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25/09/2001
-
07h30
FERNANDO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo, em Nova York
A queda recorde de 14,26% da semana passada foi compensada em parte ontem com a alta de 4,47% do índice Dow Jones da Bolsa de Valores de Nova York. O índice fechou o dia em 8.603,86 pontos. Foi uma recuperação de 368,05 pontos. Na semana passada inteira a queda havia sido de 1.369,70 pontos.
Ainda faltam, portanto, cerca de 1.000 pontos para o mercado voltar ao patamar anterior ao dos ataques terroristas do dia 11.
A razão para a recuperação quase inesperada de ontem foi o fato de muitos investidores terem considerado que o preço das ações já teria chegado a um ponto baixo demais, mesmo considerando o estado da economia dos EUA e a iminência de um conflito bélico por causa dos atentados terroristas.
Depois do dia 11, a Bolsa de Nova York passou quatro dias fechada. Na reabertura, dia 17 (segunda-feira da semana passada), as ações começaram a perder valor sem parar, mesmo depois de várias intervenções dos governos de países desenvolvidos.
Ontem, ocorreu o inverso. Aparentemente não houve uma ação governamental direta para influir na decisão dos investidores. Mas surgiram vários sinais indiretos que tiveram alguma relação com a melhora dos preços das ações.
Logo cedo, o presidente dos EUA, George W. Bush, deu uma entrevista dizendo que estava congelando os bens de várias pessoas e grupos que supostamente seriam ligados a Osama bin Laden _acusado de ser o responsável pelos ataques do dia 11.
Mas o principal sinal foi Bush ter reduzido ainda mais o tom belicoso de suas declarações anteriores. Ficou no mercado a sensação de que a guerra, se vier, será relativamente limitada geograficamente.
Também ontem veio de Washington a notícia sobre a intenção do Congresso de preparar um pacote de corte de impostos e outras medidas de estímulo econômico, no valor total de US$ 100 bilhões. Esse alívio fiscal se somaria a outro que já foi votado no passado e prevê o corte de US$ 70 bilhões na arrecadação.
No final do dia, além da alta no índice Dow Jones (que mede a variação de 30 ações consideradas as mais importantes do mercado, as "blue chips"), outros dois indicadores mostraram que o mercado estava comprador.
O índice Nasdaq (Bolsa que concentra as ações de empresas de alta tecnologia) subiu 76,21 pontos (5,35%), fechando em 1.499,40 pontos. O S&P 500 (Standard & Poor's 500, que contém ações de 500 empresas) também teve alta (37,65 pontos ou 3,90%) e fechou em 1.003,45 pontos.
Na semana passada, esses índices tinham registrado quedas. O Nasdaq havia perdido 16%. O S&P 500 caiu 12%.
A influente estrategista Abby Joseph Cohen, da Goldman, Sachs & Co., divulgou nota para investidores com o seguinte título: "Stand Up! Time to Buy Stocks" ("Levantem-se! Hora de comprar ações").
Abby aumentou o percentual de ações de sua carteira de investimentos de 70% para 75%. Diminuiu também de 27% para 22% o percentual de títulos que mantém na sua Bolsa de aplicações. O restante de seu portfólio ficou com commodities.
"A operação ininterrupta do sistema bancário e a reabertura tranquila dos mercados vão trazer de volta a confiança do investidor", disse Abby. "As iniciativas do governo para reduzir a profundidade e a duração das disparidades econômicas ajudarão as ações a melhorar seus preços."
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
'Saldão' de ações levantou a Bolsa de Nova York
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da Folha de S.Paulo, em Nova York
A queda recorde de 14,26% da semana passada foi compensada em parte ontem com a alta de 4,47% do índice Dow Jones da Bolsa de Valores de Nova York. O índice fechou o dia em 8.603,86 pontos. Foi uma recuperação de 368,05 pontos. Na semana passada inteira a queda havia sido de 1.369,70 pontos.
Ainda faltam, portanto, cerca de 1.000 pontos para o mercado voltar ao patamar anterior ao dos ataques terroristas do dia 11.
A razão para a recuperação quase inesperada de ontem foi o fato de muitos investidores terem considerado que o preço das ações já teria chegado a um ponto baixo demais, mesmo considerando o estado da economia dos EUA e a iminência de um conflito bélico por causa dos atentados terroristas.
Depois do dia 11, a Bolsa de Nova York passou quatro dias fechada. Na reabertura, dia 17 (segunda-feira da semana passada), as ações começaram a perder valor sem parar, mesmo depois de várias intervenções dos governos de países desenvolvidos.
Ontem, ocorreu o inverso. Aparentemente não houve uma ação governamental direta para influir na decisão dos investidores. Mas surgiram vários sinais indiretos que tiveram alguma relação com a melhora dos preços das ações.
Logo cedo, o presidente dos EUA, George W. Bush, deu uma entrevista dizendo que estava congelando os bens de várias pessoas e grupos que supostamente seriam ligados a Osama bin Laden _acusado de ser o responsável pelos ataques do dia 11.
Mas o principal sinal foi Bush ter reduzido ainda mais o tom belicoso de suas declarações anteriores. Ficou no mercado a sensação de que a guerra, se vier, será relativamente limitada geograficamente.
Também ontem veio de Washington a notícia sobre a intenção do Congresso de preparar um pacote de corte de impostos e outras medidas de estímulo econômico, no valor total de US$ 100 bilhões. Esse alívio fiscal se somaria a outro que já foi votado no passado e prevê o corte de US$ 70 bilhões na arrecadação.
No final do dia, além da alta no índice Dow Jones (que mede a variação de 30 ações consideradas as mais importantes do mercado, as "blue chips"), outros dois indicadores mostraram que o mercado estava comprador.
O índice Nasdaq (Bolsa que concentra as ações de empresas de alta tecnologia) subiu 76,21 pontos (5,35%), fechando em 1.499,40 pontos. O S&P 500 (Standard & Poor's 500, que contém ações de 500 empresas) também teve alta (37,65 pontos ou 3,90%) e fechou em 1.003,45 pontos.
Na semana passada, esses índices tinham registrado quedas. O Nasdaq havia perdido 16%. O S&P 500 caiu 12%.
A influente estrategista Abby Joseph Cohen, da Goldman, Sachs & Co., divulgou nota para investidores com o seguinte título: "Stand Up! Time to Buy Stocks" ("Levantem-se! Hora de comprar ações").
Abby aumentou o percentual de ações de sua carteira de investimentos de 70% para 75%. Diminuiu também de 27% para 22% o percentual de títulos que mantém na sua Bolsa de aplicações. O restante de seu portfólio ficou com commodities.
"A operação ininterrupta do sistema bancário e a reabertura tranquila dos mercados vão trazer de volta a confiança do investidor", disse Abby. "As iniciativas do governo para reduzir a profundidade e a duração das disparidades econômicas ajudarão as ações a melhorar seus preços."
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