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20/09/2003
-
09h21
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
O incentivo dado pelo governo para os bancos ampliarem o acesso ao crédito pode prejudicar a população de menor poder aquisitivo, justamente aquela que tem mais dificuldade para obter empréstimo barato no sistema financeiro.
O decreto 4.840, que regulamentou essa modalidade de crédito permite que os bancos cobrem taxas de juros diferenciadas, de acordo com a situação cadastral e capacidade de pagamento do trabalhador.
Técnicos de bancos privados, que não quiseram se identificar, admitiram que um dos fatores verificados na análise cadastral é o salário do tomador de crédito.
Levando em conta somente esse critério, os trabalhadores de baixa renda teriam desvantagem nas condições de crédito oferecidas em relação a um funcionário que tem salário elevado.
Juro maior e prazo menor
Entre as diferenciações que podem ser feitas estão juros maiores e prazos menores de pagamento.
No entanto, representantes dos bancos públicos federais disseram que é "preconceituosa" a avaliação de que a baixa renda oferece maior risco do que a população de poder aquisitivo.
"Temos clientes que ganham R$ 500 por mês e são classificados como AA [o de melhor avaliação] no risco de inadimplência. E outros, que ganham R$ 15 mil e são classificados como H [o pior]", disse o superintendente nacional de Empréstimo da Caixa Econômica Federal, Jorge Pedro Lima Filho.
Maior risco é do empregador
Segundo o vice-presidente de Varejo do Banco do Brasil, Edson Monteiro, será o risco do empregador --responsável pelo repasse do pagamento do funcionário-- que pesará na avaliação de crédito.
"A boa relação da empresa com o banco já será um indicador positivo para a avaliação de crédito", afirmou ele.
Monteiro disse que não faz sentido a alta renda ser beneficiada nessas operações de crédito com desconto em folha.
"A população de alta renda já tem acesso a taxas competitivas de crédito. E tem dinheiro suficiente para fazer aplicações vantajosas em vez de contratar crédito. Essa modalidade de crédito foi feita para beneficiar a baixa renda", disse Monteiro.
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O decreto 4.840, que regulamentou essa modalidade de crédito permite que os bancos cobrem taxas de juros diferenciadas, de acordo com a situação cadastral e capacidade de pagamento do trabalhador.
Técnicos de bancos privados, que não quiseram se identificar, admitiram que um dos fatores verificados na análise cadastral é o salário do tomador de crédito.
Levando em conta somente esse critério, os trabalhadores de baixa renda teriam desvantagem nas condições de crédito oferecidas em relação a um funcionário que tem salário elevado.
Juro maior e prazo menor
Entre as diferenciações que podem ser feitas estão juros maiores e prazos menores de pagamento.
No entanto, representantes dos bancos públicos federais disseram que é "preconceituosa" a avaliação de que a baixa renda oferece maior risco do que a população de poder aquisitivo.
"Temos clientes que ganham R$ 500 por mês e são classificados como AA [o de melhor avaliação] no risco de inadimplência. E outros, que ganham R$ 15 mil e são classificados como H [o pior]", disse o superintendente nacional de Empréstimo da Caixa Econômica Federal, Jorge Pedro Lima Filho.
Maior risco é do empregador
Segundo o vice-presidente de Varejo do Banco do Brasil, Edson Monteiro, será o risco do empregador --responsável pelo repasse do pagamento do funcionário-- que pesará na avaliação de crédito.
"A boa relação da empresa com o banco já será um indicador positivo para a avaliação de crédito", afirmou ele.
Monteiro disse que não faz sentido a alta renda ser beneficiada nessas operações de crédito com desconto em folha.
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