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21/03/2002 - 09h19

Empréstimos à Argentina foram inúteis, dizem EUA

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MARCIO AITH
Enviado especial da Folha de S.Paulo a Monterrey

O secretário do Tesouro dos EUA, Paul O'Neill, disse ontem que os últimos pacotes do FMI (Fundo Monetário Internacional) para a Argentina foram gastos inutilmente e sinalizou que novos recursos não virão logo.

As declarações de O'Neill foram feitas pouco antes de o subsecretário de assuntos econômicos do Itamaraty, Clodoaldo Hugueney, fazer um apelo para que a comunidade internacional retome empréstimos ao governo do presidente Eduardo Duhalde.

Numa das sessões oficiais do evento, Hugueney disse que a situação da Argentina é "dramática" e esclareceu que o país merece o "apoio imediato da comunidade internacional". Ao explicar a resistência dos EUA em autorizar a retomada de empréstimos do Fundo à Argentina, O'Neill lembrou que os pacotes concedidos ao país desde 2001 não recolocaram o país na rota de crescimento.

"Eu tenho uma pergunta para você", retrucou O'Neill ao ser indagado pela Folha sobre a natureza da resistência norte-americana com relação à Argentina. "Quanto [dinheiro] será que basta?"

O'Neill disse que "não há ninguém mais interessado" no bem-estar da população argentina quanto o governo George W. Bush. Explicou que, apesar da relutância técnica do Tesouro norte-americano, os EUA sempre estiveram dispostos a "conceder auxílio técnico e a dar sugestões" ao presidente Eduardo Duhalde.

O'Neill não fez comentários sobre novos recursos e traçou um relato extremamente negativo a respeito dos últimos três pacotes de ajuda ao país. "Em novembro de 2000, quando [Bill" Clinton ainda era o presidente dos EUA e o secretário do Tesouro era Lawrence Summers, a situação da Argentina era muito crítica. Eles apoiaram um programa do FMI que, no total, em recursos públicos e privados, era de US$ 43 bilhões. Em abril de 2001, a Argentina estava sem dinheiro de novo", afirmou O"Neill, irritado. "Então, o FMI apresentou uma proposta que dizia que a Argentina precisava de mais US$ 20 bilhões. Depois disso, sabemos o que aconteceu. Eu tenho uma pergunta para você? Quando será que basta?"

O secretário norte-americano encontra-se hoje com o ministro da Economia da Argentina, Jorge Lenicov.

Leia mais no especial sobre Argentina
 

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