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24/09/2001
-
15h26
da Reuters, em Peshawar (Paquistão)
A frágil moeda afegã, o afegani, valorizou-se bastante nos últimos dias, com a expectativa de que a crise que envolve o país possa levar à instauração de um novo governo. Rumores de que o velho rei deposto Mohammad Zahir Shah estaria voltando ao país ajudaram a elevar a cotação do afegani, enquanto a falta de gêneros de primeira necessidade provocou uma demanda por cédulas, segundo disseram agentes de câmbio em Peshawar, uma cidade paquistanesa próxima à fronteira.
O dólar está sendo negociado a 55.000 mil afeganis - uma desvalorização de quase um terço frente aos 78.500 da semana passada. Já a moeda afegão teve alta de 42%.
Mesmo assim, a moeda está no mesmo nível anterior a 11 de setembro, quando os EUA foram alvo dos ataques terroristas.
Desde então, o Afeganistão é o alvo mais provável de uma retaliação norte-americana, por dar abrigo ao militante de origem saudita Osama bin Laden, acusado de comandar os atentados.
Zahir Shah, visto como fator de valorização da moeda, não quer restaurar a monarquia, deposta em 1973. Mas ele aceita voltar para estabilizar um novo governo, caso o Taliban seja derrubado pelos EUA.
Ele foi rei durante 40 anos, até ser derrubado, e hoje vive no exílio em Roma. O ex-rei vem da etnia majoritária, a pashtun, mas também é respeitado por outros grupos e tribos. Simpático ao Ocidente, ele representou uma das eras mais pacíficas da história afegã.
Enquanto a moeda se valorizava, os preços de comida, combustíveis e outros gêneros importantes disparavam no Afeganistão, pois os moradores estão fazendo estoques para o caso de um ataque.
O Afeganistão importa a maior parte de sua comida e combustível de países vizinhos, que fecharam as fronteiras, para cooperar com a ação norte-americana e evitar uma maré de refugiados.
Os preços também aumentaram por causa da retirada das agências de ajuda humanitária, que forneciam alimentos a grande parte da população. O Taliban disse que não poderia garantir a segurança desses grupos.
O mercado de câmbio de Cabul, um dos mais estranhos do mundo, é uma das poucas instituições que sobreviveram a 22 anos de guerras, mudanças de governo e instabilidade econômica. Há dez anos, um dólar valia menos de mil afeganis.
Todas as transações são feitas em dinheiro vivo. Bilhões de afeganis ficam empilhados em maços improvisados. As arbitragens são altas e o volume é pequeno -US$ 1 milhão por dia, negociados aos berros. As informações são da Reuters.
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
Afegani, a moeda afegã, se valoriza 42% apesar da crise
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A frágil moeda afegã, o afegani, valorizou-se bastante nos últimos dias, com a expectativa de que a crise que envolve o país possa levar à instauração de um novo governo. Rumores de que o velho rei deposto Mohammad Zahir Shah estaria voltando ao país ajudaram a elevar a cotação do afegani, enquanto a falta de gêneros de primeira necessidade provocou uma demanda por cédulas, segundo disseram agentes de câmbio em Peshawar, uma cidade paquistanesa próxima à fronteira.
O dólar está sendo negociado a 55.000 mil afeganis - uma desvalorização de quase um terço frente aos 78.500 da semana passada. Já a moeda afegão teve alta de 42%.
Mesmo assim, a moeda está no mesmo nível anterior a 11 de setembro, quando os EUA foram alvo dos ataques terroristas.
Desde então, o Afeganistão é o alvo mais provável de uma retaliação norte-americana, por dar abrigo ao militante de origem saudita Osama bin Laden, acusado de comandar os atentados.
Zahir Shah, visto como fator de valorização da moeda, não quer restaurar a monarquia, deposta em 1973. Mas ele aceita voltar para estabilizar um novo governo, caso o Taliban seja derrubado pelos EUA.
Ele foi rei durante 40 anos, até ser derrubado, e hoje vive no exílio em Roma. O ex-rei vem da etnia majoritária, a pashtun, mas também é respeitado por outros grupos e tribos. Simpático ao Ocidente, ele representou uma das eras mais pacíficas da história afegã.
Enquanto a moeda se valorizava, os preços de comida, combustíveis e outros gêneros importantes disparavam no Afeganistão, pois os moradores estão fazendo estoques para o caso de um ataque.
O Afeganistão importa a maior parte de sua comida e combustível de países vizinhos, que fecharam as fronteiras, para cooperar com a ação norte-americana e evitar uma maré de refugiados.
Os preços também aumentaram por causa da retirada das agências de ajuda humanitária, que forneciam alimentos a grande parte da população. O Taliban disse que não poderia garantir a segurança desses grupos.
O mercado de câmbio de Cabul, um dos mais estranhos do mundo, é uma das poucas instituições que sobreviveram a 22 anos de guerras, mudanças de governo e instabilidade econômica. Há dez anos, um dólar valia menos de mil afeganis.
Todas as transações são feitas em dinheiro vivo. Bilhões de afeganis ficam empilhados em maços improvisados. As arbitragens são altas e o volume é pequeno -US$ 1 milhão por dia, negociados aos berros. As informações são da Reuters.
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