Gripe
pode virar otite aguda na criança
da Folha Online
A
otite média aguda, junto com a diarréia e algumas
infecções das vias respiratórias, como a faringite
e a gripe, é um dos motivos mais frequentes para criança
visitar o consultório do pediatra. Antes dos três anos,
entre 70% e 80% das crianças já apresentaram algum
tipo de otite e, aos sete, simplesmente já tiveram a maioria
delas.
Bactérias
ou vírus geralmente são os causadores da otite, mas
em alguns casos ela pode aparecer devido a uma alergia. O mais comum,
porém, é que está quase sempre associada à
gripe. As crianças são as maiores vítimas já
que ainda não possuem um sistema imunológico totalmente
formado, o que as torna vulneráveis a constantes gripes.
Isso ocorre, por exemplo, quando vão a escolas infantis desde
bebês.
O ouvido
médio é uma cavidade com ar na qual se localizam os
ossos chamados de transição: o martelo, o estribo
e a bigorna. Por sua vez, essa cavidade tem uma ligação
com o nariz, chamada de Trompa de Eustáquio, que tem como
função drenar a pequena quantidade de mucosidade que
se forma no local. Esse tubo é essencial para que o ouvido
possa equilibrar a pressão e manter um ambiente idôneo
para a transmissão das vibrações, que chegam
à cóclea, órgão interno de audição,
e as converte em impulsos nervosos para que o cérebro as
entenda como sons.
Quando
a cavidade do ouvido médio se inflama, as paredes da Trompa
de Eustáquio aumentam de tamanho, bloqueiam a passagem e
o líquido fica estancado. Isso provoca uma descompressão
interna e um crescimento e tensão do tímpano, o que
causa a dor de ouvido, o mal estar e a febre, isto é, desenvolve-se
a otite aguda média.
A incidência
em bebês é muito mais comum do que em crianças
por causa de diferenças físicas. A distância
entre o nariz e o ouvido en uma criança de dez anos, por
exemplo, é maior que a de um bebê e a Trompa de Eustáquio,
por sua vez, fica mais inclinada. Desta forma, a mucosidade na criança
passa com mais facilidade.
Os bebês ainda tem contra si o fato de não saberem
como assoar o nariz. Com isso, engolem a mucosidade, que depois
sobe até o ouvido. Quando a criança aprende a limpar
o nariz a incidência da otite diminui consideravelmente.
Para
diferenciar uma gripe de uma otite é necessário observar
que a primeira tende a manifestar-se com febre baixa e com a mucosidade
transparente. Mas se depois de quatro dias o bebê não
tiver nenhuma melhora, permanecer com temperatura alta, ficar irritado,
respirar pela boca e apresentar mocos esverdeados, é possível
que esteja sofrendo de uma otite.
Caso
a otite média aguda seja de origem viral, o tratamento é
simples. Mas quando ela é bacteriana ela deve ser combatida
com antibióticos e remédios que baixem a febre.
A
otite não cuidada pode virar crônica. Quando isso acontece,
a cadeia de pequenos ossos que transmitem o som é destruída,
o que com o tempo pode trazer como consequência a surdez.
A infecção não tratada também pode estender-se
e prejudicar outras partes do corpo, como as meninges (região
do pescoço) e os ossos do crâneo.
Leia
mais: Saiba como prevenir a otite
em seu filho
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