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09/10/2003
-
08h03
da Folha de S.Paulo
O acordo de empréstimo com desconto no contracheque vai render um repasse de verba aos sindicatos e centrais sindicais, o que pode servir de fonte de financiamento para elas.
É o caso do primeiro acordo realizado entre a Força Sindical e o banco Santander Banespa, que prevê que 0,5% do total emprestado a cada metalúrgico seja repassado à central.
A reportagem apurou que, em três dias, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (filiado à Força) fechou cem acordos em cinco metalúrgicas paulistas. Se cada trabalhador receber R$ 1.000 de empréstimo, significa que o sindicato receberá R$ 500.
"É uma taxa de administração, uma vez que o sindicato tem um custo operacional, que inclui desde a divulgação até a fiscalização dos acordos", disse Eleno José Bezerra, presidente do sindicato. Segundo o sindicalista, uma funcionária da cooperativa de crédito do sindicato já foi destacada para acompanhar e verificar as taxas de juros cobradas --de 2% a 3,8%-- e as formas de pagamento --parcelas fixas de 12 a 48 meses.
"Não tem nada de errado. Defendemos essa taxa como uma alternativa ao imposto sindical [corresponde a um dia do salário de todos os trabalhadores registrados], que é cobrado de forma compulsória. Como os sindicatos vão existir se não houver uma fonte de contribuição? Os sindicatos não vivem de brisa. E se não fossem as centrais, esse acordo [de crédito com desconto em folha] não existiria. Os trabalhadores não seriam beneficiados", disse o presidente do sindicato.
O vice-presidente Executivo do Santander, Miguel Jorge, afirmou que a taxa repassada ao sindicato não encarece o valor do empréstimo e que a comissão não está embutida no montante emprestado. "O sindicato vai ter trabalho para fazer, e o Santander não quer que nenhum sindicato trabalhe para o banco. Os sindicatos devem trabalhar para os seus associados, e esperamos que os outros bancos pensem da mesma forma", disse.
Na CUT, a cobrança da taxa de administração não será feita, informou Luiz Marinho, presidente da central. "O sindicato tem custo, como bem disse o presidente da Força, Paulo Pereira. Mas não queremos que o acordo seja visto como um serviço prestado, que tem custo. Entendemos que é um benefício", disse. Para ele, os sindicatos já recebem mensalidades dos associados e podem dispensar a cobrança de taxas de administração sobre os acordos de crédito que forem firmados.
As centrais sindicais estão analisando, em conjunto com a consultoria Trevisan, as 19 propostas escolhidas na primeira etapa da "licitação", feita na semana passada, que vai definir os bancos eleitos para fechar acordos de desconto em folha.
"A concorrência já surtiu efeito", disse Marinho, ao mencionar que a Caixa Econômica Federal ofereceu juros mensais entre 1,78% e 3,5%, enquanto o acordo do Santander prevê juros de 2% a 3,8% ao mês.
Força Sindical vai ganhar comissão sobre crédito descontado em folha
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O acordo de empréstimo com desconto no contracheque vai render um repasse de verba aos sindicatos e centrais sindicais, o que pode servir de fonte de financiamento para elas.
É o caso do primeiro acordo realizado entre a Força Sindical e o banco Santander Banespa, que prevê que 0,5% do total emprestado a cada metalúrgico seja repassado à central.
A reportagem apurou que, em três dias, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (filiado à Força) fechou cem acordos em cinco metalúrgicas paulistas. Se cada trabalhador receber R$ 1.000 de empréstimo, significa que o sindicato receberá R$ 500.
"É uma taxa de administração, uma vez que o sindicato tem um custo operacional, que inclui desde a divulgação até a fiscalização dos acordos", disse Eleno José Bezerra, presidente do sindicato. Segundo o sindicalista, uma funcionária da cooperativa de crédito do sindicato já foi destacada para acompanhar e verificar as taxas de juros cobradas --de 2% a 3,8%-- e as formas de pagamento --parcelas fixas de 12 a 48 meses.
"Não tem nada de errado. Defendemos essa taxa como uma alternativa ao imposto sindical [corresponde a um dia do salário de todos os trabalhadores registrados], que é cobrado de forma compulsória. Como os sindicatos vão existir se não houver uma fonte de contribuição? Os sindicatos não vivem de brisa. E se não fossem as centrais, esse acordo [de crédito com desconto em folha] não existiria. Os trabalhadores não seriam beneficiados", disse o presidente do sindicato.
O vice-presidente Executivo do Santander, Miguel Jorge, afirmou que a taxa repassada ao sindicato não encarece o valor do empréstimo e que a comissão não está embutida no montante emprestado. "O sindicato vai ter trabalho para fazer, e o Santander não quer que nenhum sindicato trabalhe para o banco. Os sindicatos devem trabalhar para os seus associados, e esperamos que os outros bancos pensem da mesma forma", disse.
Na CUT, a cobrança da taxa de administração não será feita, informou Luiz Marinho, presidente da central. "O sindicato tem custo, como bem disse o presidente da Força, Paulo Pereira. Mas não queremos que o acordo seja visto como um serviço prestado, que tem custo. Entendemos que é um benefício", disse. Para ele, os sindicatos já recebem mensalidades dos associados e podem dispensar a cobrança de taxas de administração sobre os acordos de crédito que forem firmados.
As centrais sindicais estão analisando, em conjunto com a consultoria Trevisan, as 19 propostas escolhidas na primeira etapa da "licitação", feita na semana passada, que vai definir os bancos eleitos para fechar acordos de desconto em folha.
"A concorrência já surtiu efeito", disse Marinho, ao mencionar que a Caixa Econômica Federal ofereceu juros mensais entre 1,78% e 3,5%, enquanto o acordo do Santander prevê juros de 2% a 3,8% ao mês.
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