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25/07/2004 - 10h51

Brasil vê avanço menor no intercâmbio com Mercosul

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LUIS RENATO STRAUSS
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O Mercosul teve um dos piores desempenhos no crescimento do intercâmbio comercial com o Brasil nos últimos dez anos (1993-2003). Ficou apenas acima dos países do Oriente Médio. Se consideradas só as exportações do Brasil para o bloco, o aumento fica atrás de todos os dez grupos de países comparados pela Folha.

Embora o aumento das transações comerciais não tenha sido elevado (29,6%), o Mercosul é o quarto maior parceiro do Brasil no comércio internacional entre os grupos comparados.

O índice do aumento da corrente de comércio -exportações mais importações- é inferior ao de parceiros tradicionais, como a União Européia (90%), que agrega 25 países europeus, e o Nafta (103%), que abrange o México, o Canadá e os EUA.

Segundo o secretário de Comércio Exterior (Ministério do Desenvolvimento), Ivan Ramalho, o baixo desempenho do comércio com o Mercosul se deve principalmente à crise da Argentina.

A corrente de comércio da Argentina com o Brasil em 200 era de US$ 13 bilhões. O montante caiu para US$ 11 bilhões, em 2001, e US$ 7,1 bilhões, em 2002. No ano passado, as transações voltaram a subir e alcançaram US$ 9,2 bilhões, ou 81% do intercâmbio do Brasil com o bloco.

"O que se nota, no entanto, é uma recuperação da Argentina, o que aponta uma retomada do crescimento dos negócios do Brasil com o bloco", disse Ramalho. No último semestre, em comparação a 2003, as transações com a Argentina aumentaram 39%.

Para o governo, as empresas estão aprendendo a explorar novos mercados, apesar de dificuldades como idioma, logística e padrões técnicos. O resultado são saltos nos últimos dez anos em transações com grupos como CEI (348%), África (169%) e Ásia (110%). "O empresário está diversificando o destino de suas mercadorias, o que, para o Brasil, é uma boa notícia, pois ficamos menos dependentes", disse Ramalho. Cerca de 20% do intercâmbio comercial do Brasil, por exemplo, depende hoje dos EUA.

Na Ásia, o grande parceiro brasileiro vem sendo a China. No período de 1993 a 2003, a corrente de comércio aumentou 516%. Hoje, são US$ 6,7 bilhões comercializados entre os países. Na CEI (grupo de países da ex-URSS), o comércio entre o Brasil e o grupo vem sendo puxado pela Rússia, com um aumento de 374%, em compras e vendas que envolveram US$ 2,1 bilhões no ano passado.

A corrente de comércio da África do Sul com o Brasil ficou em US$ 935 milhões em 2003, um crescimento de 188% em dez anos. O país se tornou um dos principais parceiros na África.

"Se olharmos as transações com novos parceiros, veremos crescimentos fantásticos. Mas devo observar que partimos de números pequenos; portanto, qualquer incremento na corrente de comércio representa um grande salto."

Origem do bloco

A criação do Mercosul (Mercado Comum do Sul) faz parte de um processo de integração econômica entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

A origem foi o Tratado de Assunção, assinado em 1991, pelos países-membros, que se comprometeram a formar o bloco. Em 1994, o Protocolo de Ouro Preto reconhecia a personalidade jurídica de direito internacional do Mercosul e dava a ele competência para negociar acordos.

Já em 1995, foram dados os primeiros contornos para a formação de uma união aduaneira, que elimina obstáculos ao comércio entre os países, como tarifas alfandegárias, e estabelece uma política externa comum para o comércio com as demais nações. Começava a entrar em vigor a TEC (Tarifa Externa Comum), que estabelece taxas iguais para a importação e exportação de produtos para países não-membros.

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