Combate ao narcotráfico pode
destruir florestas colombianas
da agência EFE
Biólogos colombianos advertem que o uso de pesticidas no combate das
plantações de coca, maconha e papoulas (matéria-prima do ópio e da
heroína) pode ser desastroso para as florestas do país.
Estudo publicado na revista "UN Periódico", da Universidade Nacional
da Colômbia (UN), mostra que, além de não reduzir a expansão das plantações,
os pesticidas causam sérios danos à biodiversidade das matas colombianas.
Segundo os biólogos, 380 mil hectares de floresta são destruídos anualmente
por colonos e mais 200 mil são devastados para dar espaço a cultivos
ilegais.
Nas áreas pulverizadas, as "plantas ilegais" são repostas e crescem
muito mais depressa do que as espécies nativas atingidas.
"Cabe, então, acreditar que as pulverizações estão estimulando a proliferação
das áreas de plantações ilícitas", escrevem Germán Amat, Gonzalo Andrade,
Jaime Aguirre e Orlando Rangel, professores da Faculdade de Ciências
da UN.
O alerta dos pesquisadores está ligado à iniciativa do governo colombiano
de aumentar as ações com pesticidas, peça fundamental do chamado "Plano
Colômbia", um investimento maciço no combate ao narcotráfico no país.
A publicação mostra que, em 1984, a Colômbia tinha 6 mil hectares
de plantações de coca e mil de papoulas. Quatorze anos depois, os
números haviam crescido para 79,5 mil hectares e 11 mil hectares,
respectivamente.
A Colômbia, segundo o estudo, concentra 10% de toda a reserva de biodiversidade
do planeta, mas já perdeu de 25% a 30% dessa reserva.
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