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18/07/2004
-
09h07
CLÓVIS ROSSI
colunista da Folha de S.Paulo
A delegação do Mercosul deve chegar hoje a Bruxelas ansiosa por fechar logo a negociação com a União Européia, de olho num pacote que acrescentará US$ 2,5 bilhões às exportações brasileiras só na área do agronegócio.
O cálculo sobre os ganhos é de Antonio Donizeti Beraldo, representante da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), e torna fácil de entender a sua afirmação de que "o setor tem o maior interesse na conclusão bem-sucedida da negociação".
Na área pública, Paulo Venturelli, principal negociador do Ministério da Agricultura brasileiro, confirma a proximidade do acordo: "Há uma certa ansiedade dos dois lados para acabar logo com essa negociação".
Do lado europeu, a tônica é parecida. "Depois da freada em Buenos Aires e São Paulo, as negociações vão na boa direção. As duas rodadas técnicas deste mês aplainaram um pouco o terreno", diz Arancha González, porta-voz da UE para comércio.
González refere-se ao relativo fracasso da reunião do CNB (Comitê de Negociações Birregionais, principal instância técnica) realizada em Buenos Aires em junho e de conversas havidas em São Paulo, à margem da conferência da Unctad, o braço da ONU para comércio e desenvolvimento.
A partir de amanhã, em Bruxelas, a negociação recomeça com um novo encontro do CNB, que deveria ser o último antes de as partes anunciarem um acordo final, previsto para outubro.
Já ficou decidido que haverá novas reuniões em agosto, setembro e outubro, o que o principal negociador argentino, o vice-chanceler Martín Redrado, interpreta como um sinal da ansiedade das partes por fechar a negociação, tal como diz o brasileiro Paulo Venturelli.
Redrado também afirma --e o Itamaraty confirma-- que as divergências em curso entre o Brasil e a Argentina em torno da suposta invasão de produtos brasileiros no país vizinho não alteram de forma nenhuma as negociações do bloco com os europeus.
"O Mercosul anda a 150 quilômetros por hora em seu relacionamento externo e sempre consegue uma síntese entre seus quatro membros na hora de apresentar propostas", diz Redrado. "Só para dentro do bloco é que anda a 20 quilômetros por hora."
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A delegação do Mercosul deve chegar hoje a Bruxelas ansiosa por fechar logo a negociação com a União Européia, de olho num pacote que acrescentará US$ 2,5 bilhões às exportações brasileiras só na área do agronegócio.
O cálculo sobre os ganhos é de Antonio Donizeti Beraldo, representante da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), e torna fácil de entender a sua afirmação de que "o setor tem o maior interesse na conclusão bem-sucedida da negociação".
Na área pública, Paulo Venturelli, principal negociador do Ministério da Agricultura brasileiro, confirma a proximidade do acordo: "Há uma certa ansiedade dos dois lados para acabar logo com essa negociação".
Do lado europeu, a tônica é parecida. "Depois da freada em Buenos Aires e São Paulo, as negociações vão na boa direção. As duas rodadas técnicas deste mês aplainaram um pouco o terreno", diz Arancha González, porta-voz da UE para comércio.
González refere-se ao relativo fracasso da reunião do CNB (Comitê de Negociações Birregionais, principal instância técnica) realizada em Buenos Aires em junho e de conversas havidas em São Paulo, à margem da conferência da Unctad, o braço da ONU para comércio e desenvolvimento.
A partir de amanhã, em Bruxelas, a negociação recomeça com um novo encontro do CNB, que deveria ser o último antes de as partes anunciarem um acordo final, previsto para outubro.
Já ficou decidido que haverá novas reuniões em agosto, setembro e outubro, o que o principal negociador argentino, o vice-chanceler Martín Redrado, interpreta como um sinal da ansiedade das partes por fechar a negociação, tal como diz o brasileiro Paulo Venturelli.
Redrado também afirma --e o Itamaraty confirma-- que as divergências em curso entre o Brasil e a Argentina em torno da suposta invasão de produtos brasileiros no país vizinho não alteram de forma nenhuma as negociações do bloco com os europeus.
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