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31/10/2001
-
16h28
da Deutsche Welle
O Banco Mundial teceu um quadro sombrio da economia dos países em desenvolvimento no seu recente relatório. A situação é dramática, sobretudo na América Latina, leste da Ásia e países africanos ao sul do Saara.
Os atentados terroristas de 11 de setembro tiveram um efeito fatal sobre a economia. Causarão a morte de mais 20 mil a 40 mil crianças e levarão mais 10 milhões de pessoas à absoluta pobreza.
Só haverá uma recuperação econômica a partir de meados do próximo ano. Tendo em vista a próxima rodada de negociações da OMC (Organização Mundial do Comércio), o Banco Mundial pede aos países ricos que removam suas barreiras comerciais e abram seus mercados aos produtos agrícolas dos países pobres.
''Os atentados terroristas puseram um freio nos motores da economia mundial, que já estavam dando sinais de fraqueza", escreveu Richard Newfarmer, principal autor do relatório do Banco Mundial.
É a primeira vez, desde 1982, que a economia dos Estados Unidos, Europa e Japão recua ao mesmo tempo. Com isso, o comércio mundial irá crescer apenas 1% em 2001, depois de ter aumentado 13% no ano passado.
Exportações afetadas
Os países em desenvolvimento, que vivem das divisas geradas pelas exportações, são os principais afetados. A América Latina e o leste da Ásia sentiram imediatamente o baque da queda do consumo nos Estados Unidos.
A fraca conjuntura na Europa e a queda dos preços das matérias-primas pressionam ainda mais os países da América Latina, Europa Central e os ao sul do Saara.
Menos afetados com a crise são os países do sul da Ásia, que não dependem tanto da economia mundial, e as nações produtoras de petróleo do Oriente Médio e África.
Protecionismo
O relatório do Banco Mundial aponta claramente a disparidade: os países ricos gastam um milhão de dólares por dia em subsídios às suas respectivas agriculturas, soma seis vezes maior que toda a ajuda concedida ao desenvolvimento dos países pobres.
A solução, segundo o Banco Mundial, seria instituir uma ''nova arquitetura global de comércio'': abolir completamente as barreiras comerciais para os países pobres e seus produtos e fomentar o comércio fora do âmbito da OMC.
Os países ricos teriam de abrir seus mercados bilaterais, assim como os países em desenvolvimento deveriam promover mais trocas entre si.
É preciso, também, tomar amplas medidas nos setores da saúde, emprego e comunicações, fomentar a troca de conhecimentos sobre a agricultura e investir mais nas regiões afetadas pela fome.
Apesar do atual quadro negativo, o Banco Mundial estima que as perspectivas dos países pobres são favoráveis. O relatório aponta políticas econômicas mais eficazes, maior poupança, mercados mais abertos e uma maior variedade de produtos e serviços.
Ao concluir o relatório, o economista Nick Stern diz o seguinte: ''Temos hoje a opção: ou continuamos seguindo o caminho da maior abertura, que desde cinco décadas tem proporcionado bem-estar e integração, ou criamos um abismo, colocando em jogo as conquistas do passado''.
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
América Latina vive momento dramático, diz Banco Mundial
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O Banco Mundial teceu um quadro sombrio da economia dos países em desenvolvimento no seu recente relatório. A situação é dramática, sobretudo na América Latina, leste da Ásia e países africanos ao sul do Saara.
Os atentados terroristas de 11 de setembro tiveram um efeito fatal sobre a economia. Causarão a morte de mais 20 mil a 40 mil crianças e levarão mais 10 milhões de pessoas à absoluta pobreza.
Só haverá uma recuperação econômica a partir de meados do próximo ano. Tendo em vista a próxima rodada de negociações da OMC (Organização Mundial do Comércio), o Banco Mundial pede aos países ricos que removam suas barreiras comerciais e abram seus mercados aos produtos agrícolas dos países pobres.
''Os atentados terroristas puseram um freio nos motores da economia mundial, que já estavam dando sinais de fraqueza", escreveu Richard Newfarmer, principal autor do relatório do Banco Mundial.
É a primeira vez, desde 1982, que a economia dos Estados Unidos, Europa e Japão recua ao mesmo tempo. Com isso, o comércio mundial irá crescer apenas 1% em 2001, depois de ter aumentado 13% no ano passado.
Exportações afetadas
Os países em desenvolvimento, que vivem das divisas geradas pelas exportações, são os principais afetados. A América Latina e o leste da Ásia sentiram imediatamente o baque da queda do consumo nos Estados Unidos.
A fraca conjuntura na Europa e a queda dos preços das matérias-primas pressionam ainda mais os países da América Latina, Europa Central e os ao sul do Saara.
Menos afetados com a crise são os países do sul da Ásia, que não dependem tanto da economia mundial, e as nações produtoras de petróleo do Oriente Médio e África.
Protecionismo
O relatório do Banco Mundial aponta claramente a disparidade: os países ricos gastam um milhão de dólares por dia em subsídios às suas respectivas agriculturas, soma seis vezes maior que toda a ajuda concedida ao desenvolvimento dos países pobres.
A solução, segundo o Banco Mundial, seria instituir uma ''nova arquitetura global de comércio'': abolir completamente as barreiras comerciais para os países pobres e seus produtos e fomentar o comércio fora do âmbito da OMC.
Os países ricos teriam de abrir seus mercados bilaterais, assim como os países em desenvolvimento deveriam promover mais trocas entre si.
É preciso, também, tomar amplas medidas nos setores da saúde, emprego e comunicações, fomentar a troca de conhecimentos sobre a agricultura e investir mais nas regiões afetadas pela fome.
Apesar do atual quadro negativo, o Banco Mundial estima que as perspectivas dos países pobres são favoráveis. O relatório aponta políticas econômicas mais eficazes, maior poupança, mercados mais abertos e uma maior variedade de produtos e serviços.
Ao concluir o relatório, o economista Nick Stern diz o seguinte: ''Temos hoje a opção: ou continuamos seguindo o caminho da maior abertura, que desde cinco décadas tem proporcionado bem-estar e integração, ou criamos um abismo, colocando em jogo as conquistas do passado''.
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