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05/11/2004 - 09h34

Consumo cresce mais nas classes A e B com retomada

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ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo

Foram as classes mais abastadas que conseguiram aumentar o seu poder de compra neste ano, com a discreta recuperação no consumo ocorrida até o momento. Houve uma expansão de 4% na quantidade de mercadorias que os mais ricos compraram em 2004 em relação ao ano anterior. Levaram para casa mais alimentos, itens de higiene e beleza e bebidas. Na lanterna, aparece a população de menor poder de renda, das classes D e E.

Esse grupo também registrou em 2004 um aumento no volume de mercadorias adquiridas no comércio --alta de 2% no período. Equivale, portanto, a metade da expansão no consumo registrada nas classes A e B. Os dados pertencem a levantamento realizado pela LatinPanel, empresa de pesquisa do grupo Ibope, nos primeiros sete meses do ano. A tímida elevação na renda somada a melhora nos indicadores do emprego ajudaram no resultado.

Foram analisados os hábitos de compra de famílias em mais de 6.000 domicílios no país. Eles foram visitados de forma regular e semanal por pesquisadores da empresa. Cada família disponibiliza dados a respeito de sua cesta de compras em 64 categorias de produtos, como sabão, detergente, refrigerantes e sucos.

Ao se analisarem todas as classes sociais, foi registrado um aumento médio de 3% no volume de mercadorias compradas pela população em geral neste ano, até julho, sobre 2003.

Para economistas ouvidos ontem, em processos de retomada econômica é natural que os ganhos no poder de consumo aconteçam na ponta da pirâmide social e se espalhem depois, de forma lenta, para a base da pirâmide.

Uma das explicações para isso é que, quando o humor da economia melhora, as vagas no mercado de trabalho aparecem, primeiramente, entre os mais ricos.

Estudo elaborado pelo Ministério do Trabalho mostra que, entre julho de 2003 e julho deste ano, 98% das vagas oferecidas em seis maiores regiões metropolitanas foram ocupadas por pessoas com 11 anos ou mais de estudo.

Logo, com pelo menos o ensino médio completo. E esse grupo tende a ser formado por consumidores que pertencem a classes de maior poder aquisitivo.

Para a coordenadora do Observatório do Mercado de Trabalho, do Ministério do Trabalho, Paula Montagner, num primeiro momento as classes de menor poder aquisitivo se preocuparam em liqüidar as dívidas com os eventuais ganhos de renda neste ano.

Na análise de Francisco Pessoa Faria, economista da LCA Consultores, como a pesquisa não verifica os níveis de consumo de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, pode ter ocorrido uma elevação nessa demanda por parte das classes mais baixas. Nesse grupo estava concentrado um alto nível de demanda reprimida por eletrônicos dos últimos anos.

"O consumo desse grupo menos abastado não está tão ruim quanto no ano passado. O que acontece é que pode ter ocorrido uma demanda maior desse grupo por bens duráveis, e isso precisa ser considerado", diz.

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