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17/02/2008 - 08h43

Polícia Federal não enviou reforço no caso de furto na Petrobras

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SERGIO TORRES
da Folha de S.Paulo, em Macaé (RJ)

A Superintendência da Polícia Federal do Rio arquivou o ofício em que a presidente do inquérito que apura o roubo de material de informática com dados secretos da Petrobras, Carla de Melo Dolinski, pedia reforço material e de pessoal para as investigações.

O ofício foi encaminhado pela delegada, diretora interina da Delegacia da PF em Macaé, à Drex (Delegacia Regional Executiva), cujo titular, delegado Marcos Fernandes, responde, na hierarquia, apenas ao superintendente Jacinto Caetano.

Assim que abriu o inquérito, no último dia 7, a delegada constatou que, com a carência de recursos e funcionários da Delegacia da PF em Macaé, seria difícil avançar nas investigações de um caso complexo, com suspeita de que tenha havido espionagem industrial.

O ofício em que ela pedia reforço chegou à sede da PF no Rio no último dia 8, um depois da abertura de inquérito. Não foi dado atenção ao documento. Por ordem de Fernandes, o ofício foi arquivado, embora a Petrobras já tivesse alertado a PF sobre a presença de dados estratégicos e sigilosos nos equipamentos furtados.

O roubo do material, em um contêiner que percorreu o trajeto entre a bacia de Santos e Macaé, foi registrado na superintendência da PF no dia 1º, na sede do Rio. Como era véspera de Carnaval, ficou decidido que a abertura de inquérito poderia esperar um pouco. Ela aconteceu no dia 7, em Macaé.

Com o vazamento das informações sobre o furto na Petrobras, na última quinta (dia 14), o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, procurou saber o que estava sendo feito e o estágio das investigações.

No dia seguinte, de manhã, ele conversou por telefone com o superintendente Caetano, de quem ouviu que as apurações estavam em uma espécie de estaca zero, mesmo após duas semanas do registro do roubo.

Corrêa exigiu providências de Caetano, que entrou em contato com a delegada. Ouviu dela que tinha dificuldades em investigar o caso por causa da falta de pessoal e de recursos. Falou que pedira reforço à Drex, mas sem obter resposta.

O superintendente procurou saber na Drex o que havia ocorrido. Descobriu que Fernandes, seu homem de confiança, havia vetado o pedido da presidente do inquérito. Ao comunicar esse fato ao diretor-geral, ouviu dele queixas a respeito da suposta inépcia da Drex e da superintendência no caso.

O diretor-geral da PF também determinou a Caetano que proibisse a delegada de dar entrevistas, o que ela fizera na véspera. E determinou a formação de um grupo de trabalho de apoio aos investigadores em Macaé. A ordem passou a ser dar agilidade ao inquérito.

Em entrevista à Folha na quinta, a delegada chegou a falar sobre a falta de pessoal, mas preferiu não se aprofundar quando questionada. "A gente tem carência de pessoal", limitou-se a responder Dolinski.

A Folha tentou ontem, sem sucesso, falar de novo com a delegada. Tentou também contato com o superintendente da PF no Rio e o delegado da Drex, mas nenhum foi localizado.

Comentários dos leitores
José Renato Carollo (7) 29/02/2008 23h39
José Renato Carollo (7) 29/02/2008 23h39
caros , fiz um comentário que mais uma vez nao foi publicado. creio que deveria haver um 'log' de comentários nao publicados, incluindo o nome do usuário mas nao incluindo o comentário em si, e explicando o porque nao foi publicado.
Entendo que haja precaucoes , especialmente desde o caso da igreja universal, mas a forma presente , que nao identifica comentarios nao publicados nao é transparente. por favor, tornem o processo de aprovacao/nao aprovacao MAIS transparente.
obrigado.
José Renato
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José Renato Carollo (7) 29/02/2008 16h11
José Renato Carollo (7) 29/02/2008 16h11
Que conveniente encontrarem um esquema de roubo de lap tops. Como no caso de Celson Daniel , a polícia fica ansiosa para justificar o 'crime comum'. Uma vergonha um delegado da Polícia Federal decidir pelo crime comum, sabendo que há bandidos que aceitam dinheiro para assumir 'broncas'. Falta só falar que todo mundo na Petrobrás transporta lap tops em caminhoes, junto com talao de cheque e blackberry. Práticas normais no mundo dos negócios.
Nunca houve tantos crimes comuns no Brasil relacionados a política como no Governo Lula.
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Eduardo Petrucci Gigante (185) 29/02/2008 09h11
Eduardo Petrucci Gigante (185) 29/02/2008 09h11
Com que então guilhotinaram a guilhotina da Abin. Que pena. Mas se era uma concorrência dirigida - a única que se tem notícia (sic) - fizeram muito bem. Afinal, ninguém deve duvidar da retidão desse sistema de Pregão Eletrônico.
Antigamente tinhamos um Serviço Nacional de Informações, SNI, que era um serviço que procurava por informações estratégicas. Agora temos a Agência Brasileira de Inteligência, ABIN, que deve ser a agência que procura inteligência. Que, pelo visto, anda difícil de encontrar...
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