Publicidade
Publicidade
16/12/2002
-
07h57
da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires
O governo argentino começa hoje mais uma rodada de negociações com o FMI (Fundo Monetário Internacional). O país negocia com o organismo, sem sucesso, há mais de dez meses. Hoje, chega à Argentina um grupo de técnicos do Fundo. Oficialmente, seria apenas uma visita de rotina, para colher informações e preparar um relatório sobre a economia, mas ninguém descarta que a visita resulte em uma reaproximação entre o país e o Fundo.
Na sexta-feira, o governo argentino anunciou que seguiria com a política de não pagar as dívidas do país com instituições multilaterais de crédito. A primeira "vítima" da política foi o Banco Mundial (Bird), que não recebeu US$ 726 milhões que deveriam ter sido pagos há dois meses. Hoje, o Bird terá que pagar um título de US$ 252 milhões emitido pela Argentina e garantido pela instituição.
Nas próximas semanas, vencem mais dívidas com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e com o FMI. Até junho do próximo ano, vencem empréstimos dos três organismos que totalizam cerca de US$ 8,2 bilhões.
O ministro da Economia, Roberto Lavagna, argumenta que se o país continuasse pagando os organismos sem garantias de que fecharia um acordo com o FMI, as reservas internacionais da Argentina, que somam quase US$ 10 bilhões, iriam cair para níveis muito baixos em maio, quando o governo atual deve sair do poder.
O governo argentino diz que só pode voltar a pagar os organismos quando chegar a um acordo com o FMI. O país pede um empréstimo de US$ 15 bilhões, que serviria para rolar as dívidas.
As negociações já se estenderam por mais de dez meses, e as exigências do FMI sempre aumentam. Na última tentativa de fechar o acordo, o governo conseguiu o apoio da maioria dos governadores do país, que assinaram um pacto político de apoio a um acordo com o Fundo.
Ontem, o presidente Eduardo Duhalde disse que a Argentina "está em uma encruzilhada muito difícil". Segundo a interpretação do presidente, o país tem duas escolhas. A primeira é não pagar a dívida e entrar para o clube dos pouquíssimos países do mundo que não pagaram empréstimos do Bird e do BID. A segunda seria pagar os empréstimos, mas ficar sem reservas internacionais.
Argentina recebe nova visita do FMI
MARCELO BILLIda Folha de S.Paulo, em Buenos Aires
O governo argentino começa hoje mais uma rodada de negociações com o FMI (Fundo Monetário Internacional). O país negocia com o organismo, sem sucesso, há mais de dez meses. Hoje, chega à Argentina um grupo de técnicos do Fundo. Oficialmente, seria apenas uma visita de rotina, para colher informações e preparar um relatório sobre a economia, mas ninguém descarta que a visita resulte em uma reaproximação entre o país e o Fundo.
Na sexta-feira, o governo argentino anunciou que seguiria com a política de não pagar as dívidas do país com instituições multilaterais de crédito. A primeira "vítima" da política foi o Banco Mundial (Bird), que não recebeu US$ 726 milhões que deveriam ter sido pagos há dois meses. Hoje, o Bird terá que pagar um título de US$ 252 milhões emitido pela Argentina e garantido pela instituição.
Nas próximas semanas, vencem mais dívidas com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e com o FMI. Até junho do próximo ano, vencem empréstimos dos três organismos que totalizam cerca de US$ 8,2 bilhões.
O ministro da Economia, Roberto Lavagna, argumenta que se o país continuasse pagando os organismos sem garantias de que fecharia um acordo com o FMI, as reservas internacionais da Argentina, que somam quase US$ 10 bilhões, iriam cair para níveis muito baixos em maio, quando o governo atual deve sair do poder.
O governo argentino diz que só pode voltar a pagar os organismos quando chegar a um acordo com o FMI. O país pede um empréstimo de US$ 15 bilhões, que serviria para rolar as dívidas.
As negociações já se estenderam por mais de dez meses, e as exigências do FMI sempre aumentam. Na última tentativa de fechar o acordo, o governo conseguiu o apoio da maioria dos governadores do país, que assinaram um pacto político de apoio a um acordo com o Fundo.
Ontem, o presidente Eduardo Duhalde disse que a Argentina "está em uma encruzilhada muito difícil". Segundo a interpretação do presidente, o país tem duas escolhas. A primeira é não pagar a dívida e entrar para o clube dos pouquíssimos países do mundo que não pagaram empréstimos do Bird e do BID. A segunda seria pagar os empréstimos, mas ficar sem reservas internacionais.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice