Pesquisa revela possível ligação
entre diabetes e crescimento
da Reuters
Crianças
que tenham aumentado a taxa de crescimento nos primeiros três
anos de vida podem ter maior chance de se tornarem diabéticas
na infância, afirmou um pesquisador no jornal inglês
The Lancet, em reportagem que será publicada nesta sexta
(18).
O estudo
avaliou as taxas de crescimento de 91 crianças - que desenvolveram
diabetes e dependência de insulina e seus irmãos,
comparando-os a 2.151 crianças da Holanda.
Os
resultados mostraram que as crianças que desenvolveram diabetes
com dependência de insulina que é associado
à falha de secreção de insulina nas células
tinham uma tendência a estar acima do peso no primeiro
ano, se comparadas aos irmãos e à população
em geral.
"Em
crianças com diabetes, o ganho de peso no primeiro ano foi
maior maior que em seus irmãos saudáveis e a população",
afirmaram o pesquisador Jan Bruining e seus colegas do Hospital
Infantil de Sofia, em Roterdã (Holanda).
Ainda
em comparação com as crianças holandesas, as
britânicas tanto as diabéticas quanto as saudáveis
- apresentaram elevação das taxas de crescimento no
segundo e no terceiro ano de vida, acrescentaram os pesquisadores.
Entretanto,
as crianças pré-diabéticas apresentaram tendência
a ganhar peso mais rapidamente que seus irmãos no segundo
ano.
Depois
do terceiro ano, a média de crescimento é a mesma
entre a população normal e as crianças pré-diabéticas
e seus irmãos.
Os
pesquisadores sugerem que o aumento de riqueza significa que as
crianças recebem melhor nutrição em seus primeiros
anos de vida, aumentando as taxas de crescimento em bebês
com predisposição genética para crescer rapidamente
e aumentando a incidência de diabetes por dependência
de insulina em jovens.
"O
diabetes do tipo 1 (com dependência de insulina) ocorre até
mesmo nas pessoas mais jovens em países ricos, e a fartura
é associada à aceleração do crescimento
logo após o parto", afirmou Bruining ao jornal The Lancet.
Mas os cientistas aconselham que sejam feitos mais testes para provar
a hipótese.
"Esses
dados são preliminares, foram estudados apenas aqueles 91
bebês e 125 irmãos. Esperamos que outros países
façam a experiência para comprová-los",
afirmou.
Mesmo
que a ligação fique comprovada, dar a uma criança
muito mais alimentos no seu primeiro ano só iria provocar
uma predisposição ao diabetes se outros fatores genéticos
também estivessem presentes, disse Bruining à agência
Reuters.
O aumento
precoce na taxa de crescimento pode estar ligado à elevação
nos níveis de secreção de insulina, e os cientistas
acreditam que isso leve a uma resposta auto-imune que ataca as próprias
células responsáveis pela secreção de
insulina no corpo.
.
Leia
também:
Irlandeses
desenvolvem morango super-resistente à umidade
Combate
ao narcotráfico pode destruir florestas colombianas
Cientistas
franceses comprovam que serotonina regula o coração
Estudo
comprova que acupuntura ajuda viciados em drogas
Extração
do útero pode causar incontinência urinária no futuro
Outros
textos sobre saúde fora do Brasil podem ser encontrados na
editoria de Mundo, da Folha Online; clique aqui para saber mais
|