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16/10/2001
-
07h42
FÁTIMA FERNANDES e MARCELO BILLI
da Folha de S.Paulo
O dólar mais caro e o receio de viajar ao exterior fizeram consumidores brasileiros de renda alta trocarem lojas no exterior por shoppings centers.
O shopping Iguatemi, em São Paulo, que atende o público com renda superior a R$ 5.000 por mês, registrou aumento nas vendas assim que a cotação do dólar disparou _desde o início deste ano, a moeda norte-americana já subiu 42%.
Em julho, enquanto o dólar avançava, as vendas no Iguatemi cresciam 12,5% na comparação com igual mês de 2000. Em agosto, 15,8%. Em setembro, 12,6%. A expectativa para este mês é de aumento de cerca de 10%.
A indústria do turismo sentiu o impacto da alta do dólar e do medo do terrorismo: no primeiro semestre, as viagens internacionais caíram 6%. Após os atentados de 11 de setembro, a procura por pacotes para o exterior caiu 20%. De janeiro até agosto, os gastos dos brasileiros no exterior caíram 6% em relação ao mesmo período no ano passado _ uma redução de US$ 150 milhões.
A Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens) prevê que essa queda chegue a 40% neste ano. A associação espera, porém, que parte da perda seja compensada pelo turismo interno. A procura por vôos domésticos, que já cresceu 13% no primeiro semestre, informa, pode subir 20% até o final do ano.
A consequência: parte do dinheiro que os brasileiros gastariam lá fora pode ser embolsado pelas empresas brasileiras.
"Estamos surpresos com a reação das vendas a partir de julho", afirma Charles Krell, gerente-geral do Iguatemi. Ele explica: de janeiro a junho, as vendas haviam crescido apenas 3,75% em relação ao mesmo período de 2000.
"Não fizemos nenhuma promoção em setembro. Mesmo assim, as vendas tiveram um crescimento real de 8% sobre setembro do ano passado", afirma Doris Weinberg, superintendente do Shopping Morumbi.
Doris diz que as vendas cresceram, em média, entre 5% e 6% no primeiro semestre deste ano sobre igual período de 2000. Nos meses de julho e agosto, as vendas foram praticamente iguais às dos mesmos meses de 2000.
Para a superintendente do Morumbi, a alta inesperada do faturamento só pode ter uma explicação: quem deixou de viajar está consumindo mais aqui.
Carla Sabato, gerente de marketing do Ibirapuera, diz que o medo de viajar está lotando os shoppings, principalmente nos feriados. Mas não é só isso. Ela lembra que a entrada da coleção primavera-verão em setembro fez o consumo reagir.
Neste mês, segundo ela, o movimento registrado no shopping já é 8% maior do que o do mês passado. O Dia das Crianças, diz, puxou as vendas, mas não só de brinquedos. As lojas de roupas sentiram bom movimento.
Os shoppings Paulista, Plaza Sul e West Plaza registrou aumento de 22% nas vendas de suas lojas do início do ano até agora sobre igual período do ano passado.
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O dólar mais caro e o receio de viajar ao exterior fizeram consumidores brasileiros de renda alta trocarem lojas no exterior por shoppings centers.
O shopping Iguatemi, em São Paulo, que atende o público com renda superior a R$ 5.000 por mês, registrou aumento nas vendas assim que a cotação do dólar disparou _desde o início deste ano, a moeda norte-americana já subiu 42%.
Em julho, enquanto o dólar avançava, as vendas no Iguatemi cresciam 12,5% na comparação com igual mês de 2000. Em agosto, 15,8%. Em setembro, 12,6%. A expectativa para este mês é de aumento de cerca de 10%.
A indústria do turismo sentiu o impacto da alta do dólar e do medo do terrorismo: no primeiro semestre, as viagens internacionais caíram 6%. Após os atentados de 11 de setembro, a procura por pacotes para o exterior caiu 20%. De janeiro até agosto, os gastos dos brasileiros no exterior caíram 6% em relação ao mesmo período no ano passado _ uma redução de US$ 150 milhões.
A Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens) prevê que essa queda chegue a 40% neste ano. A associação espera, porém, que parte da perda seja compensada pelo turismo interno. A procura por vôos domésticos, que já cresceu 13% no primeiro semestre, informa, pode subir 20% até o final do ano.
A consequência: parte do dinheiro que os brasileiros gastariam lá fora pode ser embolsado pelas empresas brasileiras.
"Estamos surpresos com a reação das vendas a partir de julho", afirma Charles Krell, gerente-geral do Iguatemi. Ele explica: de janeiro a junho, as vendas haviam crescido apenas 3,75% em relação ao mesmo período de 2000.
"Não fizemos nenhuma promoção em setembro. Mesmo assim, as vendas tiveram um crescimento real de 8% sobre setembro do ano passado", afirma Doris Weinberg, superintendente do Shopping Morumbi.
Doris diz que as vendas cresceram, em média, entre 5% e 6% no primeiro semestre deste ano sobre igual período de 2000. Nos meses de julho e agosto, as vendas foram praticamente iguais às dos mesmos meses de 2000.
Para a superintendente do Morumbi, a alta inesperada do faturamento só pode ter uma explicação: quem deixou de viajar está consumindo mais aqui.
Carla Sabato, gerente de marketing do Ibirapuera, diz que o medo de viajar está lotando os shoppings, principalmente nos feriados. Mas não é só isso. Ela lembra que a entrada da coleção primavera-verão em setembro fez o consumo reagir.
Neste mês, segundo ela, o movimento registrado no shopping já é 8% maior do que o do mês passado. O Dia das Crianças, diz, puxou as vendas, mas não só de brinquedos. As lojas de roupas sentiram bom movimento.
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