Publicidade
Publicidade
01/11/2001
-
15h10
especial para a Folha de S.Paulo
Existem na língua verbos que precisam de um complemento para que a ação que exprimem tenha sentido completo e outros que prescindem disso. Aos primeiros chamamos transitivos e aos últimos, intransitivos.
Denominam-se transitivos diretos aqueles cujo complemento não é obrigatoriamente preposicionado (objeto direto) e transitivos indiretos aqueles que exigem a preposição diante do complemento (objeto indireto).
Na construção: "Você fuma?", o verbo é intransitivo, ou seja, seu sentido está completo -deseja-se saber apenas se a pessoa em questão é ou não fumante. Não importa saber se fuma, por exemplo, cachimbo ou charuto. Caso isso fosse relevante, as perguntas seriam: "Você fuma cachimbo?" ou "Você fuma charuto?" -e o verbo seria transitivo direto. Aquilo que se fuma é o objeto direto, ou seja, o alvo do processo verbal.
A análise sintática sempre deve levar em consideração o contexto. Um mesmo verbo pode assumir diferentes comportamentos, dependendo da situação.
O objeto direto pode, eventualmente, ser constituído de um substantivo cognato do verbo ou pertencente à mesma esfera semântica dele -e nesse caso será chamado de objeto direto interno ou intrínseco. É o que se lê em sentenças como: "Ele dorme o sono dos justos" ou "Ele vivia uma vida de cão". Convém observar que "dormir" e "viver" são normalmente intransitivos, mas, nessas frases, passam a transitivos diretos.
À primeira vista, as construções podem parecer redundantes, mas a adjetivação do substantivo que funciona como núcleo do objeto direto as valida, reforçando seu caráter notadamente enfático.
A força estilística desse tipo de formulação já foi experimentada por muitos de nossos escritores. Em Gonçalves Dias, lemos: "Morrerás morte vil da mão de um forte" ("I-Juca Pirama"); em Vinicius de Moraes, no tão conhecido e tão belo "Soneto da Fidelidade", está: E rir meu riso e derramar meu pranto...", verso em que o pronome possessivo atua com força de adjetivo.
O tema é amplo e deverá ser retomado nas próximas colunas.
_______________________________________
Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha e apresentadora das aulas de gramática do programa "Vestibulando", da TV Cultura
Fovest - 1º.nov.2001
Paradidático aprofundam temas freqüentes no vestibular
Texto curto e simples facilita aprendizado
Boletim para escola traz informação sobre geopolítica
Confira alguns dos livros paradidáticos mais usados
RESUMÃO
Atualidades
Matemática
Física
Biologia
História
PROFISSÕES
Clínica é apenas uma das opções do psicólogo
Curso de psicologia aborda 2 áreas de estudo
Tire suas dúvidas sobre o curso de psicologia
Confira as universidades com conceito "A" no provão
PROGRAMA
Vídeos ajudam a entender conflitos na Irlanda do Norte
TV debate sobre jovens que estudam e trabalham
Resumão/português - Sobre o objeto direto interno
THAÍS NICOLETI DE CAMARGOespecial para a Folha de S.Paulo
Existem na língua verbos que precisam de um complemento para que a ação que exprimem tenha sentido completo e outros que prescindem disso. Aos primeiros chamamos transitivos e aos últimos, intransitivos.
Denominam-se transitivos diretos aqueles cujo complemento não é obrigatoriamente preposicionado (objeto direto) e transitivos indiretos aqueles que exigem a preposição diante do complemento (objeto indireto).
Na construção: "Você fuma?", o verbo é intransitivo, ou seja, seu sentido está completo -deseja-se saber apenas se a pessoa em questão é ou não fumante. Não importa saber se fuma, por exemplo, cachimbo ou charuto. Caso isso fosse relevante, as perguntas seriam: "Você fuma cachimbo?" ou "Você fuma charuto?" -e o verbo seria transitivo direto. Aquilo que se fuma é o objeto direto, ou seja, o alvo do processo verbal.
A análise sintática sempre deve levar em consideração o contexto. Um mesmo verbo pode assumir diferentes comportamentos, dependendo da situação.
O objeto direto pode, eventualmente, ser constituído de um substantivo cognato do verbo ou pertencente à mesma esfera semântica dele -e nesse caso será chamado de objeto direto interno ou intrínseco. É o que se lê em sentenças como: "Ele dorme o sono dos justos" ou "Ele vivia uma vida de cão". Convém observar que "dormir" e "viver" são normalmente intransitivos, mas, nessas frases, passam a transitivos diretos.
À primeira vista, as construções podem parecer redundantes, mas a adjetivação do substantivo que funciona como núcleo do objeto direto as valida, reforçando seu caráter notadamente enfático.
A força estilística desse tipo de formulação já foi experimentada por muitos de nossos escritores. Em Gonçalves Dias, lemos: "Morrerás morte vil da mão de um forte" ("I-Juca Pirama"); em Vinicius de Moraes, no tão conhecido e tão belo "Soneto da Fidelidade", está: E rir meu riso e derramar meu pranto...", verso em que o pronome possessivo atua com força de adjetivo.
O tema é amplo e deverá ser retomado nas próximas colunas.
_______________________________________
Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha e apresentadora das aulas de gramática do programa "Vestibulando", da TV Cultura
Fovest - 1º.nov.2001
RESUMÃO
PROFISSÕES
PROGRAMA
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Avaliação reprova 226 faculdades do país pelo 4º ano consecutivo
- Dilma aprova lei que troca dívidas de universidades por bolsas
- Notas das melhores escolas paulistas despencam em exame; veja
- Universidades de SP divulgam calendário dos vestibulares 2013
- Mercadante diz que não há margem para reajuste maior aos docentes
+ Comentadas
- Câmara sinaliza absolvição de deputados envolvidos com Cachoeira
- Alunos com bônus por raça repetem mais na Unicamp
+ EnviadasÍndice