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Pão de Açúcar planeja ampliar rede Assai, comprada por R$ 208 mi
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KAREN CAMACHO
Editora-assistente de Dinheiro da Folha Online
O Grupo Pão de Açúcar informou nesta segunda-feira que pagou R$ 208 milhões por 60% do atacadista Assai e que os dois acertaram em contrato as condições para possível compra dos 40% restantes daqui a quatro anos. Com a fusão, a rede de Abílio Diniz deve converter algumas lojas do Sendas e do CompreBem para a bandeira Assai e seu formato, chamado de "atacarejo".
Segundo o diretor presidente do Grupo Pão de Açúcar, Cássio Casseb, ainda nesta ano duas lojas das bandeiras Sendas ou CompreBem devem se tornar Assai, que atualmente tem 14 lojas em São Paulo.
Para o ano que vem, segundo Abílio Diniz, a rede atacadista deve expandir entre 15 e 20 lojas, considerando novos pontos ou unidades convertidas do Grupo Pão de Açúcar.
Casseb informou que a aquisição de parte do Assai faz parte do planejamento da empresa em atuar no ramo atacadista, que cresce mais de 10% ao ano. "Estamos interessados no crescimento vegetativo, ou seja, investimento e expansão das nossas lojas. Não queremos comprar mercado, adquirir empresas apenas para expandir o market share", afirmou.
O executivo disse ainda que, além do atacado, os outros dois negócios que mais crescem no Brasil são lojas de conveniência, que o grupo investiu com o Extra Fácil, e central de distribuição, inaugurado pela empresa recentemente.
O crescimento dos formatos alternativos, para Abílio Diniz, não reduz ou condena os super e hipermercados, apenas impede que eles cresçam mais. "São formatos competitivos. Muita gente nele e falta consumidor", afirmou.
Apesar de atender também a uma classe de renda mais baixa, Rodolfo Nagai, diretor do Assai, afirmou que a rede atacadista "não vende só para pobre" e que os chamados transformadores, como pequenos varejistas ou restaurantes, além de feirantes e pasteleiros, são o público alvo do Assai.
Diniz afirmou que o Grupo Pão de Açúcar já atende as classes C e D com lojas das bandeiras CompreBem e algumas do Extra e que o Assai é um avanço no modelo de atendimento a esse público. "O formato do Assai, o "atacarejo", atende o atacado, distribuidores e também o varejo. Nós entraríamos nesse formato com ou sem a fusão", afirmou.
Fusão
O negócio entre o Grupo Pão de Açúcar e a rede Assai foi fechada no dia 1º de novembro e anunciado ao mercado na última sexta-feira (2). O pagamento por 60% do atacadista, no valor de R$ 208 milhões, será pago de forma escalonada até o final do ano.
Daqui a quatro anos, o contrato prevê opção de compra por parte do grupo de Abílio Diniz dos 40% restantes ao preço de 35% das vendas líquidas ou sete vezes o EBTDA.
Enquanto isso, dois executivos do Pão de Açúcar vão trabalhar no Assai, que oficialmente continua gerenciado pela atual diretoria.
O faturamento do Assai, que deve fechar este ano em R$ 1,3 bilhão, entra na conta do Pão de Açúcar, o que pode garantir ao grupo a permanência na liderança do setor, ameaçada pelo Carrefour quando ele comprou o Atacadão, também neste ano.
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