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26/04/2010 - 16h29

Grécia se compromete a adotar medidas de rigor fiscal para obter ajuda

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da France Presse, em Atenas

A Grécia prometeu nesta segunda-feira anunciar novas medidas de redução de gastos quando concluir as atuais negociações com a União Europeia e o FMI (Fundo Monetário Internacional) para obter a ajuda financeira solicitada, num momento em que seus títulos públicos continuam sofrendo a pressão dos mercados e os presidentes da zona do euro procuram demonstrar consenso.

O ministro grego das Finanças, George Papaconstantinou, afirmou em Atenas que existe "uma posição comum, simples: a Grécia deve reduzir drasticamente seus deficits nos próximos anos, controlar sua dívida e fazer ajustes estruturais para tornar sua economia mais competitiva'.

A redução do deficit público "é uma direção com a qual nos comprometemos e que se traduzirá em medidas e políticas concretas, que serão anunciadas quando o processo de negociação com a UE, o FMI e o BCE (Banco Central Europeu) for concluído", completou o ministro.

Até agora, a Grécia já fixou como objetivo para este ano reduzir seu deficit fiscal para 8,7% do PIB. A tarefa é colossal, já que em 2009 foi de 13,6%.

A Grécia solicitou na sexta-feira ativar o mecanismo de ajuda do FMI e da UE, por três anos e que em 2010 subirá para 45 bilhões de euros (US$ 60 bilhões). Atualmente, o governo negocia medidas suplementares de redução de gastos para 2011 e 2012, condição indispensável para que o pedido seja atendido.

O desbloqueio da ajuda é cada vez mais urgente, já que em 19 de maio o Tesouro grego terá de pagar uma dívida de 8,5 bilhões de euros.

Diante do Parlamento, o ministro Papaconstantinou qualificou a data de "crítica", com o país tendo de pagar dívidas em torno de 9 bilhões de euros.

"Até então, nossas necessidades de financiamento estão garantidas, mas as condições dos mercados, todo mundo sabe, são proibitivas para realizar empréstimos", completou.

Outro elemento de pressão é a contínua alta do rendimento dos títulos de dívida gregos a 10 anos, que nesta segunda-feira bateram um novo recorde histórico, chegando a 9,385% (frente a 8,680% da sexta-feira à noite). Os títulos a dois anos dispararam acima dos 12,85%.

Em meio a uma crise sem precedentes que coloca em xeque a governança da zona do euro, diversos líderes europeus tentaram nesta segunda-feira dar demonstrações de consenso, depois que surgiu uma polêmica entre Alemanha e Itália.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, defenderam "uma ação rápida e resoluta contra a especulação em relação à Grécia, para assegurar a estabilidade da zona do euro".

Pouco depois, a chanceler alemã, Angela Merkel, que a todo momento mostrou-se exigente com o governo grego, declarou que tem "confiança" nas negociações que o país mantém, atualmente, em Atenas, com o FMI, a União Europeia e o BCE para estabelecer medidas de rigor fiscal em 2011 e 2012.

As declarações de Merkel acalmaram as tensões criadas pela manhã após as declarações de seu ministro de Relações Exteriores, Guido Westerwelle.

O ministro repetiu a posição oficial alemã, de que seu país não ajudará financeiramente Atenas sem contar antes com um programa "crível" de redução do deficit grego; seu homólogo italiano, Franco Frattini, chegou a afirmar ser uma postura muito 'rígida" que preocupava Roma.

Paralelamente, ocorriam na Grécia novas manifestações contra as medidas de rigor orçamentário já colocadas em andamento pelo governo.

Nesta segunda-feira, os pilotos da Força Aérea grega negaram-se a realizar missões que não fossem de emergência em protesto contra as reduções salariais. Os funcionários do principal porto do país também declararam greve contra a decisão do governo de abrir o setor à competição estrangeira.

A oposição de direita também não deixou a chance passar em branco, e acusou no domingo o governo de entregar a Grécia ao "controle sufocante" do Fundo.

 

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