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21/11/2000
-
08h06
especial para a Folha de S.Paulo
Última muralha da Guerra Fria, a cerca de arame farpado, com mais de 200 km de extensão, que divide as duas Coréias, começa a ser desmontada. Os governos de Seul e Pyongyang vêm dando passos importantes em direção à paz e à futura reunificação do país.
Primeiro, foi a visita do presidente Kim Dae Jung, da Coréia do Sul, ao seu vizinho do norte, Kim Jong 2, em junho. Depois, as delegações do norte e do sul desfilaram juntas na abertura dos Jogos Olímpicos de Sydney.
Finalmente, num gesto simbólico, em agosto, cada país enviou ao vizinho cem representantes dos 10 milhões de famílias separadas após a divisão das Coréias. Pequenos passos no caminho do diálogo e da superação das divergências.
Ocupada pelo Japão entre 1910 e 1945, a península da Coréia foi dividida na altura do paralelo 38, na Conferência de Potsdam, após a rendição japonesa.
Marcada pelas tensões da Guerra Fria e pelos desígnios da Doutrina Truman, a parte sul do paralelo ficou sob influência dos Estados Unidos, enquanto o norte se rendia à proteção soviética.
Em 48, houve a separação definitiva, no sul, constituiu-se a República da Coréia, capitalista, e, no norte, a República Popular Democrática da Coréia, comunista.
Frequentemente, tropas do sul e do norte entravam em choque na fronteira entre as duas Coréias, até que, em junho de 50, o governo do norte ordenou uma ofensiva pelo paralelo 38.
Tinha início a Guerra da Coréia (50-53), um dos conflitos mais sangrentos da Guerra Fria. No total, foram mais de 3 milhões de mortos, incluindo 142 mil militares norte-americanos e aproximadamente 1 milhão de chineses.
Jamais um acordo de paz foi assinado entre as Coréias, apenas um precário armistício que dura mais de 50 anos.
A partir da Guerra da Coréia, o confronto entre os EUA e a URSS deixou a Europa migrando para regiões periféricas. Disputavam palmo a palmo a ampliação das suas respectivas áreas de influência. Definiram a divisão da península e foram responsáveis pelo pesadelo de cinco décadas de separação.
Passado o trauma da Guerra Fria, os americanos se empenham agora em promover o diálogo entre o norte e o sul. Com o aval da Fifa, até sugerem a realização de uma partida de futebol na Coréia do Norte durante o mundial de 2002 que vai acontecer na Coréia do Sul e no Japão.
Idéia fantástica. Poderiam propor também uma partida em Bagdá. Quem sabe o velho Saddam se convence de que é melhor render-se aos encantos da bola que continuar investindo em mísseis, ogivas e armas químicas.
Roberto Candelori é professor de atualidades do colégio Pueri Domus e coordenador da Cia. de Ética
Resumão/atualidades: O abraço das Coréias
ROBERTO CANDELORIespecial para a Folha de S.Paulo
Última muralha da Guerra Fria, a cerca de arame farpado, com mais de 200 km de extensão, que divide as duas Coréias, começa a ser desmontada. Os governos de Seul e Pyongyang vêm dando passos importantes em direção à paz e à futura reunificação do país.
Primeiro, foi a visita do presidente Kim Dae Jung, da Coréia do Sul, ao seu vizinho do norte, Kim Jong 2, em junho. Depois, as delegações do norte e do sul desfilaram juntas na abertura dos Jogos Olímpicos de Sydney.
Finalmente, num gesto simbólico, em agosto, cada país enviou ao vizinho cem representantes dos 10 milhões de famílias separadas após a divisão das Coréias. Pequenos passos no caminho do diálogo e da superação das divergências.
Ocupada pelo Japão entre 1910 e 1945, a península da Coréia foi dividida na altura do paralelo 38, na Conferência de Potsdam, após a rendição japonesa.
Marcada pelas tensões da Guerra Fria e pelos desígnios da Doutrina Truman, a parte sul do paralelo ficou sob influência dos Estados Unidos, enquanto o norte se rendia à proteção soviética.
Em 48, houve a separação definitiva, no sul, constituiu-se a República da Coréia, capitalista, e, no norte, a República Popular Democrática da Coréia, comunista.
Frequentemente, tropas do sul e do norte entravam em choque na fronteira entre as duas Coréias, até que, em junho de 50, o governo do norte ordenou uma ofensiva pelo paralelo 38.
Tinha início a Guerra da Coréia (50-53), um dos conflitos mais sangrentos da Guerra Fria. No total, foram mais de 3 milhões de mortos, incluindo 142 mil militares norte-americanos e aproximadamente 1 milhão de chineses.
Jamais um acordo de paz foi assinado entre as Coréias, apenas um precário armistício que dura mais de 50 anos.
A partir da Guerra da Coréia, o confronto entre os EUA e a URSS deixou a Europa migrando para regiões periféricas. Disputavam palmo a palmo a ampliação das suas respectivas áreas de influência. Definiram a divisão da península e foram responsáveis pelo pesadelo de cinco décadas de separação.
Passado o trauma da Guerra Fria, os americanos se empenham agora em promover o diálogo entre o norte e o sul. Com o aval da Fifa, até sugerem a realização de uma partida de futebol na Coréia do Norte durante o mundial de 2002 que vai acontecer na Coréia do Sul e no Japão.
Idéia fantástica. Poderiam propor também uma partida em Bagdá. Quem sabe o velho Saddam se convence de que é melhor render-se aos encantos da bola que continuar investindo em mísseis, ogivas e armas químicas.
Roberto Candelori é professor de atualidades do colégio Pueri Domus e coordenador da Cia. de Ética
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