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Obama desiste de nomear um líder para o setor automotivo
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da Efe, em Washington
da Folha Online
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, descartou a designação de um líder para comandar o resgate do setor do automóvel e optará pela criação de uma comissão especial, segundo informou hoje a imprensa local.
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Desta forma, Obama renunciou à ideia do ex-presidente George W. Bush de nomear um "chefão do motor" para fazer a mediação entre o governo, a indústria automotiva, os sindicatos e as outras partes envolvidas na reforma realizada no setor após a crise econômica.
O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, informou que a comissão especial de analistas será liderada pelo secretário do Tesouro, Timothy Geithner, e pelo presidente do Conselho Econômico Nacional, Lawrence Summers.
Gibbs afirmou que o fato de formar uma equipe de analistas de diversas áreas fornece a "experiência necessária pela Administração para fazer a reestruturação do setor".
Ele considerou que o modelo criado ajudará a coordenar através do Governo federal uma iniciativa global que inclua áreas como energia, transporte e outras.
O porta-voz mencionou Richard Bloom, apontado pelo jornal "The New York Times" como um dos possíveis membros dessa equipe, e, sobre ele, afirmou que "tem grande credibilidade em muitos destes temas e que será um grande impulso para este grupo de trabalho".
Gibbs destacou que Obama poderia tornar públicos os nomes que comporão esta equipe multidisciplinar ainda hoje.
O anúncio da mudança de estratégia foi anunciado na véspera da apresentação, por parte das companhias, de suas propostas para a reestruturação do setor.
A Administração Bush já tinha se comprometido com a concessão de créditos de US$ 17,4 bilhões a dois dos "três grandes" fabricantes americanos de automóveis: GM e Chrysler.
Acredita-se que ambos pedirão financiamento adicional para se salvar da quebra, nos planos empresariais que deverão apresentar amanhã.
Também se especula o que o terceiro dos "grandes", a Ford, vai reivindicar que os sindicatos lhe apliquem as mesmas concessões que GM e Chrysler aceitem fazer.
O próprio Obama se reserva para si a última palavra sobre o eventual acordo para o setor, segundo um "alto funcionário" citado pelo "New York Times".
Gibbs destacou que o Governo está esperando para ver os planos das fabricantes para poder desenvolver "uma indústria automotiva forte e viável", e começar a dar os próximos passos "para fortalecer a economia americana, os trabalhadores e as empresas".
GM
Na semana passada, a GM anunciou um plano de demissão voluntária que foi oferecido a seus 62 mil funcionários que são filiados ao UAW (United Auto Workers, principal sindicato do setor). A direção da GM espera que pelo menos 11 mil desses funcionários aceitem o pacote preparado para incentivar a saída da empresa, que consiste em US$ 20 mil de indenização e um bônus de US$ 25 mil para a compra de um novo veículo.
A oferta deverá permitir aos funcionários enquadrados nas condições propostas deixar o grupo até 1º de abril. Também na semana passada, a GM informou que vai cortar 10 mil postos de trabalho em 2009 --13,7% de sua força de trabalho-- como parte do plano. Só nos EUA, cerca de 3.400 dos 29.500 cargos administrativos devem ser fechados --a expectativa é que os cortes ocorram até maio.
No sábado, o "WSJ" informou que a GM estuda pedir mais dinheiro à Casa Branca ou declarar falência. Por sua parte, o serviço de informação financeira e econômica pela internet MarketWatch afirmou que o Sindicato de Trabalhadores do Automóvel (UAW) retirou as concessões que tinha feito em suas negociações com a GM, e as conversas foram suspensas.
"As opções, que realçam a rápida deterioração das operações da GM, apresentam um dilema para o Congresso e para o governo [do presidente Barack] Obama", indicou o "WSJ". "Se recusam uma ajuda adicional à GM, correm o risco de que um ícone da indústria americana peça falência."
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