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13/09/2004
-
07h09
ANDRÉ SOLIANI
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A União Européia cedeu à pressão do Mercosul e aceitou apresentar sua proposta completa para a criação da área de livre comércio entre os dois blocos no dia 20 deste mês. O Mercosul apresentará sua oferta no mesmo dia.
A decisão da UE permitiu que os dois lados voltassem a trabalhar com o objetivo de concluir as negociações dentro do prazo previsto --31 de outubro. Cerca de um mês após a troca de propostas, se ambos os lados ficarem satisfeitos com o que receberam, o acordo será assinado.
"A reunião serviu para confirmarmos nosso compromisso em fazer todo o possível para encerrar as negociações no prazo em que havíamos estipulado", disse ontem o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, após encontro com o comissário de Comércio da UE, Pascal Lamy, em Brasília.
Há um mês, uma reunião técnica entre negociadores das duas regiões fracassou, segundo os diplomatas do Mercosul, porque a Europa se recusou a desvendar a totalidade das concessões que estava disposta a fazer.
Aperto de mão
Lamy desembarcou no Brasil disposto a encerrar de vez as negociações. Antes de sua chegada, Amorim também acenou que não haveria avanços nas conversas, caso os europeus não colocassem na mesa a íntegra de sua proposta.
"Viemos analisar a situação e ver se o meu aperto de mão com Celso [Amorim] seria um aperto de mão de adeus ou um aperto de mão do tipo "nos vemos em breve". Como disse Celso, optamos pelo aperto de mão de "nos vemos em breve'", afirmou Lamy.
Não é a primeira vez que Lamy e Amorim precisam se reunir para destravar as negociações. Nos últimos quatro meses, os dois se encontraram pelo menos três vezes para dar um empurrão político nas conversas, que haviam chegado a um impasse no nível técnico.
No último encontro técnico, o conflito não foi exatamente sobre os temas habituais --o Mercosul querendo mais concessões na área agrícola e a EU cobrando ofertas mais generosas nos temas de compras governamentais, serviços e investimentos. A reunião, que também foi em Brasília, terminou porque os dois lados não concordavam sobre o formato das negociações.
O Mercosul queria que os dois lados colocassem todas as suas cartas na mesa; a Europa queria apresentar sua oferta ponto a ponto, conforme o Mercosul mostrasse as suas concessões. Ontem, Lamy e Amorim resolveram essa pendência.
Superar esse impasse, no entanto, não garante que o acordo será assinado dentro do prazo. "Achamos obviamente que há dificuldades, que não ignoramos", disse o ministro brasileiro, ao se referir às demandas que cada lado tem.
Lamy e Amorim afirmam que estão dispostos a melhorar as suas respectivas ofertas. "Nós tivemos a impressão de que, com um empurrão de mais um metro de cada lado, as coisas estariam bem encaminhadas para nós celebrarmos [um acordo]", afirmou Lamy.
A partir de hoje, como já estava previsto, os negociadores dos dois blocos se reúnem em Bruxelas.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a criação de área de livre comércio
UE cede à pressão do Mercosul e vai apresentar proposta
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
A União Européia cedeu à pressão do Mercosul e aceitou apresentar sua proposta completa para a criação da área de livre comércio entre os dois blocos no dia 20 deste mês. O Mercosul apresentará sua oferta no mesmo dia.
A decisão da UE permitiu que os dois lados voltassem a trabalhar com o objetivo de concluir as negociações dentro do prazo previsto --31 de outubro. Cerca de um mês após a troca de propostas, se ambos os lados ficarem satisfeitos com o que receberam, o acordo será assinado.
"A reunião serviu para confirmarmos nosso compromisso em fazer todo o possível para encerrar as negociações no prazo em que havíamos estipulado", disse ontem o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, após encontro com o comissário de Comércio da UE, Pascal Lamy, em Brasília.
Há um mês, uma reunião técnica entre negociadores das duas regiões fracassou, segundo os diplomatas do Mercosul, porque a Europa se recusou a desvendar a totalidade das concessões que estava disposta a fazer.
Aperto de mão
Lamy desembarcou no Brasil disposto a encerrar de vez as negociações. Antes de sua chegada, Amorim também acenou que não haveria avanços nas conversas, caso os europeus não colocassem na mesa a íntegra de sua proposta.
"Viemos analisar a situação e ver se o meu aperto de mão com Celso [Amorim] seria um aperto de mão de adeus ou um aperto de mão do tipo "nos vemos em breve". Como disse Celso, optamos pelo aperto de mão de "nos vemos em breve'", afirmou Lamy.
Não é a primeira vez que Lamy e Amorim precisam se reunir para destravar as negociações. Nos últimos quatro meses, os dois se encontraram pelo menos três vezes para dar um empurrão político nas conversas, que haviam chegado a um impasse no nível técnico.
No último encontro técnico, o conflito não foi exatamente sobre os temas habituais --o Mercosul querendo mais concessões na área agrícola e a EU cobrando ofertas mais generosas nos temas de compras governamentais, serviços e investimentos. A reunião, que também foi em Brasília, terminou porque os dois lados não concordavam sobre o formato das negociações.
O Mercosul queria que os dois lados colocassem todas as suas cartas na mesa; a Europa queria apresentar sua oferta ponto a ponto, conforme o Mercosul mostrasse as suas concessões. Ontem, Lamy e Amorim resolveram essa pendência.
Superar esse impasse, no entanto, não garante que o acordo será assinado dentro do prazo. "Achamos obviamente que há dificuldades, que não ignoramos", disse o ministro brasileiro, ao se referir às demandas que cada lado tem.
Lamy e Amorim afirmam que estão dispostos a melhorar as suas respectivas ofertas. "Nós tivemos a impressão de que, com um empurrão de mais um metro de cada lado, as coisas estariam bem encaminhadas para nós celebrarmos [um acordo]", afirmou Lamy.
A partir de hoje, como já estava previsto, os negociadores dos dois blocos se reúnem em Bruxelas.
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