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11/04/2002 - 09h13

Serra vai a FHC pedir gasolina mais barata

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ELIANE CANTANHÊDE
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, pediu ao presidente Fernando Henrique Cardoso e ao chefe da Casa Civil, Pedro Parente, que interviessem na Petrobras a fim de evitar uma escalada de preços da gasolina.

Serra foi ao Planalto na quinta-feira passada -dia seguinte ao do aumento de 10,08% da gasolina nas refinarias, o terceiro em 35 dias. Conversou separadamente com FHC e com Parente.

Ontem, menos de uma semana depois da ida de Serra ao Planalto, o presidente da Petrobras, Francisco Gros, admitiu rever o chamado "gatilho" -ou seja, a política de reajustes da gasolina nas refinarias a cada 15 dias, sempre que houver uma oscilação acima de 5%, em média, nos preços internacionais.

Quando foi reclamar com FHC, Serra estava preocupado com o repasse automático para as bombas, com os eventuais reflexos na inflação e com o efeito negativo de tudo isso na sua campanha. "Um desastre", comentava ele com assessores, antes de ir ao Planalto.

Os argumentos de Serra com FHC e em especial com Parente, porém, foram essencialmente técnicos. Segundo ele, entre 70% e 80% do petróleo consumido no país é produzido internamente e, por isso, não faz sentido aumentar os preços de acordo com o mercado internacional.

Outro argumento foi contra o excesso de independência da Petrobras. Na opinião de Serra, trata-se de uma "empresa monopolista", que não deveria ter tanta liberdade para aumentar preços a seu bel-prazer.

Na opinião majoritária no governo, prevalecem, ou prevaleciam, idéias contrárias às de Serra. Para a maioria do governo, a Petrobras deve ter liberdade total para definir sua política de preços e está certa em pautá-la de acordo com o mercado internacional, para ter competitividade externa.

Não foi a primeira vez que o candidato tucano se apavorou com os efeitos da economia nos índices do governo nas pesquisas de opinião e na sua própria campanha.

Durante a crise de energia elétrica e com a ameaça de "apagão", no ano passado, Serra também atuou firmemente para que o governo agisse e desse mostras claras à opinião pública de que tinha o controle da situação.

Tanto na crise de energia quanto agora, diante da ameaça de crise do petróleo, Serra teme consequências em cadeia: prejudicadas, as empresas podem repassar prejuízos para o consumidor e pressionar a inflação.

Em mais de uma oportunidade, ele abordou o que nem o Planalto nem a área econômica admitem: que o aumento da gasolina acarrete também aumento de preços, por exemplo, da cesta básica.

Os aumentos teriam efeitos políticos. Em pleno ano eleitoral, poderiam afetar os índices de aprovação do governo FHC e, indiretamente, a sua própria candidatura. Todas as pesquisas internas da campanha tucana indicam que o destino eleitoral de Serra está intimamente ligado ao desempenho do governo FHC, em especial no seu último ano.

 

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