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13/10/2001 - 07h27

Americano só compra produtos essenciais

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da Folha de S. Paulo

As vendas no varejo dos EUA despencaram no mês passado por causa dos ataques terroristas do dia 11 de setembro. Segundo dados do Departamento de Comércio americano, apenas as vendas de remédios, gasolina, alimento e artigos de primeira necessidade fecharam o mês em alta.

A queda nas vendas americanas foi de 2,4% em setembro, quase três vezes superior à expectativa do mercado, que era por uma retração de 0,8%. Com esse resultado, aumenta a preocupação com os efeitos dos atentados na economia.

"Esse número é muito fraco para as vendas no varejo, sugerindo definitivamente uma retração no Produto Interno Bruto", disse Mary Dennis, economista sênior da Merrill Lynch.

O resultado do mês passado, segundo o Departamento do Comércio, é o pior desde fevereiro de 1992, quando os dados sobre vendas no varejo começaram a ser arquivados.

O consumo nos EUA corresponde a cerca 70% do PIB do país. Com resultados positivos até agosto, era o principal fator que impedia o país de entrar em recessão, segundo economistas. Com os atentados, entretanto, as pessoas deixaram de consumir, praticamente comprando apenas itens de primeira necessidade.

Segundo o levantamento, as vendas de alimentos subiram 0,5% e as de remédios e artigos higiênicos, 0,8%. A alta no consumo de gasolina foi de 3%. Esses foram os únicos resultados positivos. Artigos com o materiais de construção e equipamentos eletrônicos foram os que mais recuaram: 2,2% e 1,7%, respectivamente.

"Nesse momento, é grande o temor de que os consumidores estejam se entrincheirando, mas isso agora é muito mais medo do que realidade", disse Oscar Gonzalez, economista do John Hancock Financial Services de Boston.

O Departamento de Comércio revelou que mudou parte de seu modelo estatístico para que essa pesquisa avaliasse todo o impacto dos atentados. A mudança foi em uma parte do modelo que automaticamente suaviza problemas temporários na economia, como enchentes e tornados. Segundo o Departamento, a mudança assegurou que "todos os efeitos dos ataques foram incluídos".

Confiança

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Michigan revelou que a confiança dos consumidores dos EUA aumentou em outubro, apesar do grande número de demissões causadas pelos ataques de 11 de setembro. Os dados da Universidade são considerados pelo mercado como uma prévia do índice de confiança oficial, que sai no fim do mês.

O indicador subiu de 81,8 pontos em setembro para 83,4 pontos em outubro. Apesar da alta, porém, o índice continua no nível mais baixo dos últimos oito anos. Mesmo com a melhora de setembro para outubro, economistas acreditam que o indicador deve permanecer em baixa durante algum tempo.

"A confiança estava em processo de deterioração antes dos ataques. Estamos voltando para o ponto em que as coisas podem permanecer em baixa por algum tempo", disse Jade Zelnik, economista-chefe da Greenwich Capital Markets.

Inflação

O Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA fechou setembro em alta, revelou também ontem o Departamento do Trabalho do país. De acordo com os dados do levantamento, a alta no índice foi de 0,4% no mês passado, a mesma de agosto.

O PPI mede a pressão inflacionária antes que ela atinja o consumidor. Os economistas americanos, entretanto, não estão preocupados com a inflação. Eles acreditam que o desaquecimento na atividade econômica vai evitar que a inflação fique fora de controle.

 

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