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29/09/2001
-
10h14
CLAUDIA ROLLI
da Folha de S.Paulo
Empresários e funcionários das companhias aéreas vão pressionar o governo a negociar um pacote de incentivos fiscais para o setor de aviação. Sem condições para ampliar a competitividade, as empresas ameaçam demitir.
Os trabalhadores, por sua vez, podem iniciar uma onda de paralisações nas companhias para evitar as dispensas.
Os cortes devem atingir cerca de 8.000 empregados até o final deste ano, informa o Sindicato dos Aeroviários de São Paulo. "Desde janeiro foram mais de 4.000 demissões só em São Paulo. E, após o atentado aos Estados Unidos, essa situação deve se agravar. A Táxi Líder Aéreo, de Minas Gerais, vai diminuir a jornada e os salários de 200 de seus 1.000 funcionários durante 90 dias", disse Uébio José da Silva, presidente da entidade.
O presidente da Varig, Ozires Silva, afirmou ontem que representantes do setor se reunirão com o ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, na próxima semana para entregar um documento pedindo a reestruturação do setor - com a redução de impostos, políticas e melhores condições reestruturação do setor.
Anteontem, o ministro afirmou que o governo não vai colocar dinheiro à disposição do setor para socorrer as aéreas.
Sem adiantar detalhes do documento, Ozires Silva afirmou que as empresas têm de ter melhores "condições" para atuar.
"Não vamos pedir ajuda, socorro financeiro. Pedimos carga tributária menor, condições que outros países oferecem às companhias, liberdade de operação", disse o presidente da Varig.
Segundo ele, as companhias nacionais têm prejuízo superior a R$ 1 bilhão. "Nos últimos 14 meses a desvalorização do dólar já passou dos 50%. Com esses fatores e a carga tributária cobrada das empresas, não há como sobreviver. Não somos nós empresários a razão das demissões."
Após uma reunião entre empresários e sindicalistas ontem, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, afirmou que uma trégua de dez dias foi feita suspendendo as demissões no setor.
Mas o acordo informal, segundo Ozires Silva, não vale para os 1.750 cortes já anunciados pela Varig -cerca de 10% do total de empregados.
As demissões podem chegar a 4.000 considerando os trabalhadores da empresa Sata, do grupo da Varig, informou o sindicato.
Segundo o presidente da SNEA (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas), George Ermakoff, não é possível avaliar ainda o tamanho do prejuízo após o atentado nos EUA. "Mas, no tráfego aéreo internacional, houve redução de 10% a 15% na demanda. A taxa média de ocupação já caiu de 75% em 2000 para 65% em 2001, antes do atentado."
Empresas aéreas ameaçam demitir
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da Folha de S.Paulo
Empresários e funcionários das companhias aéreas vão pressionar o governo a negociar um pacote de incentivos fiscais para o setor de aviação. Sem condições para ampliar a competitividade, as empresas ameaçam demitir.
Os trabalhadores, por sua vez, podem iniciar uma onda de paralisações nas companhias para evitar as dispensas.
Os cortes devem atingir cerca de 8.000 empregados até o final deste ano, informa o Sindicato dos Aeroviários de São Paulo. "Desde janeiro foram mais de 4.000 demissões só em São Paulo. E, após o atentado aos Estados Unidos, essa situação deve se agravar. A Táxi Líder Aéreo, de Minas Gerais, vai diminuir a jornada e os salários de 200 de seus 1.000 funcionários durante 90 dias", disse Uébio José da Silva, presidente da entidade.
O presidente da Varig, Ozires Silva, afirmou ontem que representantes do setor se reunirão com o ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, na próxima semana para entregar um documento pedindo a reestruturação do setor - com a redução de impostos, políticas e melhores condições reestruturação do setor.
Anteontem, o ministro afirmou que o governo não vai colocar dinheiro à disposição do setor para socorrer as aéreas.
Sem adiantar detalhes do documento, Ozires Silva afirmou que as empresas têm de ter melhores "condições" para atuar.
"Não vamos pedir ajuda, socorro financeiro. Pedimos carga tributária menor, condições que outros países oferecem às companhias, liberdade de operação", disse o presidente da Varig.
Segundo ele, as companhias nacionais têm prejuízo superior a R$ 1 bilhão. "Nos últimos 14 meses a desvalorização do dólar já passou dos 50%. Com esses fatores e a carga tributária cobrada das empresas, não há como sobreviver. Não somos nós empresários a razão das demissões."
Após uma reunião entre empresários e sindicalistas ontem, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, afirmou que uma trégua de dez dias foi feita suspendendo as demissões no setor.
Mas o acordo informal, segundo Ozires Silva, não vale para os 1.750 cortes já anunciados pela Varig -cerca de 10% do total de empregados.
As demissões podem chegar a 4.000 considerando os trabalhadores da empresa Sata, do grupo da Varig, informou o sindicato.
Segundo o presidente da SNEA (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas), George Ermakoff, não é possível avaliar ainda o tamanho do prejuízo após o atentado nos EUA. "Mas, no tráfego aéreo internacional, houve redução de 10% a 15% na demanda. A taxa média de ocupação já caiu de 75% em 2000 para 65% em 2001, antes do atentado."
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