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26/09/2001 - 20h47

BC vai exigir mais capital dos bancos para suportar risco cambial

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SANDRA MANFRINI
da Folha Online, em Brasília

O CMN (Conselho Monetário Nacional) decidiu hoje restringir a exposição cambial líquida das instituições financeiras, para tentar reduzir ainda mais a cotação do dólar no Brasil.

A medida, anunciada há pouco, é "prudencial", segundo o diretor de Normas do Banco Central, Sérgio Darcy.

Na prática, para que os bancos mantenham o nível atual de suas aplicações em dólar, eles terão que ter um patrimônio líquido maior que o exigido hoje. A regra entra em vigor amanhã e os bancos terão 15 dias para adaptação.

"O custo de operar com o câmbio aumentou", admitiu Darcy.

A legislação atual permite que os bancos tenham até 60% do seu Patrimônio Líquido Ajustado (PLA) aplicados em dólar. Esse limite não muda. No entanto, o CMN aumentou o peso da exposição cambial para o cálculo do patrimônio líquido exigido.

Até hoje, se as instituições tivessem apenas 20% do seu PLA expostos ao risco cambial, elas não precisavam aumentar o seu capital.

O que excedesse a esse percentual, até o limite de 60%, seria multiplicado por um fator de cálculo do risco da operação. Neste caso, o fator estava fixado em 0,33 e agora foi ampliado para 0,50.

Além da elevação do fator, o CMN reduziu o limite de isenção.

Ou seja, as instituições que tiverem apenas 5% do seu PLA expostos em câmbio estarão livres de um aumento do patrimônio, e não mais aquelas com 20% de exposição.

Se passar desse limite, o cálculo para medir o risco levará em conta todo o percentual do PLA exposto ao risco cambial.

Por exemplo, se uma instituição tinha um PLA de R$ 100 milhões e, desse total, R$ 60 milhões estava aplicado em câmbio, a exposição era de 60%.

Pela regra atual, até 20% não havia exigência de capital. Os 40% restantes seriam multiplicados pelo fator 0,33, o que exigiria um aumento do capital de R$ 12 milhões.

Com a regra atual, o mesmo banco para carregar a mesma exposição líquida em câmbio, deverá ter um PLA maior. Isto porque, o fator é de 0,50 e será multiplicado pelo valor total de R$ 60 milhões aplicados em dólar, o que vai exigir um aporte a mais de R$ 30 milhões da instituição.


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