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04/08/2003
-
09h37
da Folha de S. Paulo no Rio
Humor, às vezes negro, para divulgar serviços de assistência funeral. A fórmula, usada pela seguradora Sinaf, passou a ser a arma principal das campanhas da empresa --criadas em torno de slogans como: "Nossos clientes nunca voltaram para reclamar".
Outro clássico da campanha é o cartaz que anuncia: "O seguro de vida que você vai dar graças a Deus. Pessoalmente". Alguns anúncios são sutis, outros, propositalmente chocantes. Nesta segunda categoria, está o que apresenta a cobertura de gastos com cremação como "novidade quentinha do Sinaf".
O Sinaf é a principal empresa do ramo no Rio e responde por 10% dos serviços funerários da cidade. O grupo é dono também de uma casa funerária e de um cemitério.
Ao associar tal leque de atividades ao riso, a empresa avalia que tornou sua marca conhecida e que venceu o tabu que cerca os produtos relacionados à morte.
"Há muita dificuldade de se lidar com a morte. O humor ajuda a quebrar esta barreira e facilita a abordagem dos vendedores", disse o diretor e principal executivo do Sinaf, Pedro Bulcão.
O publicitário Sérgio de Paula, presidente da agência Comunicação Carioca, sugeriu o caminho do humor a Bulcão. O primeiro outdoor mostrava uma velhinha, sorridente e de cabelos brancos, ao lado da frase: "Como planejar a morte da sua sogra".
Era o máximo da ousadia para uma empresa que nunca havia feito propaganda de sua marca ou de seus serviços. Bulcão não concorda com a afirmação de que a campanha faça humor negro.
A clientela da empresa, de 400 mil pessoas, está concentrada nas classes C e D. As mulheres, na faixa dos 35 a 55 anos, respondem por 60% dos seguros contratados. O faturamento tem crescido à média anual de 35%. O grupo faturou cerca de R$ 24 milhões no ano passado.
Além dos outdoors, a empresa faz propagandas eventuais na TV e patrocina a programação esportiva da Rádio Globo. No final do jogo, o pior jogador é eleito o "mortinho em campo".
Uma das peças da campanha, o filme "O Zé é um bom companheiro", disputou o Leão de Ouro do Festival de Cannes, no mês passado.
O filme começa com um grupo jogando um homem de terno para o alto e cantando "O Zé é um bom companheiro, ninguém pode negar".
A câmera se afasta e mostra um caixão vazio, enquanto uma voz ao fundo diz: "Faça um seguro de vida do Sinaf Seguros. Sua família vai te amar para sempre".
Empresa usa humor negro em campanha de seguro funerário
ELVIRA LOBATOda Folha de S. Paulo no Rio
Humor, às vezes negro, para divulgar serviços de assistência funeral. A fórmula, usada pela seguradora Sinaf, passou a ser a arma principal das campanhas da empresa --criadas em torno de slogans como: "Nossos clientes nunca voltaram para reclamar".
Outro clássico da campanha é o cartaz que anuncia: "O seguro de vida que você vai dar graças a Deus. Pessoalmente". Alguns anúncios são sutis, outros, propositalmente chocantes. Nesta segunda categoria, está o que apresenta a cobertura de gastos com cremação como "novidade quentinha do Sinaf".
O Sinaf é a principal empresa do ramo no Rio e responde por 10% dos serviços funerários da cidade. O grupo é dono também de uma casa funerária e de um cemitério.
Ao associar tal leque de atividades ao riso, a empresa avalia que tornou sua marca conhecida e que venceu o tabu que cerca os produtos relacionados à morte.
"Há muita dificuldade de se lidar com a morte. O humor ajuda a quebrar esta barreira e facilita a abordagem dos vendedores", disse o diretor e principal executivo do Sinaf, Pedro Bulcão.
O publicitário Sérgio de Paula, presidente da agência Comunicação Carioca, sugeriu o caminho do humor a Bulcão. O primeiro outdoor mostrava uma velhinha, sorridente e de cabelos brancos, ao lado da frase: "Como planejar a morte da sua sogra".
Era o máximo da ousadia para uma empresa que nunca havia feito propaganda de sua marca ou de seus serviços. Bulcão não concorda com a afirmação de que a campanha faça humor negro.
A clientela da empresa, de 400 mil pessoas, está concentrada nas classes C e D. As mulheres, na faixa dos 35 a 55 anos, respondem por 60% dos seguros contratados. O faturamento tem crescido à média anual de 35%. O grupo faturou cerca de R$ 24 milhões no ano passado.
Além dos outdoors, a empresa faz propagandas eventuais na TV e patrocina a programação esportiva da Rádio Globo. No final do jogo, o pior jogador é eleito o "mortinho em campo".
Uma das peças da campanha, o filme "O Zé é um bom companheiro", disputou o Leão de Ouro do Festival de Cannes, no mês passado.
O filme começa com um grupo jogando um homem de terno para o alto e cantando "O Zé é um bom companheiro, ninguém pode negar".
A câmera se afasta e mostra um caixão vazio, enquanto uma voz ao fundo diz: "Faça um seguro de vida do Sinaf Seguros. Sua família vai te amar para sempre".
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