como falta de energia e danos num software, até grandes catástrofes", afirma Emerson Piovezan, vice-presidente de operações e produtos da instituição.

O serviço é garantido por empresas externas especializadas no assunto. Os gastos, conta Piovezan, giram em torno de US$ 225 mil a US$ 250 mil ao ano. Em caso de destruição total de sua sede no Brasil, em sete horas, as operações voltariam a funcionar precariamente e, em 24 horas, normalmente. Caso uma tragédia atinja os seus funcionários, a matriz do banco, em Londres, tem condições de acionar de lá um processo de recuperação das atividades aqui no Brasil.

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