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31/03/2004 - 16h26

Entenda a polêmica de Zeca Pagodinho na "guerra das cervejas"

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da Folha Online

Entenda o caso da quebra de contrato pelo sambista carioca Jessé Gomes da Silva Filho, 45, mais conhecido como Zeca Pagodinho, com a Schincariol.

Setembro de 2003

O cantor e compositor Zeca Pagodinho fecha contrato com a Schincariol, cervejaria sediada em Itu (SP), para ser garoto-propaganda da marca "Nova Schin". O acordo vence em setembro de 2004. O valor é mantido em sigilo, mas é estimado em R$ 1 milhão pelo mercado.

Outubro de 2003

A campanha da "Nova Schin", com Pagodinho, Luciano Huck, Aline Moraes, Fernanda Lima e Thiago Lacerda, populariza-se. No filme, um consumidor é convencido a experimentar a "Nova Schin". Ao coro de "experimenta", Zeca também se rende ao apelo do público e experimenta a nova cerveja.

Novembro de 2003

A Justiça manda tirar do ar a campanha da "Nova Schin", a pedido da Ambev, dona das marcas Brahma, Antarctica e Skol. No filme, um consumidor aparece em cena experimentado diversas cervejas com os olhos vendados ("teste cego").

Dezembro de 2003

A "Nova Schin" ganha espaço, vira a terceira do ranking nacional e reduz pela metade a diferença em relação à Brahma Chopp -- de dez para cinco pontos percentuais. Na Bovespa, ações da AmBev caem com preocupação dos analistas com a perda de mercado da empresa.

Janeiro de 2004

A AmBev contrata a agência Africa, do publicitário Nizan Guanaes, para cuidar da conta da Brahma, no lugar da F/Nazca. Dados de dezembro são divulgados e apontam que a participação de mercado da Nova Schin parou de crescer.

Março de 2004

Dia 12 - A Brahma estréia de surpresa comercial com Pagodinho como principal estrela. No filme, ele canta uma música cujo refrão ironiza sua passagem pela "Nova Schin": "Fui provar outro sabor, eu sei. Mas não largo meu amor, voltei".

Dia 14 - Schincariol começa o contra-ataque com slogans nacionalistas, após a venda do controle da concorrente para a belga Interbrew: "Experimenta investir 100% de seu lucro no país de origem" e "Experimenta construir novas fábricas no Brasil, que gerem empregos para brasileiros, desenvolvimento para cidades brasileiras e produzam cerveja brasileira".

Dia 15 - O contra-ataque da cervejaria de Itu continua. A Schincariol pede ao Conar (Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária) a suspensão do comercial da Brahma.

Dia 16 - A Schin perde no Conar e ataca com o comercial do sósia, no qual insinua que o cantor teria recebido US$ 3 milhões para trocar de opinião sobre a cerveja preferida. Ao fundo do cenário, uma placa: "Prato do dia: traíra".

Dia 17 - A Schin informa que vai processar Pagodinho e a AmBev por quebra de contrato, perdas e danos, e que recorrerá ao Cade (órgão de defesa da concorrência) contra o acordo entre a AmBev e a Interbrew. A ação judicial contra Pagodinho deve ser formalizada em 20 dias.

Dia 18 - Pagodinho pede à Justiça a retirada do ar do comercial do sósia. O juiz da 36ª Vara Cível de São Paulo, Régis Rodrigues Bonvicino, dá decisão desfavorável ao cantor. Já o sósia do comercial revela ser fã do sambista, mas que não desrespeitaria um contrato.

Dia 19 - Advogado de Pagodinho decide recorrer na segunda instância solicitando novamente a suspensão do comercial. O presidente da Abap (Associação Brasileira das Agências de Publicidade), Dalton Pastore, critica o caso: "Lamento que sociedade esteja envolta nessa discussão de quebra de contrato, de valores tão básicos que jamais deveriam ser postos em debate".

No Rio, o sambista rompe o silêncio e nega ser "traíra". Diz que não leu o contrato que assinou, que foi contratado pela Schin para experimentar a cerveja, e não para dizer que é a bebida que ele consome. No fim do dia, a Schincariol divulga que conseguiu uma liminar para retirar do ar a campanha da Brahma.

21 - "O mundo inteiro sabe que eu bebo Brahma", diz Pagodinho.

31 - Pagodinho consegue liminar no Tribunal de Justiça de SP que fixa multa de R$ 100 mil se a Schincariol usar sósia do cantor em comercial. Já a dona da Brahma está sujeita a uma multa de R$ 500 mil se voltar a utilizar a imagem do cantor até setembro próximo. Na decisão, o desembargador Roberto Mortari diz que a quantia de R$ 500 mil "praticamente guarda correspondência com o valor do contrato que se pretende fazer cumprir". Ou seja, esse seria a cifra aproximada do contrato da Schin. Mas o acórdão não cita o valor do contrato da Brahma.

Abril de 2004

8 - O Conar proíbe a Brahma de veicular publicidade com Zeca Pagodinho.
 

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