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21/06/2004
-
11h26
da Agência Folha, em Porto Alegre
da Folha de S.Paulo, em Pequim
A China aceitou as novas regras brasileiras para a exportação de soja, o que deve dar fim ao embargo ao produto brasileiro por conta da presença de fungicida.
O Brasil se comprometeu a não deixar ultrapassar, nas amostras, o limite de uma semente contaminada com fungicida por quilo de soja. Nos Estados Unidos, por exemplo, a tolerância é de três sementes contaminadas por quilo.
Qualquer amostra acima disso poderá ser vetada pelos chineses, caso a embarcação tenha seguido após a publicação da instrução normativa do Ministério da Agricultura, no último dia 11. Para a soja embarcada antes da publicação, os chineses decidirão caso a caso se encaminham o material para limpeza ou aceitam o produto.
O fim do embargo chinês à soja brasileira acontece após uma forte queda nos preços internacionais da commodity --causada, entre outros fatores, pelo próprio veto chinês ao produto brasileiro. Projeções do Ministério da Agricultura e de associações ligadas aos produtores estimam que as perdas tenham superado US$ 1 bilhão.
Segundo a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) o cálculo de US$ 1 bilhão leva em conta principalmente a queda no preço da soja no período --que recuou de US$ 320 para US$ 260 a tonelada. Cerca de 17 mil toneladas de soja já foram rejeitadas desde abril.
A decisão aconteceu após reunião de autoridades brasileiras e do Ministério da Quarentena (que cuida do controle de importações da China), que teve a participação do governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, do secretário gaúcho Odacyr Klein (Agricultura) e do secretário federal Maçao Tadano (Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura).
Os chineses também foram convidados a acompanhar os trabalhos de fiscalização realizados no porto de Rio Grande.
No caso específico do Rio Grande do Sul, cerca de 70% da exportação de soja tem como destino a China. Rigotto chegou a defender que o Brasil recorresse à OMC (Organização Mundial do Comércio) para resolver o conflito.
A safra gaúcha neste ano é de 5,5 milhões de toneladas. Em 2003, foi bem maior, da ordem de 9,5 milhões de toneladas. A queda se deve à estiagem no Estado.
A viagem de Rigotto à China não se deveu à crise comercial existente entre os dois países --ela já havia sido marcada e foi adiada em razão de problemas envolvendo a difícil situação financeira do Estado. O governador não quis, na ocasião, ausentar-se.
A viagem, iniciada na última terça-feira, ocorreu exatamente no momento em que se desenvolveu a crise. Para agricultores, exportadores e autoridades brasileiras, a China tenta, recusando os carregamentos brasileiros, baixar o preço internacional da soja.
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da Folha de S.Paulo, em Pequim
A China aceitou as novas regras brasileiras para a exportação de soja, o que deve dar fim ao embargo ao produto brasileiro por conta da presença de fungicida.
O Brasil se comprometeu a não deixar ultrapassar, nas amostras, o limite de uma semente contaminada com fungicida por quilo de soja. Nos Estados Unidos, por exemplo, a tolerância é de três sementes contaminadas por quilo.
Qualquer amostra acima disso poderá ser vetada pelos chineses, caso a embarcação tenha seguido após a publicação da instrução normativa do Ministério da Agricultura, no último dia 11. Para a soja embarcada antes da publicação, os chineses decidirão caso a caso se encaminham o material para limpeza ou aceitam o produto.
O fim do embargo chinês à soja brasileira acontece após uma forte queda nos preços internacionais da commodity --causada, entre outros fatores, pelo próprio veto chinês ao produto brasileiro. Projeções do Ministério da Agricultura e de associações ligadas aos produtores estimam que as perdas tenham superado US$ 1 bilhão.
Segundo a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) o cálculo de US$ 1 bilhão leva em conta principalmente a queda no preço da soja no período --que recuou de US$ 320 para US$ 260 a tonelada. Cerca de 17 mil toneladas de soja já foram rejeitadas desde abril.
A decisão aconteceu após reunião de autoridades brasileiras e do Ministério da Quarentena (que cuida do controle de importações da China), que teve a participação do governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, do secretário gaúcho Odacyr Klein (Agricultura) e do secretário federal Maçao Tadano (Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura).
Os chineses também foram convidados a acompanhar os trabalhos de fiscalização realizados no porto de Rio Grande.
No caso específico do Rio Grande do Sul, cerca de 70% da exportação de soja tem como destino a China. Rigotto chegou a defender que o Brasil recorresse à OMC (Organização Mundial do Comércio) para resolver o conflito.
A safra gaúcha neste ano é de 5,5 milhões de toneladas. Em 2003, foi bem maior, da ordem de 9,5 milhões de toneladas. A queda se deve à estiagem no Estado.
A viagem de Rigotto à China não se deveu à crise comercial existente entre os dois países --ela já havia sido marcada e foi adiada em razão de problemas envolvendo a difícil situação financeira do Estado. O governador não quis, na ocasião, ausentar-se.
A viagem, iniciada na última terça-feira, ocorreu exatamente no momento em que se desenvolveu a crise. Para agricultores, exportadores e autoridades brasileiras, a China tenta, recusando os carregamentos brasileiros, baixar o preço internacional da soja.
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