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Onda do surfe atinge
cada vez mais mulheres

RODRIGO DIONISIO
repórter da Folha Online

Evelson de Freitas/Folha Imagem
A surfista Mariane Ferracine observa o mar de Maresias (SP); mulheres com suas pranchas se tornam cada vez mais comuns no litoral paulista

Clique aqui para ver a galeria de imagens de mulheres surfistas
Há dois anos existia um esporte que queimava muitas calorias, desenvolvia o senso de equilíbrio, melhorava a musculatura, colocava seus praticantes em contato direto com a natureza, mas era considerado, principalmente no Brasil, um verdadeiro "Clube do Bolinha". O tempo é passado, pois o esporte continua ai, com as mesmas características e benefícios físicos, só que com uma participação cada vez maior de mulheres em sua prática.

A modalidade, para quem ainda não notou, é o surfe, e a virada na categoria começou a acontecer em 1998, com a entrada inédita de uma competidora brasileira, a carioca Andrea Lopes, aos 17 anos, no circuito mundial da ASP (Associação dos Surfistas Profissionais). Portas abertas, foi a vez da grande estrela do surfe feminino nacional, a cearense Tita Tavares, começar a brilhar.

"Quando as pessoas se deram conta, Tita já estava vencendo um campeonato em Haleiwa no Hawai, sonho de todo surfista. E Tita não venceu um só, ano seguinte venceu de novo no Hawai e fez bons resultados em outras etapas do Tour Mundial. Era a novidade que a mídia precisava para começar a colocar o surfe feminino em destaque. Acredito que ela seja a principal responsável por esta evolução do esporte, ao lado de outra revelação, Jacqueline Silva, elas são a versão feminina de Teco e Fabinho, que desbravaram o circuito mundial e viram que não era nenhum sonho impossível", conta Mauricio Filgueiras, do site Surf Feminino Brasileiro.

Além da chamada "pranchinha", que chegou a ser motivo de embaraço nas praias para as primeiras garotas esportistas, que pediam para o namorado carregar a prancha para cima e para baixo, as mulheres têm descoberto o caminho do longboard, ou pranchão, e no final de 1999 foi fundada no Brasil a Wila (Women's International Longboard Association). Leia nesta edição do Equilíbrio Online entrevista com a longboarder Chris Stockler, filiada a Wila e que fala mais sobre o pranchão na vida das garotas brasileiras.

Esporte desenvolve o físico e
torna-se alvo de pesquisas


Esse crescimento do surfe feminino de competição acaba refletido nas praias brasileiras, entre garotas estimuladas a praticar o esporte, com ou sem pretensão de profissionalismo. O maior reflexo disso está, por exemplo, na criação de escolinhas como a Hot Girls, na praia de Maresias, em São Sebastião (SP), na qual só meninas (de qualquer idade) entram.

"No Rio de Janeiro, a escola da Feserj conta com uma maioria de meninas que demonstram mais interesse e aprendem com muita mais facilidade e rapidez que os meninos. Em Maresias, litoral de São Paulo, funciona há mais de um ano, uma escola exclusiva para o surfe feminino (a Hot Girls), e está lotada. A escola de surfe do Titanzinho, no Ceará, onde surgiu Tita, conta com meninas de talento comparável ao dela", afirma Filgueiras.

E para essas garotas que resolvem encarar o mar, com orientação de profissionais experientes ou surfistas mais tarimbados(as) e em praias nas quais há condições de segurança, como a presença de salva-vidas, claro, o surfe oferece uma lista enorme de vantagens: define a musculatura, trabalha braços, peito, abdome (na remada para passar a arrebentação e para subir na prancha) e pernas (já sobre a onda), melhora a capacidade cardiorrespiratória, aprimora a concentração, o tempo de reação, os reflexos, o equilíbrio, a agilidade e, como é praticado fora do nosso meio natural, ou seja, na água, estimula o sistema nervoso.

Uma pesquisa feita pelo caderno Equilíbrio, da Folha, revelou que o surfe é o segundo "esporte radical" na queima de calorias. Perdendo apenas para a escalada esportiva, deslizar sobre as ondas pode gastar até 500kcal (quilocalorias) em uma hora (se você é assinante da Folha ou do UOL, clique aqui para saber mais sobre a pesquisa). É um bom número para o quinto esporte mais praticado pelos brasileiros (perdendo, na ordem, para futebol, vôlei, natação e ginástica), segundo pesquisa do começo deste ano, encomendada pela Abril Eventos e que ouviu praticantes de esportes dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro e da cidade de Florianópolis.

Na tentativa de definir cientificamente os benefícios do surfe para o corpo humano, o Centro de Estudos da Fisiologia do Exercício (Cefe), da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), está desenvolvendo pesquisa inédita no Brasil sobre as ações fisiológicas do esporte. Monitorando dez atletas profissionais, como o longboarder brasileiro Picuruta Salazar, os pesquisadores querem gerar material confiável para médicos indicarem (ou não) o surfe, que conta com cerca de dois milhões de praticantes (homens e mulheres) no país. (se você é assinante da Folha ou do UOL, clique aqui para saber mais sobre essa pesquisa).


Leia mais:

Garotas também encaram o pranchão

Onde aprender a pegar onda

Surfe na rede com uma seleção de sites sobre o esporte

Conheça as gírias de quem vive sobre a prancha

Leia a coluna de Carlos Sarli, que escreve semanalmente sobre surfe e outros esportes radicais no site Pensata


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