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31/05/2003
-
17h05
da Folha Online
Com uma dívida de quase R$ 3 bilhões, a Klabin fechou a venda da sua unidade de celulose para a Aracruz por US$ 610,5 milhões (cerca de R$ 1,83 bilhão). O valor ficou acima do estimado pelo mercado.
O dinheiro deve ser usado pela maior fabricante de papel e celulose do país para reduzir o seu endividamento. A conclusão do negócio deve ocorrer em até 30 dias.
A disputa pelo ativo incluiu ainda o grupo Suzano, a VCP (Votorantim Celulose e Papel), a Ripasa e a Ence, maior fabricante de celulose da Espanha, segundo o mercado.
A fábrica de celulose, denominada Riocell, fica no município de Guaíba (RS) e possui capacidade anual de produzir 400 mil toneladas de celulose branqueada de eucalipto, de menor impacto ambiental -- a maioria é exportada para os continentes americano, asiático e europeu.
O preço a ser pago pela Aracruz ficou acima das projeções dos analistas. A corretora americana Merrill Lynch, por exemplo, esperava um valor entre US$ 550 milhões e US$ 600 milhões. A corretora Fator Doria Atherino avaliava a unidade em US$ 400 milhões.
A venda foi coordenada pelos bancos UBS e Unibanco, com orientação do escritório de advocacia Demarest e Almeida.
Tanto Klabin como Aracruz só comunicaram oficialmente o negócio à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) na noite de ontem.
No entanto, a transação vazou para o mercado financeiro nos últimos dias, o que provocou uma disparada das ações da Klabin na Bovespa.
Segundo a consultoria Economática, as ações da Klabin acumulam neste ano uma valorização bastante expressiva de 152%, sendo que 28,7% só em maio.
A empresa evitava comentar a forte oscilação de seus papéis e só repetia que pretendia vender ativos de "US$ 300 milhões" até agosto próximo, sem especificá-los. O valor fechado para a Riocell foi o dobro disso.
A regra da CVM obriga qualquer companhia com ações em Bolsa a adotar procedimentos para evitar o vazamento de informações relevantes, como aquisição ou venda de ativos.
Há uma norma que recomenda até que os nomes dos executivos envolvidos em negociações do tipo sejam informados à autarquia.
Mas, em geral, a prática brasileira ignora essa regra, tornando-se comum a especulação com os papéis na Bolsa.
Nos últimos meses, investigações sobre transações fora do comum com papéis da Petrobras e do Banco do Brasil não resultaram em punições.
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Klabin vende Riocell para Aracruz por US$ 610,5 mi
SÉRGIO RIPARDOda Folha Online
Com uma dívida de quase R$ 3 bilhões, a Klabin fechou a venda da sua unidade de celulose para a Aracruz por US$ 610,5 milhões (cerca de R$ 1,83 bilhão). O valor ficou acima do estimado pelo mercado.
O dinheiro deve ser usado pela maior fabricante de papel e celulose do país para reduzir o seu endividamento. A conclusão do negócio deve ocorrer em até 30 dias.
A disputa pelo ativo incluiu ainda o grupo Suzano, a VCP (Votorantim Celulose e Papel), a Ripasa e a Ence, maior fabricante de celulose da Espanha, segundo o mercado.
A fábrica de celulose, denominada Riocell, fica no município de Guaíba (RS) e possui capacidade anual de produzir 400 mil toneladas de celulose branqueada de eucalipto, de menor impacto ambiental -- a maioria é exportada para os continentes americano, asiático e europeu.
O preço a ser pago pela Aracruz ficou acima das projeções dos analistas. A corretora americana Merrill Lynch, por exemplo, esperava um valor entre US$ 550 milhões e US$ 600 milhões. A corretora Fator Doria Atherino avaliava a unidade em US$ 400 milhões.
A venda foi coordenada pelos bancos UBS e Unibanco, com orientação do escritório de advocacia Demarest e Almeida.
Tanto Klabin como Aracruz só comunicaram oficialmente o negócio à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) na noite de ontem.
No entanto, a transação vazou para o mercado financeiro nos últimos dias, o que provocou uma disparada das ações da Klabin na Bovespa.
Segundo a consultoria Economática, as ações da Klabin acumulam neste ano uma valorização bastante expressiva de 152%, sendo que 28,7% só em maio.
A empresa evitava comentar a forte oscilação de seus papéis e só repetia que pretendia vender ativos de "US$ 300 milhões" até agosto próximo, sem especificá-los. O valor fechado para a Riocell foi o dobro disso.
A regra da CVM obriga qualquer companhia com ações em Bolsa a adotar procedimentos para evitar o vazamento de informações relevantes, como aquisição ou venda de ativos.
Há uma norma que recomenda até que os nomes dos executivos envolvidos em negociações do tipo sejam informados à autarquia.
Mas, em geral, a prática brasileira ignora essa regra, tornando-se comum a especulação com os papéis na Bolsa.
Nos últimos meses, investigações sobre transações fora do comum com papéis da Petrobras e do Banco do Brasil não resultaram em punições.
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