Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
05/02/2003 - 19h57

Abril Music encerra atividades em meio à onda de pirataria

LUCIANA COELHO
da Folha Online

O Grupo Abril anunciou hoje o fim de seu braço musical, a gravadora Abril Music, após quatro anos de atividades. A empresa tinha em seu catálogo artistas como Gal Costa, Rita Lee, Titãs, Mundo Livre, Capital Inicial, Bruno & Marrone e Maurício Manieri.

Segundo o vice-presidente superintendente da Unidade de Negócios Jovem, Giancarlo Civita, o catálogo e os contratos da gravadora serão vendidos no mercado, mas o selo será mantido pelo Grupo Abril para possível uso futuro.

Procurada pela Folha Online, a empresa confirmou que as negociações de seu catálogo estão em curso, mas não deu outros detalhes.

Nem todos os artistas contratados da Abril Music foram ainda avisados. Isabelle Stein, que empresaria os cantores Maurício Manieri e Gilbert, por exemplo, afirmou que não houve comunicação oficial por parte do Grupo Abril, e que os contratos, até agora, estão mantidos.

"Na verdade, há uma especulação há alguns meses de que [a Abril Music] teria sido vendida para outra gravadora, mas até agora os empresários não foram comunicados [sobre o fim das operações]. Tanto que ninguém está renegociando contrato", afirmou Isabelle.
"Nossa parceria sempre deu certo", disse.

Civita cita a concorrência de gravadoras estrangeiras e a pirataria como principais fatores que levaram a empresa a encerrar as atividades.

"Em quatro anos de operação, a Abril Music conseguiu ótimos resultados. Esse mercado, entretanto, é dominado pelas multinacionais e extremamente competitivo e, para complicar a situação, a pirataria na indústria fonográfica já ultrapassa 50%", disse o executivo.

"Para continuar concorrendo, teríamos de injetar um capital significativo, a curto prazo o que não temos condições de fazer nesse momento."

Com o encerramento das atividades da Abril Music, os cerca de 60 funcionários que trabalhavam na empresa devem ser demitidos. "Alguns deverão ser recolocados dentro do grupo, mas a maioria deve ser demitida", afirmou a Diretora de Relações Corporativas do Grupo Abril, Cleide Castellan.

Além de vender CDs e DVDs, a gravadora também vende, por meio de seu site, downloads de faixas individuais de álbuns de seus artistas, cobrando cerca de R$ 1,50 por música.

Uma pesquisa divulgada hoje pela Fecomercio -SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) mostrou que, em 2002, o comércio varejista de CDs faturou 39% menos do que em 2001.

O motivo seria a proliferação de cópias falsificadas e dos arquivos de MP3, que permitem aos usuários de Internet baixarem músicas que muitas vezes ainda não foram lançadas com qualidade e sem custo.

Leia mais
  • Pirataria derruba vendas de CD em quase 40%

  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página