Terapia de casal é mais eficaz que drogas contra depressão
da Reuters
A terapia de casais é mais eficiente e barata que as drogas para tratar a depressão, segundo uma nova pesquisa.
O parceiro de uma pessoa depressiva pode ajudá-la a superar atos depressivos e prevenir futuras crises melhor que os anti-depressivos padrão.
"O objetivo da terapia é tirar o foco da pessoa depressiva como uma pessoa doente e centralizar a atenção na relação", disse o professor Juliam Leff do Instituto de Psiquiatria de Londres.
"A idéia é que se a relação melhora e o parceiro se torna um aliado, a pessoa depressiva provavelmente se sentirá muito melhor", afirma Leff.
Leff e sua equipe dividiram 77 casais com um parceiro depressivo em dois grupos. O primeiro recebeu a terapia de casal por um ano e sem drogas. No outro, a pessoa deprimida tomou antidepressivos, sem a ajuda da terapia.
No final do ano, após o término do tratamento, os dois grupos foram acompanhados por mais um ano.
"A terapia de grupo foi de fato melhor que as drogas antidepressivas padrão. A depressão foi reduzida durante o ano de tratamento e essa vantajem persistiu no segundo ano, quando nenhum dos dois grupos recebeu tratamento. Então a terapia de grupo tem um aspecto preventivo contra posteriores crises de depressão", disse Leff.
Melhor que drogas
A pesquisa publicada no Jornal Britânico de psiquiatria mostrou que a terapia de casais foi eficiente desconsiderando o sexo da pessoa depressiva ou a gravidade da depressão.
"Em média, a melhora foi bastante significativa, disse leff.
Em 1/3 dos 77 casais o parceiro da pessoa deprimida também apresentava sintomas de depressão.
"Nós achamos que a terapia de casal deve ser trazida para os cuidados primários na qual a clínica geral é praticada, porque é onde a grande maioria das depressões ocorre. A responsabilidade do clínico geral é normalmente de prescrever drogas", disse leff.
Em outra reportagem publicada no mesmo jornal, um pesquisador da Universidade do Kansas, EUA, disse que a releitura dos estudos publicados mostrou que a psicoterapia tem mensuráveis efeitos no cérebro.
Avanços na neurociência e nas técnicas de monitoramento do cérebro estão caminhando para uma nova era na qual diferentes tipos de terapia podem ser elaborados para alcançar específicos lugares e funções do cérebro da mesma forma que as drogas o fazem.
"A psiquiatria corre o risco de se tornar um campo dividido contra ele mesmo, com especialistas na área psicossocial de um lado, e neurocientistas no outro", disse o professor Glen Gabbard.
"A ironia da nossa resistência em integrar a mente e o cérebro é que nós, agora nos colocamos no ponto de partida de um sofisticado entendimento da interação entre o cérebro e o meio ambiente", disse Glen.
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