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11/04/2005
-
15h17
da Folha Online
O banqueiro Daniel Dantas é sócio do Citigroup e de fundos de pensão brasileiros na Brasil Telecom, operadora de telefonia fixa que atende o Centro-Sul do país. A empresa foi criada em 1998, quando o governo FHC fatiou a Telebrás e vendeu a estatal para grupos privados por meio de leilões.
A relação de Dantas com os parceiros nacionais tornou-se conturbada depois que ele, com as bênçãos dos dirigentes dos fundos de pensão à época, tomou o controle da empresa mesmo tendo participação minoritária no negócio. Isso foi possível porque o banqueiro criou uma intrincada árvore societária. Mais tarde, Dantas nomeou Carla Cico, antes consultora do Opportunity, para a presidência da Brasil Telecom.
Com o Citibank, o entendimento azedou em 2004, depois que a Polícia Federal deflagrou a "Operação Chacal". O caso, que foi revelado pela Folha, envolvia o braço local da empresa de investigações Kroll, uma das maiores do ramo em todo o mundo, em suspeitas de espionagem ilegal.
Sob suspeita de que o banqueiro e a presidente da Brasil Telecom tivessem ordenado a "bisbilhotagem" de correspondências e telefonemas de várias pessoas, os policiais apreenderam computadores e documentos e prenderam funcionários da Kroll brasileira.
O escândalo ganhou corpo quando a Polícia Federal informou ter encontrado cópias de mensagens eletrônicas trocadas entre o ministro Luiz Gushiken (Comunicação do Governo) e o empresário Luís Roberto Demarco, desafeto declarado de Daniel Dantas.
Ambos os empresários tiveram negócios juntos na década de 90. Quando se desentenderam, Demarco pediu a dissolução do CVC/ Opportunity, fundo de investimentos conhecido como CVC/Cayman por estar sediado no Caribe, que continha recursos do Citigroup e era gerido pelo banco de Dantas.
Depois de uma contenda que se arrastou por anos, Demarco e Citigroup entraram em acordo no final de 2004, sob condições não reveladas. O empresário desistiu de uma ação judicial contra a instituição financeira.
O Citigroup, por sua vez, contratou a Trevisan para passar um pente-fino em todos os negócios mantidos em conjunto com o Opportunity. Não gostou do que viu e, em 8 de março, pediu que o banco fosse destituído da administração do CVC/ Opportunity. Nove dias após o pedido, a Corte Federal de Nova York afastou definitivamente Daniel Dantas do CVC/Cayman. O banqueiro acatou a ordem, mas, mesmo assim, ainda mantém o controle da Brasil Telecom.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Brasil Telecom
Entenda as suspeitas sobre a Brasil Telecom e o caso Kroll
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O banqueiro Daniel Dantas é sócio do Citigroup e de fundos de pensão brasileiros na Brasil Telecom, operadora de telefonia fixa que atende o Centro-Sul do país. A empresa foi criada em 1998, quando o governo FHC fatiou a Telebrás e vendeu a estatal para grupos privados por meio de leilões.
A relação de Dantas com os parceiros nacionais tornou-se conturbada depois que ele, com as bênçãos dos dirigentes dos fundos de pensão à época, tomou o controle da empresa mesmo tendo participação minoritária no negócio. Isso foi possível porque o banqueiro criou uma intrincada árvore societária. Mais tarde, Dantas nomeou Carla Cico, antes consultora do Opportunity, para a presidência da Brasil Telecom.
Com o Citibank, o entendimento azedou em 2004, depois que a Polícia Federal deflagrou a "Operação Chacal". O caso, que foi revelado pela Folha, envolvia o braço local da empresa de investigações Kroll, uma das maiores do ramo em todo o mundo, em suspeitas de espionagem ilegal.
Sob suspeita de que o banqueiro e a presidente da Brasil Telecom tivessem ordenado a "bisbilhotagem" de correspondências e telefonemas de várias pessoas, os policiais apreenderam computadores e documentos e prenderam funcionários da Kroll brasileira.
O escândalo ganhou corpo quando a Polícia Federal informou ter encontrado cópias de mensagens eletrônicas trocadas entre o ministro Luiz Gushiken (Comunicação do Governo) e o empresário Luís Roberto Demarco, desafeto declarado de Daniel Dantas.
Ambos os empresários tiveram negócios juntos na década de 90. Quando se desentenderam, Demarco pediu a dissolução do CVC/ Opportunity, fundo de investimentos conhecido como CVC/Cayman por estar sediado no Caribe, que continha recursos do Citigroup e era gerido pelo banco de Dantas.
Depois de uma contenda que se arrastou por anos, Demarco e Citigroup entraram em acordo no final de 2004, sob condições não reveladas. O empresário desistiu de uma ação judicial contra a instituição financeira.
O Citigroup, por sua vez, contratou a Trevisan para passar um pente-fino em todos os negócios mantidos em conjunto com o Opportunity. Não gostou do que viu e, em 8 de março, pediu que o banco fosse destituído da administração do CVC/ Opportunity. Nove dias após o pedido, a Corte Federal de Nova York afastou definitivamente Daniel Dantas do CVC/Cayman. O banqueiro acatou a ordem, mas, mesmo assim, ainda mantém o controle da Brasil Telecom.
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