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31/08/2007 - 10h23

Camargo Corrêa fará casas destinadas à baixa renda

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CRISTIANE BARBIERI
da Folha de S.Paulo

A Camargo Corrêa adotou a estratégia Casas Bahia: vai vender moradias com prestações que cabem no bolso do consumidor --tão baratas quanto as de um carro popular. Para isso, ontem a CCDI (Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário), seu braço de incorporação imobiliária, anunciou a compra de 51% da HM, construtura de moradias populares de Bauru (SP), por R$ 50,6 milhões. É a primeira aquisição da CCDI, que abriu capital em janeiro.

"Estudamos profundamente esse segmento no México, China, África do Sul, Espanha e Turquia", diz Roberto Perroni, diretor-superintendente da CCDI. "Queremos ter participação forte na área e vamos entrar em outros Estados, também por meio de aquisições."

A entrada de grandes construtoras nesse segmento de mercado pode ser considerada um marco, dizem especialistas. "Os apartamentos da CDHU [Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano] custam pouco porque são subsidiados", diz Luiz Pompéia, diretor da Embraesp, empresa especializada em estudos de patrimônio imobiliário. "A partir do momento em que grandes construtoras também miram essa área, significa que o crédito, a recuperação de renda e a confiança do consumidor fazem sentido financeiramente."

Cyrela, Rossi e Gafisa anunciaram recentemente a entrada nessa área. Os preços médios dos imóveis populares dessas empresas, no entanto, são maiores do que os da CCDI.

Inicialmente, a empresa manterá o nome da HM, que é reconhecido no mercado de construções populares. Nos próximos 60 dias, a CCDI decide se criará uma marca própria para a baixa renda.

Os preços das moradias irão variar de R$ 40 mil a R$ 100 mil e o público alvo são famílias que têm renda média de R$ 1.300 por mês. As prestações ficam por volta de R$ 400 mensais.

A CCDI pretende lançar 700 unidades populares em 2007, que representarão R$ 50 milhões em vendas

'Nossas pesquisas indicaram que o consumidor de baixa renda também quer qualidade, boa localização e áreas comuns e sociais', diz Perroni. 'O que ele privilegia mais é a condição de pagamento e por isso faremos prestações tão baixas ou menores que as de um carro.'

Para ele, o anúncio da dilatação dos financiamentos para 30 anos, feito nesta semana pela Caixa Econômica Federal, só ajuda a tendência de fortalecimento do segmento popular.
"Essa é a categoria na qual há maior déficit de moradias no Brasil", diz Pompéia. "Faz sentido as incorporadoras investirem nela."

Na área de incorporação desde 2003, a CCDI dedicava-se apenas a imóveis de alto padrão, com valores médios acima de R$ 400 mil e de médio-alto padrão, superiores a R$ 200 mil. Recentemente, voltou-se também para o chamado segmento econômico, de casas entre R$ 100 mil e R$ 200 mil. Na hora de entrar nos populares, preferiu a aquisição.

"Para garantir a rentabilidade na baixa renda, é importante ter controle sobre a construção e éramos, até então, apenas incorporadores", diz Perroni.

Segundo ele, a empresa pretende crescer não apenas na região metropolitana de São Paulo, como tem estudado aquisições em outros Estados. "A HM tem grande expertise na área, mas nunca teve capital disponível abundante", diz ele. "Agora, poderá crescer de verdade."

Com 30 anos de mercado, a HM já entregou 87 mil moradias populares em cidades como Campinas, São José do Rio Preto, Jundiaí, Barretos e Sumaré. No ano passado, a HM faturou R$ 65 milhões e teve lucro líquido de R$ 9 milhões. Com a aquisição, a CCDI passa a ter R$ 2,15 bilhões de Valor Geral de Vendas (a receita potencial de seus lançamentos).

Os atuais controladores da HM receberão R$ 10,6 milhões, e a CCDI aportará R$ 20 milhões inicialmente e outros R$ 20 milhões quando houver necessidade de novos investimentos. A CCDI tem ainda a opção de compra de mais 30% da HM, a ser concretizada no início de 2009. A empresa pretende que 50% de seus lançamentos sejam populares, até 2009.

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