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01/10/2001
-
07h43
MARIA CRISTINA FRIAS
da Folha de S.Paulo
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou a semana com valorização de 2,08%, mas, embora alguns analistas considerem que ainda há um pequeno espaço para subir, boa parte do mercado afirma que esse movimento de alta não deve se manter.
"Ainda há muitas incertezas. Nos próximos dias, a Bolsa poderá estar mais positiva, mas deverá ser uma melhora pontual, diz o diretor de renda variável do HSBC Brain, Lúcio Graccho.
Ele lembra que a percepção de risco soberano aumentou por não se conhecer o impacto do desaquecimento global e da operação bélica anunciada pelos EUA.
Com a volatilidade, analistas recomendam continuar com ações de empresas exportadoras com liquidez e bom fluxo em dólar. As de alimentos têm a vantagem de seus produtos serem consumidos mesmo com retração econômica.
Eles também sugerem papéis de bancos, que costumam ganhar em qualquer cenário e devem ter lucros excelentes pela exposição em dólar. Outra opção é Petrobras, cujos preços acompanham os preços internacionais.
Embora o lucro das empresas deva cair entre 10% e 15%, segundo previsões do mercado, a reação da Bolsa "é sempre mais dinâmica do que a revisão dos resultados", afirma Saulo Holzmann, da Fundação Cesp.
Segundo cálculos de Holzmann, sem alteração dos resultados, o indicador EV/Ebitda (que mede o quanto a empresa se financia em relação ao que gera de caixa) das empresas que compõem o Ibovespa caiu para 3,9%. "Um dos menores dos últimos seis anos."
Esse quadro recomenda ficar fora de Bolsa, principalmente a quem acredita em piora de cenário. "Não há nada que faça a Bovespa reagir no curto prazo", diz Holzmann.
Por outro lado, "não deve cair abaixo dos 9.000 pontos", diz Graccho. "Não adianta trocar ações por um ganho de cerca de 18% que a renda fixa oferece ao ano porque a Bolsa deve melhorar lá na frente. Quem joga a toalha durante as crises sai perdendo."
Tanto Graccho quanto Holzmann dizem que quem gosta de risco e pode esperar por lucros "deve atentar para as oportunidades". "Mas precisa medicar o estômago", brinca o diretor do HSBC.
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
Cenário de guerra gera incerteza nas Bolsas
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A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou a semana com valorização de 2,08%, mas, embora alguns analistas considerem que ainda há um pequeno espaço para subir, boa parte do mercado afirma que esse movimento de alta não deve se manter.
"Ainda há muitas incertezas. Nos próximos dias, a Bolsa poderá estar mais positiva, mas deverá ser uma melhora pontual, diz o diretor de renda variável do HSBC Brain, Lúcio Graccho.
Ele lembra que a percepção de risco soberano aumentou por não se conhecer o impacto do desaquecimento global e da operação bélica anunciada pelos EUA.
Com a volatilidade, analistas recomendam continuar com ações de empresas exportadoras com liquidez e bom fluxo em dólar. As de alimentos têm a vantagem de seus produtos serem consumidos mesmo com retração econômica.
Eles também sugerem papéis de bancos, que costumam ganhar em qualquer cenário e devem ter lucros excelentes pela exposição em dólar. Outra opção é Petrobras, cujos preços acompanham os preços internacionais.
Embora o lucro das empresas deva cair entre 10% e 15%, segundo previsões do mercado, a reação da Bolsa "é sempre mais dinâmica do que a revisão dos resultados", afirma Saulo Holzmann, da Fundação Cesp.
Segundo cálculos de Holzmann, sem alteração dos resultados, o indicador EV/Ebitda (que mede o quanto a empresa se financia em relação ao que gera de caixa) das empresas que compõem o Ibovespa caiu para 3,9%. "Um dos menores dos últimos seis anos."
Esse quadro recomenda ficar fora de Bolsa, principalmente a quem acredita em piora de cenário. "Não há nada que faça a Bovespa reagir no curto prazo", diz Holzmann.
Por outro lado, "não deve cair abaixo dos 9.000 pontos", diz Graccho. "Não adianta trocar ações por um ganho de cerca de 18% que a renda fixa oferece ao ano porque a Bolsa deve melhorar lá na frente. Quem joga a toalha durante as crises sai perdendo."
Tanto Graccho quanto Holzmann dizem que quem gosta de risco e pode esperar por lucros "deve atentar para as oportunidades". "Mas precisa medicar o estômago", brinca o diretor do HSBC.
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