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17/02/2006
-
22h00
KARINA KLINGER
da Folha Online
A Fundação São Paulo, mantenedora da PUC-SP ligada à Igreja Católica, anunciou nesta sexta-feira a demissão de 211 professores e de 114 funcionários. De acordo a entidade, esse foi o último corte na universidade, que agora emprega 1.446 professores --um quadro 30% menor de docentes.
Desde o anúncio da crise, em novembro, foram demitidos 472 professores, dos quais 121 por meio do Programa de Demissões Voluntárias e 140 pela reitoria, em negociação com os departamentos de ensino.
Para contornar uma dívida bancária de R$ 82 milhões, além das demissões, a PUC-SP adiou as aulas, que só começarão no dia 2 de março. Diante de tantas mudanças, os alunos organizaram nesta tarde uma série de protestos no prédio do campus Perdizes.
A estudante Ana Carolina Pereira Alves, do curso de mestrado em psicologia experimental, disse à reportagem que um de seus professores foi demitido hoje da universidade.
"Além de demitirem um profissional experiente, com mais 15 anos de PUC, eles deixaram 15 alunos perdidos", contou a estudante.
Carolina, aliás, juntamente com os colegas fez uma carta de protesto e organizou uma blog (http://crisepuc.blogspot.com) para manifestar o descontentamento dos professores e alunos.
Outro lado
Em pronunciamento ao Conselho Universitário nesta tarde, a reitora Maura Pardini Bicudo Véras falou sobre a crise. Segundo a professora, não houve alternativa senão cortar gastos da folha de pagamento por meio de uma demissão em massa.
De acordo com a reitora, se a PUC não recorresse aos bancos entraria em colapso ainda no segundo semestre do ano passado. "Abrimos um Programa de Demissões Voluntárias, altamente favorável àqueles que pretendiam desligar-se da PUC-SP. Esse esforço redundou no corte de R$ 3,13 milhões na folha salarial. No entanto, isso não foi suficiente para atingirmos a meta exigida por nossos credores", afirmou.
Em um momento do discurso, a reitora fez questão de deixar claro que não concorda com os últimos cortes anunciados pela Fundação São Paulo. "Mesmo reconhecendo sua necessidade, não assumirei os cortes que estão sendo realizados pela Secretaria da Fundação, pelo fato de não terem sido feitos pelo método pactuado com as instâncias deliberativas da PUC-SP", afirmou.
Como a declaração da professora, surge um impasse entre a reitoria e a Fundação São Paulo. De acordo com os professores ouvidos pela reportagem, essa questão pode gerar outra crise na universidade.
Já a Fundação São Paulo, por meio de sua assessoria de imprensa, afirma que o último corte foi feito com o consentimento da reitoria.
Após reunião da Apropuc (associação dos docentes da PUC) nesta noite, foi marcada uma nova assembléia com a participação de alunos e funcionários na segunda-feira (20). Por enquanto, a entidade não entrará em greve.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a PUC
PUC anuncia mais demissões; alunos e professores protestam
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da Folha Online
A Fundação São Paulo, mantenedora da PUC-SP ligada à Igreja Católica, anunciou nesta sexta-feira a demissão de 211 professores e de 114 funcionários. De acordo a entidade, esse foi o último corte na universidade, que agora emprega 1.446 professores --um quadro 30% menor de docentes.
Desde o anúncio da crise, em novembro, foram demitidos 472 professores, dos quais 121 por meio do Programa de Demissões Voluntárias e 140 pela reitoria, em negociação com os departamentos de ensino.
Para contornar uma dívida bancária de R$ 82 milhões, além das demissões, a PUC-SP adiou as aulas, que só começarão no dia 2 de março. Diante de tantas mudanças, os alunos organizaram nesta tarde uma série de protestos no prédio do campus Perdizes.
A estudante Ana Carolina Pereira Alves, do curso de mestrado em psicologia experimental, disse à reportagem que um de seus professores foi demitido hoje da universidade.
"Além de demitirem um profissional experiente, com mais 15 anos de PUC, eles deixaram 15 alunos perdidos", contou a estudante.
Carolina, aliás, juntamente com os colegas fez uma carta de protesto e organizou uma blog (http://crisepuc.blogspot.com) para manifestar o descontentamento dos professores e alunos.
Outro lado
Em pronunciamento ao Conselho Universitário nesta tarde, a reitora Maura Pardini Bicudo Véras falou sobre a crise. Segundo a professora, não houve alternativa senão cortar gastos da folha de pagamento por meio de uma demissão em massa.
De acordo com a reitora, se a PUC não recorresse aos bancos entraria em colapso ainda no segundo semestre do ano passado. "Abrimos um Programa de Demissões Voluntárias, altamente favorável àqueles que pretendiam desligar-se da PUC-SP. Esse esforço redundou no corte de R$ 3,13 milhões na folha salarial. No entanto, isso não foi suficiente para atingirmos a meta exigida por nossos credores", afirmou.
Em um momento do discurso, a reitora fez questão de deixar claro que não concorda com os últimos cortes anunciados pela Fundação São Paulo. "Mesmo reconhecendo sua necessidade, não assumirei os cortes que estão sendo realizados pela Secretaria da Fundação, pelo fato de não terem sido feitos pelo método pactuado com as instâncias deliberativas da PUC-SP", afirmou.
Como a declaração da professora, surge um impasse entre a reitoria e a Fundação São Paulo. De acordo com os professores ouvidos pela reportagem, essa questão pode gerar outra crise na universidade.
Já a Fundação São Paulo, por meio de sua assessoria de imprensa, afirma que o último corte foi feito com o consentimento da reitoria.
Após reunião da Apropuc (associação dos docentes da PUC) nesta noite, foi marcada uma nova assembléia com a participação de alunos e funcionários na segunda-feira (20). Por enquanto, a entidade não entrará em greve.
Especial
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