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27/11/2001 - 08h25

Três gigantes vivem freada sincronizada

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MARCELO BILLI
da Folha de S.Paulo

Desde 1930, quando a economia mundial viveu sua mais severa crise, as três maiores potências do mundo não enfrentavam uma recessão tão sincronizada como a que deve marcar este ano.

Os economistas do NBER anunciaram que os EUA estão em recessão desde março. O governo japonês já admitiu que a economia do país vai diminuir em 2001. Endividado, o país asiático viu ontem a Fitch cortar sua avaliação de risco (de AA+ para AA).

A zona do euro cresceu a uma taxa de 1,7% no segundo trimestre _último dado disponível_, mas a produção industrial da região caiu 0,6% em setembro.

Para os economistas, uma taxa de crescimento mundial menor que 2% caracteriza recessão global. Depois de 1930, os analistas apontam pelo menos três períodos de recessão: 1975 (1,9%); 1982 (1,2%) e 1991 (1,4%).

Em todos esses períodos, no entanto, pelo menos uma das três maiores economias do mundo parecia mais saudável ou crescia mais que as demais. Em 1975, os japoneses lamentavam o fim do período de ouro em que a economia se expandia quase 10%, mas o Japão cresceu em média 3,6% entre 1973 e 1975. Em 1974, quando o PIB do país caiu, foi a vez de a Europa crescer, ainda que à taxa modesta de 1,7%.

Em outro período de recessão mundial (1980-1982), o país cresceu, em média, 4,4% ao ano. No ano de 1982, quando a economia norte-americana encolheu 2,5%, o Japão cresceu 2,8%.

Em 1991, a economia dos EUA teve seu último abalo antes dos dez anos de crescimento que acabaram em 2001. Naquele mesmo ano, no entanto, a Europa e as economias emergentes cresceram. Quando a crise bateu às portas dos países emergentes, a partir de 1997, os EUA já desfrutavam de um período prolongado de crescimento, que acabou neste ano.

Os economistas não ousam levar muito além a comparação entre 2001 e 1929. A crise que arrastou o mundo na década de 30 fez desaparecer quase um terço do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos em três anos.

Há 70 anos, lembram os analistas, não existiam os organismos multilaterais que, hoje, teoricamente, podem evitar que a crise se prolongue e ajudar as economias a enfrentar os tempos difíceis.

Membros do FMI, do Banco Mundial e do G7 (grupo dos sete países mais ricos do mundo) já manifestaram a disposição de injetar o dinheiro necessário para reativar economias desenvolvidas e para ajudar a proteger os países emergentes que enfrentarem choques muito fortes.

 

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