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14/11/2001
-
08h10
FÁTIMA FERNANDES
da Folha de S.Paulo
As perspectivas para a economia brasileira pós racionamento de energia, atentados terroristas e crises dos principais parceiros internacionais _EUA e Argentina_ são pessimistas para 2002.
Projeções que a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) acaba de fazer para empresas mostram que, em 2002, o país vai crescer menos do que neste ano e verá subir a sua dívida pública. Sinais ruins para um ano de eleição presidencial, na análise da UFRJ.
Um dado que poderia ser otimista _a expectativa de um saldo comercial de US$ 7 bilhões para 2002_ também perde força, já que, pela análise da universidade, será puxado mais pela queda nas importações do que pelo aumento das exportações brasileiras.
A UFRJ traçou três cenários (otimista, provável e pessimista) para a economia brasileira. No provável, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deve crescer 1,4% em 2002 _0,4 ponto percentual menos do que o crescimento previsto para este ano.
Os economistas da UFRJ entendem que a economia brasileira deve permanecer em ritmo lento até o terceiro trimestre do ano que vem, como reflexo do desempenho do mercado internacional.
"Crescer 1,4% em 2002 é pouco para o Brasil. No início deste ano, antes da virada, falávamos em crescer 4,5% ao ano", diz Antonio Licha, coordenador do grupo de conjuntura do Instituto de Economia da UFRJ.
Nas previsões mais prováveis da universidade, a dívida pública brasileira cresce. Neste ano, a dívida em relação ao PIB, estima, deve ser da ordem de 54,8%. Para 2002, ela sobe para 57,1%.
Esse crescimento, diz Licha, está atrelado ao desempenho do dólar, que deve permanecer elevado. Como 50% da dívida pública brasileira é feita na moeda norte-americana, quanto mais caro o dólar, maior a dívida. A UFRJ estima para o ano que vem o dólar a R$ 2,85, em média. A média deste ano deve ficar em R$ 2,37.
"O reflexo de tudo isso está no risco-Brasil, que vai permanecer elevado no ano que vem", afirma. As taxas de juros, como consequência, diz, devem permanecer altas no país _uma forma de manter os investidores estrangeiros atraídos pelo Brasil. Pela projeção da universidade, a Selic (taxa básica de juros) deve ficar em 18,3% ao ano em 2002.
As previsões da UFRJ também são ruins para o setor industrial. Para 2002, o cenário mais provável é de um crescimento de 0,2% _menor, portanto, do que a expansão esperada pela UFRJ para 2001, de 0,8%.
Brasil cresce menos em 2002, diz UFRJ
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da Folha de S.Paulo
As perspectivas para a economia brasileira pós racionamento de energia, atentados terroristas e crises dos principais parceiros internacionais _EUA e Argentina_ são pessimistas para 2002.
Projeções que a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) acaba de fazer para empresas mostram que, em 2002, o país vai crescer menos do que neste ano e verá subir a sua dívida pública. Sinais ruins para um ano de eleição presidencial, na análise da UFRJ.
Um dado que poderia ser otimista _a expectativa de um saldo comercial de US$ 7 bilhões para 2002_ também perde força, já que, pela análise da universidade, será puxado mais pela queda nas importações do que pelo aumento das exportações brasileiras.
A UFRJ traçou três cenários (otimista, provável e pessimista) para a economia brasileira. No provável, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deve crescer 1,4% em 2002 _0,4 ponto percentual menos do que o crescimento previsto para este ano.
Os economistas da UFRJ entendem que a economia brasileira deve permanecer em ritmo lento até o terceiro trimestre do ano que vem, como reflexo do desempenho do mercado internacional.
"Crescer 1,4% em 2002 é pouco para o Brasil. No início deste ano, antes da virada, falávamos em crescer 4,5% ao ano", diz Antonio Licha, coordenador do grupo de conjuntura do Instituto de Economia da UFRJ.
Nas previsões mais prováveis da universidade, a dívida pública brasileira cresce. Neste ano, a dívida em relação ao PIB, estima, deve ser da ordem de 54,8%. Para 2002, ela sobe para 57,1%.
Esse crescimento, diz Licha, está atrelado ao desempenho do dólar, que deve permanecer elevado. Como 50% da dívida pública brasileira é feita na moeda norte-americana, quanto mais caro o dólar, maior a dívida. A UFRJ estima para o ano que vem o dólar a R$ 2,85, em média. A média deste ano deve ficar em R$ 2,37.
"O reflexo de tudo isso está no risco-Brasil, que vai permanecer elevado no ano que vem", afirma. As taxas de juros, como consequência, diz, devem permanecer altas no país _uma forma de manter os investidores estrangeiros atraídos pelo Brasil. Pela projeção da universidade, a Selic (taxa básica de juros) deve ficar em 18,3% ao ano em 2002.
As previsões da UFRJ também são ruins para o setor industrial. Para 2002, o cenário mais provável é de um crescimento de 0,2% _menor, portanto, do que a expansão esperada pela UFRJ para 2001, de 0,8%.
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