Publicidade
Publicidade
11/07/2002
-
10h31
da Folha de S.Paulo
Em 1752, o cientista americano Benjamin Franklin conseguiu, ao usar uma pipa de papel durante uma tempestade, captar a eletricidade desenvolvida nas nuvens para alguns aparelhos de seu laboratório. O sucesso de sua famosa e perigosa experiência permitiu que essa poderosa descarga elétrica, o raio, começasse a ser mais bem compreendida.
Pesquisas recentes mostram que as nuvens que causam fortes tempestades são denominadas cúmulos-nimbos. Elas têm extensão vertical de alguns quilômetros, com a base situada entre um e dois quilômetros acima do solo e o topo atingindo até 20 quilômetros.
Devido às correntes de convecção e aos ventos muito fortes, que sobem pelo centro e descem pelas extremidades, ocorrem colisões entre o granizo e os cristais de gelo dentro da nuvem. O atrito gerado eletriza os cristais com carga positiva geralmente na parte superior da nuvem e o granizo com carga negativa na parte inferior dela. Dessa forma, ocorre a indução de uma carga positiva na superfície da Terra, estabelecendo um campo elétrico.
À medida que as cargas se vão avolumando, o campo elétrico vai se tornando cada vez mais intenso. Quando supera o limite da capacidade dielétrica (ou isolante) do ar atmosférico, que geralmente varia de 10 mil a 30 mil volts por centímetro, o ar torna-se condutor e uma enorme descarga elétrica ruma ao solo, ou melhor, preferencialmente ao ponto mais alto do solo (árvores, pára-raios, torres de transmissão de eletricidade e, eventualmente, pessoas).
O tempo de duração de um raio é aproximadamente meio segundo e são transferidos 1020 elétrons da base da nuvem para a Terra. Esse número equivale à potência de 100 milhões de lâmpadas comuns!
Uma nuvem cúmulo-nimbo típica produz de um a três raios por minuto, o que permite imaginar a enorme quantidade de energia liberada por um conjunto de nuvens durante uma tempestade. A luz que acompanha o raio resulta da ionização do ar, constituindo o relâmpago.
Com o súbito aquecimento (entre 15.000º C e 30.000º C), ao longo da descarga elétrica, o ar sofre uma expansão violenta, criando assim as fortes ondas sonoras, conhecidas como trovão.
Estudos mostram que o Brasil é um dos campeões mundiais desse fenômeno. São 100 milhões de raios a cada ano. Vale lembrar que não é recomendável proteger-se embaixo de uma árvore, num descampado, durante uma tempestade.
Tarso Paulo Rodrigues é professor e coordenador de física do Colégio Augusto Laranja
Leia mais:
Atualidades: Palestinos continuam a luta por um Estado soberano
História: Entenda a reforma religiosa na Europa ocidental
Geografia: Os domínios dos mares de morros e das pradarias
Português: Aposto explicativo não deve ser confundido com predicativo
Física: Entenda os raios, os relâmpagos e os trovões
TARSO PAULO RODRIGUESda Folha de S.Paulo
Em 1752, o cientista americano Benjamin Franklin conseguiu, ao usar uma pipa de papel durante uma tempestade, captar a eletricidade desenvolvida nas nuvens para alguns aparelhos de seu laboratório. O sucesso de sua famosa e perigosa experiência permitiu que essa poderosa descarga elétrica, o raio, começasse a ser mais bem compreendida.
Pesquisas recentes mostram que as nuvens que causam fortes tempestades são denominadas cúmulos-nimbos. Elas têm extensão vertical de alguns quilômetros, com a base situada entre um e dois quilômetros acima do solo e o topo atingindo até 20 quilômetros.
Devido às correntes de convecção e aos ventos muito fortes, que sobem pelo centro e descem pelas extremidades, ocorrem colisões entre o granizo e os cristais de gelo dentro da nuvem. O atrito gerado eletriza os cristais com carga positiva geralmente na parte superior da nuvem e o granizo com carga negativa na parte inferior dela. Dessa forma, ocorre a indução de uma carga positiva na superfície da Terra, estabelecendo um campo elétrico.
À medida que as cargas se vão avolumando, o campo elétrico vai se tornando cada vez mais intenso. Quando supera o limite da capacidade dielétrica (ou isolante) do ar atmosférico, que geralmente varia de 10 mil a 30 mil volts por centímetro, o ar torna-se condutor e uma enorme descarga elétrica ruma ao solo, ou melhor, preferencialmente ao ponto mais alto do solo (árvores, pára-raios, torres de transmissão de eletricidade e, eventualmente, pessoas).
O tempo de duração de um raio é aproximadamente meio segundo e são transferidos 1020 elétrons da base da nuvem para a Terra. Esse número equivale à potência de 100 milhões de lâmpadas comuns!
Uma nuvem cúmulo-nimbo típica produz de um a três raios por minuto, o que permite imaginar a enorme quantidade de energia liberada por um conjunto de nuvens durante uma tempestade. A luz que acompanha o raio resulta da ionização do ar, constituindo o relâmpago.
Com o súbito aquecimento (entre 15.000º C e 30.000º C), ao longo da descarga elétrica, o ar sofre uma expansão violenta, criando assim as fortes ondas sonoras, conhecidas como trovão.
Estudos mostram que o Brasil é um dos campeões mundiais desse fenômeno. São 100 milhões de raios a cada ano. Vale lembrar que não é recomendável proteger-se embaixo de uma árvore, num descampado, durante uma tempestade.
Tarso Paulo Rodrigues é professor e coordenador de física do Colégio Augusto Laranja
Leia mais:
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Avaliação reprova 226 faculdades do país pelo 4º ano consecutivo
- Dilma aprova lei que troca dívidas de universidades por bolsas
- Notas das melhores escolas paulistas despencam em exame; veja
- Universidades de SP divulgam calendário dos vestibulares 2013
- Mercadante diz que não há margem para reajuste maior aos docentes
+ Comentadas
- Câmara sinaliza absolvição de deputados envolvidos com Cachoeira
- Alunos com bônus por raça repetem mais na Unicamp
+ EnviadasÍndice