Superar limites?
Quanto o corpo aguenta?
Divulgação
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Luciana Rocha, 25, que pratica diversas modalidades esportivas |
ADRIANA
RESENDE
da Folha Online
Até
onde vai o limite de cada um? Até quando o corpo e a mente
resistem às pressões e à vontade de desafiar
as próprias habilidades? O que será que vai acontecer
com os participantes do programa "No Limite", da Rede
Globo? Será que a Elaine vai perder todas as provas só
porque é gordinha? Será que o Thiago, o mais jovem
de todos, tem mais resistência física? O Vanderson
sofre mais porque a fome o faz lembrar sua infância? E a Andréia,
vai ser eliminada porque é antipática?
Não
dá para saber, mas especialistas afirmam que é impossível
determinar quem tem mais capacidade de suportar os "perigos"
de um esporte mais pesado, de uma situação de pânico,
frio e fome e o aumento de adrenalina que isso pode provocar.
Ninguém duvida de que praticar exercícios físicos
faz bem à saúde. Atletas ou não, muitas pessoas
conseguem, com um bom condicionamento físico e psicológico,
manter o equilíbrio, não só corporal, como
também na vida pessoal e profissional. Mas há pessoas
que exageram: de repente, sem nenhum preparo, se aventuram a escalar
montanhas, a participar de corridas de longa distância e até
a fazer vários esportes ao mesmo tempo.
É claro que alguém que tenha costume de praticar exercícios
melhora também os hábitos alimentares, aprende a controlar
a ansiedade e tem disposição para trabalhar. Mas fatores
como a idade, a pressão arterial, a condição
cardiorrespiratória e a predisposição genética
podem influenciar a maneira como a pessoa lida com essas dificuldades.
As adversidades do ambiente também podem ser superadas, dependendo
da experiência individual: um atleta que pratica trekking
(caminhada em regiões íngremes) tem condições
físicas diferentes das de um triatleta, que se exercita nadando,
pedalando e correndo. Quem já é atleta também
suporta melhor o frio e o calor, pois tem mais facilidade para transpirar
e, portanto, queimar a energia do corpo.
Mas até quando?
O tempo é uma incógnita nessas situações.
Dependendo do esporte que é praticado, podem ser necessários
um, dois, seis meses e até mesmo um ano ou dois. Novamente,
os fatores determinantes são o condicionamento físico
e psicológico, a história de vida de cada um e o objetivo
da preparação.
Cada modalidade esportiva exige técnicas diferentes, e o
nível de profissionalização também conta.
Assim, para fazer um curso técnico de mergulho, são
necessárias algumas semanas. Vencer uma maratona, prova em
que o atleta percorre 42 km, pode exigir até seis meses de
treinamento. Para estar com um corpo perfeito e ser campeão,
o fisiculturista pode levar até dois anos.
E não é só isso: os treinos físicos
devem estar aliados à boa alimentação e ao
acompanhamento médico e psicológico, para evitar risco
de desnutrição, gasto excessivo de energia, problemas
cardíacos e desequilíbrio emocional, levando-se em
conta até a possibilidade de derrota.
Respeite o seu corpo
Se esses cuidados não forem tomados, o esportista corre o
risco de não suportar a prova, e a frustração
pode ser traumática. É comum acontecerem lesões,
perda de oxigênio e até mesmo um infarto.
Por isso, as atividades devem ser adequadas a cada pessoa ou ao
objetivo que ela quer alcançar. A prática de esportes
por prazer exige menos do atleta do que a intenção
de competir e ganhar uma prova.
Outra diferença está no tipo físico. Homens,
em geral, são mais velozes, mais fortes e têm mais
resistência a provas de longa duração. E, ainda
assim, em tarefas do dia-a-dia, também precisam de condicionamento.
Se conseguir um emprego de estivador, por exemplo, no início
vai carregar apenas um ou dois sacos da carga do navio sem que sinta
dores no corpo. Depois de alguns anos, pode até mesmo, ter
capacidade de fazer todo o carregamento sozinho.
Fontes: João
Ricardo Kozac, presidente do Centro de Estudo e Pesquisa da
Psicologia do Esporte e professor da Universidade Metodista Mackenzie;
Antonio Carlos Simões, coordenador do Laboratório
de Psicossologia de Esporte da USP (tel. 0/xx/11/3818-3120); Ricardo
Munir Nahas, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina
do Esporte; José
Luiz de França, professor de educação física
(0/xx/11/3862-3540); Andréa Galante, diretora da Associação
Paulista de Nutrição (0/xx/11/255-4830); Mônica
Beyruti, nutricionista; Claudia Del Vecchio, instrutora de mergulho
(tel. 0/xx/11/9744-4991
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