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Exame pode detectar excesso ou falta de minerais no organismo

ADRIANA RESENDE
da Folha Online

Exame mineralógico mostra taxas de minerais essenciais e tóxicos; clique e veja análise de outros elementos


Todo mundo sabe que precisamos de diversos tipos de substâncias em nosso organismo: vitaminas, proteínas e minerais. Você já deve ter ouvido falar que exames no sangue, na urina e no fio de cabelo
podem controlar os níveis desses minerais no organismo. Doses excessivas de minerais tóxicos, como o chumbo e o mercúrio, ou baixas quantidades de minerais nutrientes, como o boro ou o ferro, podem afetar o cérebro e o metabolismo.

O mineralograma já é feito desde a década de 80. No início, as doses de minerais no corpo eram analisadas separadamente, mineral por mineral, ou agrupando alguns. Mas aparelhos utilizados nos EUA desde 96 e que chegaram ao mercado brasileiro em julho deste ano podem revolucionar a realização desse exame, se for comprovada a sua eficácia.

As pesquisas no Brasil duraram cerca de dois anos e foram coordenadas pelo professor Joaquim Nóbrega, da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos), pelo laboratório de química inorgânica BioMinerais, de Campinas (SP), e pelo bioquímico Henry Okigami, de Goiânia.

A análise conjunta tem por objetivo baratear o custo do exame, já que o tempo que se levaria para dosar um elemento é hoje gasto com 20 amostras. Mas ainda assim o custo é elevado. A BioMinerais, laboratório que utiliza o ICP no Brasil desde junho deste ano, cobra R$ 80 e não faz convênios, já que visa como clientes os próprios laboratórios, hospitais e médicos, não o próprio paciente. A entrega dos resultados demora cerca de duas semanas.

Sangue, cabelo ou urina?

O mineralograma é feito no Brasil principalmente a partir de fios de cabelo. Mas no exterior análise do sangue e da urina também é muito utilizada. Há diferenças entre esses três tipos de exame. A oservação do fio de cabelo mostra a quantidade de minerais presentes por um período pequeno, menor que uma semana. O sangue permite o diagnóstico do estado do paciente por até 60 dias. O diagnóstico por meio da urina serve para verificar, durante o tratamento, se as substâncias tóxicas em excesso estão sendo liberadas do organismo, e, consequentemente, se o tratamento está dando resultado.

Para quem esse exame serve?

Os médicos que utilizam a terapia ortomolecular são os que mais indicam esse exame. Mas ele é utilizado também no acompanhamento de pacientes com problemas cardíacos e no controle dos níveis de metais tóxicos em trabalhadores da indústria química ou de metalúrgicos.

"Usamos a coleta de sangue e de urina para controle da saúde dos trabalhadores expostos a metais tóxicos ou produtos químicos, como solventes. Mas não usamos o exame do fio de cabelo", diz o presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho, Casimiro Pereira Júnior. Ele explica que, em medicina do trabalho, a taxa de metais tóxicos e de produtos químicos presentes no ar é verificada com frequência. Se estiver acima de 50%, é considerada excessiva, e os trabalhadores também passam por exames preventivos e podem até ser impedidos de continuar trabalhando, para não provocar danos à saúde.

Mas há quem prefira não pedir apenas o mineralograma como diagnóstico. "É um erro usar esse exame como único método diagnóstico. Não posso, por exemplo, deixar de tratar com insulina pacientes que têm diabetes e me basear apenas na taxa de minerais no corpo. Em pessoas com câncer, a administração de doses corretas de minerais pode diminuir os efeitos colaterais, mas não posso interromper o uso dos remédios. Esse exame é mais uma arma terapêutica, não pode ser a única", diz o endocrinologista Antônio Carlos Minuzzi.

A Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia também não recomenda a utilização desse exame. "Nas alergias de pele graves, pode haver um envolvimento do zinco. As alergias de contato mais frequentes são provocadas por sulfato de níquel, que pode ser transmitido através do botão da calça jeans, por exemplo. Mas nós não aconselhamos a utilização desse exame como diagnóstico em nenhum tratamento de alergia", afirma Ana Paula Moschione Castro, diretora da regional paulista da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia.


Fontes utilizadas nesta reportagem: entrevista com Rosângela Costa Massarotto Carcamano, diretora do laboratório BioMinerais, de Campinas, (tel.: 0/xx/19/213-3668), entrevista com o bioquímico Henry Okigami (tel.: 0/xx/62/229-0565), entrevista com a diretora da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia, Ana Paula Moschione Castro, entrevista com o presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho, Casimiro Pereira Jr., entrevista com o endocrinologista Antônio Carlos Minuzzi (tel.: 0/xx/51/249-2002 ou 249-8843), entrevista com o médico ortomolecular e homeopata Fernando Requena (tel.: 0/xx/11/5051-1090)


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