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03/08/2003
-
09h02
O aumento da concorrência entre instituições, a queda na renda média do brasileiro e a necessidade de expandir o sistema incluindo um estudante de perfil mais carente estão obrigando os estabelecimentos privados de ensino superior a mudar o seu perfil.
Um estudo feito pela consultoria Hoper para o 9º Seminário de Marketing Escolar --que acontece em 27 de agosto, em São Paulo- mostra que, de 1997 a 2002, o preço médio da mensalidade de 208 cursos de administração das regiões Sul e Sudeste caiu 22%, de R$ 498 para R$ 387.
Um dos autores do estudo, o consultor de marketing educacional Ryon Braga, afirma que essa redução se deve, principalmente, à oferta de novos cursos de administração, que chegam ao mercado oferecendo uma mensalidade menor do que a das instituições já estabelecidas.
Braga diz que a expansão do ensino superior, antes restrita às classes A e B, já chegou à classe C. "Na década de 90, havia uma demanda bastante reprimida nas classes A e B. A partir de 2000, essa demanda já foi atendida, e as projeções indicam que, a partir de agora, o crescimento do ensino superior acontecerá apenas nas classes C e D", diz Braga.
Para isso, o consultor afirma que as instituições de ensino superior terão de encontrar uma maneira de oferecer cursos com mensalidades mais baratas, sem perda da qualidade.
"Acabou a fartura. Apesar do crescimento significativo das matrículas nos últimos anos, a realidade do ensino superior não é mais aquela que as pessoas imaginam. As instituições hoje são preparadas para atender apenas as classes A e B. O valor das mensalidades não é compatível com o que pode pagar a classe C, onde crescerá a demanda", afirma.
No estudo, a Hoper leva em conta que uma família brasileira consegue comprometer até 25% de sua renda com o pagamento de mensalidades escolares. Como o estudo considerou como sendo de classe C um brasileiro com renda familiar de R$ 844, o máximo que essa família poderia gastar com educação seria R$ 211.
Mercado
Uma projeção feita pelo ex-ministro e hoje consultor educacional Paulo Renato Souza mostra a mesma realidade indicada por Braga. Segundo Paulo Renato, a classe C representará 60% dos estudantes de ensino superior até o ano de 2008.
"Será preciso oferecer um serviço mais adequado a essa classe, com custos mais baixos. O problema é que a eficiência nunca foi uma preocupação porque não havia competição no setor."
Faculdades se adaptam a público de classe C
da Folha de S.Paulo, no RioO aumento da concorrência entre instituições, a queda na renda média do brasileiro e a necessidade de expandir o sistema incluindo um estudante de perfil mais carente estão obrigando os estabelecimentos privados de ensino superior a mudar o seu perfil.
Um estudo feito pela consultoria Hoper para o 9º Seminário de Marketing Escolar --que acontece em 27 de agosto, em São Paulo- mostra que, de 1997 a 2002, o preço médio da mensalidade de 208 cursos de administração das regiões Sul e Sudeste caiu 22%, de R$ 498 para R$ 387.
Um dos autores do estudo, o consultor de marketing educacional Ryon Braga, afirma que essa redução se deve, principalmente, à oferta de novos cursos de administração, que chegam ao mercado oferecendo uma mensalidade menor do que a das instituições já estabelecidas.
Braga diz que a expansão do ensino superior, antes restrita às classes A e B, já chegou à classe C. "Na década de 90, havia uma demanda bastante reprimida nas classes A e B. A partir de 2000, essa demanda já foi atendida, e as projeções indicam que, a partir de agora, o crescimento do ensino superior acontecerá apenas nas classes C e D", diz Braga.
Para isso, o consultor afirma que as instituições de ensino superior terão de encontrar uma maneira de oferecer cursos com mensalidades mais baratas, sem perda da qualidade.
"Acabou a fartura. Apesar do crescimento significativo das matrículas nos últimos anos, a realidade do ensino superior não é mais aquela que as pessoas imaginam. As instituições hoje são preparadas para atender apenas as classes A e B. O valor das mensalidades não é compatível com o que pode pagar a classe C, onde crescerá a demanda", afirma.
No estudo, a Hoper leva em conta que uma família brasileira consegue comprometer até 25% de sua renda com o pagamento de mensalidades escolares. Como o estudo considerou como sendo de classe C um brasileiro com renda familiar de R$ 844, o máximo que essa família poderia gastar com educação seria R$ 211.
Mercado
Uma projeção feita pelo ex-ministro e hoje consultor educacional Paulo Renato Souza mostra a mesma realidade indicada por Braga. Segundo Paulo Renato, a classe C representará 60% dos estudantes de ensino superior até o ano de 2008.
"Será preciso oferecer um serviço mais adequado a essa classe, com custos mais baixos. O problema é que a eficiência nunca foi uma preocupação porque não havia competição no setor."
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