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15/02/2004 - 06h22

Políticas de financiamento excluíram setor de comunicação até 97

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da Folha de S.Paulo, no Rio

As empresas de comunicação sustentam que foram discriminadas durante muitos anos pelo BNDES. Até 1990, as políticas operacionais do banco não admitiam nenhum nenhum tipo de financiamento ao setor. Em 90, passou a ser admitida a concessão de crédito apenas para a compra de equipamentos fabricados no Brasil, sendo que o setor depende, basicamente, de equipamentos importados. Só em 97, acabaram-se os vetos.

Não se sabe por quanto tempo durou a discriminação. A pedido da Folha, o banco fez um levantamento das políticas operacionais (documento que define a estratégia de ação) e das atas das reuniões da diretoria, para tentar identificar quando e por que motivo o setor foi excluído dos empréstimos, mas não foi possível identificar como a prática começou, porque só foi localizada a documentação a partir de 86. O BNDES foi criado em 52.

Na política operacional de 86 consta que gráficas, editoras, jornais, revistas, emissoras de rádio e de televisão estavam excluídas do POC (Programa de Operações Conjuntas), que abrangia os financiamentos concedidos por intermédio dos agentes financeiros.

Em 88, foi criado um programa de financiamento de bens de capital e bens de consumo, das indústrias de transformação e farmacêutica e de setores tecnológicos de ponta. Três setores ficaram excluídos do programa:
usinas de açúcar, construção civil e indústrias gráficas para impressão de jornais e revistas.

As empresas de rádio e televisão eram tratadas como entretenimento e diversão. Na política operacional aprovada em 94, por exemplo, a radiodifusão aparece ao lado de motéis, saunas e termas como segmento que não poderia ser financiado.

Apesar de não haver mais restrições, o setor de mídia continua com participação inexpressiva dentro das operações de crédito do BNDES.

De janeiro de 98 a setembro de 2003, o BNDES emprestou R$ 111,6 milhões ao setor (o que representa cerca de US$ 0,04 bilhão), enquanto o setor de eletricidade, gás e água recebeu US$ 14,1 bilhões, as indústrias de equipamentos de transporte, US$ 7,7 bilhões, a agropecuária obteve US$ 6,9 bilhões, e a indústria metalúrgica, US$ 4 bilhões.
 

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