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08/01/2008 - 15h35

Governo americano estuda plano anti-recessão

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da France Presse, em Washington

A Casa Branca está estudando um plano de retomada para conter o risco crescente de recessão nos Estados Unidos, mas os analistas advertem que, desta vez, as reduções de impostos não serão suficientes.

Os sinais de recessão vêm aparecendo em intervalos regulares na primeira economia mundial desde a crise financeira do terceiro trimestre de 2007. Mas sexta-feira as preocupações redobraram com o anúncio do governo de um aumento de 5% do desemprego em dezembro.

"A questão agora já não é mais saber se será preciso um estímulo econômico. A questão é certa", escreveu segunda-feira o ex-secretário do Tesouro Lawrence Summers no "Financial Times".

O temor é que a crise deixe suas marcas se os consumidores gastarem menos, reduzindo assim a atividade das empresas. O crescimento, que chegou a 5% em meados de 2007, pode se debilitar, segundo inúmeros economistas.

Para impedir uma crise, o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) se comprometeu a reduzir rapidamente suas taxas de juros. Mas os analistas destacam que algumas medidas fundamentais fogem a seu controle.

"Um estímulo orçamentário seria a maneira mais rápida e mais confiável de encorajar o crescimento a curto prazo", afirmou Summers.

A administração americana está preparando um plano de retomada que deve ser anunciado pelo presidente, George W. Bush, no discurso do State of Union, em 28 de janeiro, segundo informações da imprensa.

"Nossa meta mais imediata é minimizar o impacto sobre a economia da crise financeira", afirmou nesta segunda-feira o secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, afirmando a "importância crucial de manter a economia o mais forte possível na medida em que os EUA forem absorvendo a correção imobiliária."

A questão é, depois, saber quais medidas privilegiar.

Em seus últimos discursos, Bush deu a entender que é a favor das reduções de impostos. Mas isso não gerou entusiasmo entre os analistas. "Fundamentar sua política fiscal sobre alguma coisa temporária como a crise dos subprimes não faz muito sentido", disse Michael Swanson, do banco Wells Fargo.

Outros lançam críticas mais políticas. "Um plano de retomada é em princípio constituído de medidas temporárias. Prolongar as reduções de impostos é completamente inadequado, é utilizar a desculpa da recessão para promover seu programa", disse Jared Bernstein, do Economic Policy Institute --próximo dos democratas.

O presidente republicano sempre repetiu que queria tornar permanentes as reduções de impostos, muito criticadas pelos democratas, que as consideram injustas, e que devem expirar em 2010-2011.

"Por enquanto, gastar diretamente nos garantiria sem dúvida mais do que reduzir os impostos", afirmou Bernstein.

Os defensores do plano de retomada destacam que ele deve preencher três critérios para ser eficaz: ter foco nos menos ricos, ser aplicado rapidamente e ser temporário. Uma das medidas mais citadas é aumentar a duração ou a quantia dos seguros-desempregos.

"Seria prudente ter pronto um programa de extensão dos seguros-desemprego, caso o mercado de trabalho se agrave fortemente", disse Chad Stone, chefe dos economistas do Center on Budget and Policy Priorities.

A ajuda pode também passar por outros canais, principalmente a assistência direta aos Estados que tiveram receitas bem menores com a crise imobiliária. Isto teria um custo elevado: as estimativas vão até US$ 100 bilhões.

Mas "adotar estas medidas seria mais prudente que esperar os desgastes extras tornarem inevitável um plano ainda maior", opinou Summers.

 

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