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15/01/2003
-
13h24
da Folha Online
A alta do dólar ganhou força no fim desta manhã e a moeda registrou há pouco a máxima do dia, R$ 3,31, uma alta de 1,59%. Já o risco Brasil saltou 2,29% e opera a 1,250 pontos.
Houve algum nervosismo no início dos negócios com o impasse sobre a reforma na Previdência, vista como essencial para que o novo governo possa colocar suas propostas em prática.
Entretanto, o próprio fluxo do mercado é o ponto de tensão, já que o noticiário político se torna mais escasso e as surpresas positivas com o novo governo têm minguado.
Ontem a moeda norte-americana registrou forte queda e fechou, pela primeira vez em quase quatro meses abaixo dos R$ 3,30. Com isso, muitos compradores aproveitaram a baixa cotação para voltar ao mercado, o que acabou aumentando a procura e elevando o preço do dólar.
Além disso, vence amanhã uma dívida de US$ 1,78 bilhão em títulos e contratos cambiais do governo que será liquidada de acordo com a Ptax de hoje - a mediana da cotação do dólar calculada diariamente pelo Banco Central de acordo com o volume de negócios.
O BC promoveu a rolagem de 97% da dívida usando contratos chamados de "swap cambial" - um tipo de operação pela qual o investidor recebe, além de uma taxa de remuneração, a diferença entre a variação do dólar e dos juros no período de vigência, mas não o valor integral do contrato.
Dois terços do vencimento, entretanto, é composto por títulos cambiais, que além do ajuste, são resgatados integralmente - ou seja: mesmo com a abertura de novas operações de "swap", os investidores terão a receber do governo o valor de liquidação dos títulos, que é bem maior - o que explica a pressão sobre a cotação.
A notícia das novas captações por empresas brasileiras no exterior - segundo o Bank of America, Petrobras, Gerdau, Basf e Cemig estariam captando - não foi suficiente para reverter a alta, embora tenha deixado os analistas otimistas.
Isso porque até agora, os US$ 925 milhões captados por bancos brasileiros no mercado externo na semana passada ainda não chegaram ao mercado.
"O dinheiro dos bancos ainda não apareceu. Nenhum deles se destacou na venda ainda, mas na hora que isso acontecer, a cotação vai cair ainda mais", afirmou Mario Battistel, diretor de câmbio da corretora Novação.
Para a tarde, a expectativa é que a pressão diminua, já que os negócios das empresas - hoje, as maiores compradoras de dólar - se concentram na parte da manhã, e a pressão para a formação da Ptax também.
Veja a cotação do dólar durante o dia
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Dólar amplia alta e sobe a R$ 3,31 com vencimento de dívida
LUCIANA COELHOda Folha Online
A alta do dólar ganhou força no fim desta manhã e a moeda registrou há pouco a máxima do dia, R$ 3,31, uma alta de 1,59%. Já o risco Brasil saltou 2,29% e opera a 1,250 pontos.
Houve algum nervosismo no início dos negócios com o impasse sobre a reforma na Previdência, vista como essencial para que o novo governo possa colocar suas propostas em prática.
Entretanto, o próprio fluxo do mercado é o ponto de tensão, já que o noticiário político se torna mais escasso e as surpresas positivas com o novo governo têm minguado.
Ontem a moeda norte-americana registrou forte queda e fechou, pela primeira vez em quase quatro meses abaixo dos R$ 3,30. Com isso, muitos compradores aproveitaram a baixa cotação para voltar ao mercado, o que acabou aumentando a procura e elevando o preço do dólar.
Além disso, vence amanhã uma dívida de US$ 1,78 bilhão em títulos e contratos cambiais do governo que será liquidada de acordo com a Ptax de hoje - a mediana da cotação do dólar calculada diariamente pelo Banco Central de acordo com o volume de negócios.
O BC promoveu a rolagem de 97% da dívida usando contratos chamados de "swap cambial" - um tipo de operação pela qual o investidor recebe, além de uma taxa de remuneração, a diferença entre a variação do dólar e dos juros no período de vigência, mas não o valor integral do contrato.
Dois terços do vencimento, entretanto, é composto por títulos cambiais, que além do ajuste, são resgatados integralmente - ou seja: mesmo com a abertura de novas operações de "swap", os investidores terão a receber do governo o valor de liquidação dos títulos, que é bem maior - o que explica a pressão sobre a cotação.
A notícia das novas captações por empresas brasileiras no exterior - segundo o Bank of America, Petrobras, Gerdau, Basf e Cemig estariam captando - não foi suficiente para reverter a alta, embora tenha deixado os analistas otimistas.
Isso porque até agora, os US$ 925 milhões captados por bancos brasileiros no mercado externo na semana passada ainda não chegaram ao mercado.
"O dinheiro dos bancos ainda não apareceu. Nenhum deles se destacou na venda ainda, mas na hora que isso acontecer, a cotação vai cair ainda mais", afirmou Mario Battistel, diretor de câmbio da corretora Novação.
Para a tarde, a expectativa é que a pressão diminua, já que os negócios das empresas - hoje, as maiores compradoras de dólar - se concentram na parte da manhã, e a pressão para a formação da Ptax também.
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