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25/09/2001 - 17h42

EUA estudam pacote de US$ 100 bi para estimular a economia

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da Folha Online*

Os Estados Unidos preparam um pacote de estímulo à economia que pode chegar a US$ 100 bilhões. O pacote viria sob a forma de corte de impostos, aumento dos gastos públicos e subsídios para o consumo.

Senadores norte-americanos avaliam que pacote deve ser de curto prazo, porém robusto em com forte impacto na economia. Eles participaram hoje de reunião a portas fechadas no comitê de Finanças com o presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan, e o ex-secretário do Tesouro Robert Rubin (governo Clinton).

Nenhuma decisão foi tomada, mas uma ajuda de US$ 100 bilhões chegou a ser cogitada, segundo os senadores.

O líder do Partido Republicano na Câmara, Dick Armey, disse que uma das medidas estudadas seria um corte nos impostos. Ele afirmou ainda que o assessor econômico da Casa Branca, Lawrence Lindsey, se mostrou favorável à idéia. A expectativa de Armey é que o pacote seja aprovado no Congresso dos EUA até o final do ano parlamentar.

US$ 100 bilhões
Os legisladores disseram não ter certeza se o pacote de até US$ 100 bilhões incluiria alguns dos estímulos que já esperam por aprovação. O presidente do Comitê de Finanças, Max Baucus, democrata de Montana, entretanto, salientou que a nova proposta surgiu no contexto de medidas adicionais.

Baucus afirmou que a prioridade número um é restabelecer a confiança dos consumidores e dos investidores na economia americana. Ele salientou que os legisladores comportam-se de forma cautelosa e esperam novas informações da economia para tomar decisões porque "já há muitas medidas à espera de aprovação", disse.

"Os legisladores disseram que estão preocupados com o fato de os benefícios de um pacote virem a ser anulados com o aumento das taxas de juros de longo prazo, entre elas as do financiamento habitacional que são influenciadas pelos empréstimos do governo e pelos balanços"

Na semana passada, Greenspan encorajou o Congresso a repelir um pacote, que incluiria suspensão de impostos para incentivar novos investimentos e novas despesas dos consumidores, até surgirem notícias novas e consistentes sobre a gravidade do impacto causado pelos atentados de 11 de setembro à economia.

Segurança
O Congresso já aprovou US$ 40 bilhões em despesas adicionais para reforçar a segurança e fazer frente aos ataques. Os congressistas também aprovaram um pacote emergencial de US$ 15 bilhões para ajudar o setor aéreo a recuperar-se do golpe às suas operações e à sua credibilidade frente aos passageiros. O Pentágono espera ter a liberação de US$ 30 bilhões para pagar a campanha contra aqueles que estão por trás dos atentados.

Impostos
Além disso, outros US$ 70 bilhões serão liberados através da suspensão de impostos a partir do ano que vem. Neste ano, US$ 38 bilhões retornaram aos contribuintes como uma parte do pacote de redução dos impostos em US$ 1,3 trilhão autorizado pelo presidente George W.Bush no início deste ano.

Federal Reserve
O Federal Reserve também tem trabalhado para estimular a economia e a confiança dos consumidores através de cortes na taxa de juros de curto prazo. O Fed realizou oito cortes no ano passado e reduziu em meio ponto percentual na segunda-feira da semana passada, quando o mercado financeiro reabriu pela primeira vez depois dos ataques.

Muitos economistas acreditam que o Fed poderia fazer um novo movimento quando os governantes se encontrarem no dia 2 de outubro.

Congresso
Enquanto isso, a Câmara dos Deputados, controlada pelo partido republicano, estuda cortes no imposto que incide sobre os lucros sobre capital no processo de venda de ações e outros ativos, conforme relatou o líder Dick Armey, do Texas. Ele acrescentou que o conselheiro econômico da Casa Branca Lawrence Lindsey mostra-se favorável a cortes em impostos e afirmou ter imaginado que o Congresso poderia promulgar um pacote antes de o atual período legislativo encerrar-se no fim de outubro.

Mas os democratas, que controlam o Senado, argumentaram que cortando o imposto sobre lucros sobre capital poderia aumentar as vendas de ações no mercado de capitais, que já sofre quedas agudas.

Os democratas preferem descontos nas taxas que incidem sobre a folha de pagamento paga pela Seguridade Social. Eles argumentam que isso ajudaria os trabalhadores com os menores salários, que não devem ter sido beneficiados com os descontos nas taxas do imposto de renda realizados neste ano e que totalizaram US$ 38 bilhões.

Tanto Baucus quanto Grassley dizem que não estão claras as medidas que um novo pacote adotaria. Por ora, os efeitos das variadas propostas, entre elas cortes nos impostos e descontos no imposto sobre folha de pagamento, estão sendo avaliados pela equipe do Comitê de Finanças.

* Colaborou Reuters e a versão eletrônica do "The New York Times"

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